The Prague Post - Renascimento da borracha põe economia sustentável de pé na Amazônia

EUR -
AED 4.323227
AFN 81.800407
ALL 97.102407
AMD 450.94111
ANG 2.107348
AOA 1079.331534
ARS 1725.54712
AUD 1.763887
AWG 2.118644
AZN 2.008817
BAM 1.958011
BBD 2.369777
BDT 143.220542
BGN 1.957445
BHD 0.443766
BIF 3466.336797
BMD 1.177024
BND 1.507903
BOB 8.148203
BRL 6.260829
BSD 1.176629
BTN 103.699122
BWP 16.621773
BYN 3.9841
BYR 23069.677837
BZD 2.366373
CAD 1.62211
CDF 3363.935378
CHF 0.934592
CLF 0.028554
CLP 1120.16295
CNY 8.379248
CNH 8.378807
COP 4599.905437
CRC 592.669385
CUC 1.177024
CUP 31.191146
CVE 110.905117
CZK 24.308555
DJF 209.18109
DKK 7.464118
DOP 74.093467
DZD 152.581253
EGP 56.699488
ERN 17.655366
ETB 169.365048
FJD 2.630301
FKP 0.868624
GBP 0.864895
GEL 3.174621
GGP 0.868624
GHS 14.394477
GIP 0.868624
GMD 82.984101
GNF 10193.031755
GTQ 9.019187
GYD 246.168032
HKD 9.15639
HNL 30.814533
HRK 7.533546
HTG 153.963893
HUF 389.312228
IDR 19265.535043
ILS 3.943668
IMP 0.868624
INR 103.732748
IQD 1541.440966
IRR 49493.875036
ISK 143.36313
JEP 0.868624
JMD 188.973434
JOD 0.834533
JPY 173.314546
KES 152.427205
KGS 102.930813
KHR 4716.336698
KMF 492.588884
KPW 1059.326273
KRW 1630.720322
KWD 0.35946
KYD 0.980507
KZT 635.888198
LAK 25506.118409
LBP 105402.533464
LKR 355.401405
LRD 209.716314
LSL 20.44498
LTL 3.475447
LVL 0.71197
LYD 6.36753
MAD 10.622626
MDL 19.573107
MGA 5267.183852
MKD 61.609584
MMK 2471.30169
MNT 4231.186816
MOP 9.427548
MRU 46.992727
MUR 53.542264
MVR 18.00688
MWK 2044.491586
MXN 21.611768
MYR 4.949365
MZN 75.223777
NAD 20.445245
NGN 1769.373584
NIO 43.231656
NOK 11.560963
NPR 165.918395
NZD 1.970433
OMR 0.452565
PAB 1.176629
PEN 4.109583
PGK 4.926437
PHP 67.201045
PKR 331.391131
PLN 4.248993
PYG 8400.487854
QAR 4.302423
RON 5.063089
RSD 117.176318
RUB 97.696364
RWF 1705.526291
SAR 4.414923
SBD 9.659697
SCR 16.766679
SDG 707.927604
SEK 10.915195
SGD 1.506644
SHP 0.924956
SLE 27.512916
SLL 24681.617038
SOS 672.459503
SRD 46.069317
STD 24362.028251
STN 24.527703
SVC 10.295541
SYP 15303.440669
SZL 20.412054
THB 37.423483
TJS 11.124865
TMT 4.131356
TND 3.427972
TOP 2.756713
TRY 48.593445
TTD 7.98602
TWD 35.537924
TZS 2908.076461
UAH 48.479343
UGX 4123.657427
USD 1.177024
UYU 47.222934
UZS 14636.297976
VES 186.829492
VND 31055.788251
VUV 140.741595
WST 3.234407
XAF 656.698702
XAG 0.027623
XAU 0.00032
XCD 3.180967
XCG 2.120595
XDR 0.818379
XOF 656.193481
XPF 119.331742
YER 281.956434
ZAR 20.422962
ZMK 10594.627862
ZMW 27.797396
ZWL 379.00137
Renascimento da borracha põe economia sustentável de pé na Amazônia
Renascimento da borracha põe economia sustentável de pé na Amazônia / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Renascimento da borracha põe economia sustentável de pé na Amazônia

Assim que o sol sai na ilha de Marajó (PA), Renato Cordeiro calça as botas, pega sua faca e sai para riscar as seringueiras. Gota a gota, ele sangra a árvore para retirar o látex, principal matéria-prima da borracha, que lhe dá sustento.

Tamanho do texto:

O ressurgimento recente do ofício de seringueiro neste território empobrecido ativou uma economia sustentável e devolveu o emprego a famílias que, por gerações, viveram o apogeu da borracha na Amazônia, até a demanda despencar no fim do século XX.

Uma iniciativa da empresa local Seringô permitiu a Renato e mais de 1.500 seringueiros retomar seu ofício para fabricar produtos como calçados e, ao mesmo tempo, cuidar da floresta, cada vez mais castigada pelo desmatamento.

A floresta amazônica é o quintal deste homem enxuto, de 57 anos.

Na parte de trás de sua palafita, erguida sobre o rio Anajás, dezenas de seringueiras nativas se misturam a árvores centenárias e palmeiras típicas desta ilha.

- A floresta, "patrimônio familiar" -

"Comecei a riscar aos sete anos, lá dentro do mato", explica Renato, enquanto segura sua faca, de cuja lâmina sobressai uma peça de metal que usa para fazer as incisões na casca da seringueira.

A cada corte, realizado com cuidado para não danificar o tronco, esta árvore nativa da Amazônia começa a derramar o látex em um recipiente que Renato põe lobo abaixo.

Enquanto a seiva enche a recipiente, Renato repete a operação na próxima seringueira.

Diariamente, ele leva para casa cerca de 18 litros, aos quais mistura vinagre até obter uma rosca de pasta esbranquiçada, que pendura em uma corda por dez dias para secar.

Por fim, a borracha está pronta para ser vendida à Seringô, que a recupera no píer de sua casa.

O orgulho deste homem, casado e pai de três filhos, é perceptível.

Depois de quase duas décadas sobrevivendo da caça e da coleta do açaí, Renato retomou em 2017 seu ofício para "proteger" a floresta, que define como seu "patrimônio familiar".

- Proteger X destruir -

"Eu estava torcendo para que essa atividade voltasse", afirma Valcir Rodrigues, de 51 anos, outro seringueiro e pai de família, algumas palafitas rio acima, ao norte de Anajás.

"Queremos deixar para nossos filhos, nossos netos, um mundo melhor", por isso "a gente não desmata", afirma.

Valcir conta que de vez em quando precisa enfrentar madeireiros, que invadem sua terra para cortar árvores.

"Os madeireiros fazem muito mal à floresta e para eles também é ruim. Eles são empregados e às vezes têm dívidas com os seus patrões", afirma.

O desmatamento disparou em Marajó quando a demanda da borracha amazônica para fabricar pneus veio abaixo depois que países como a Malásia começaram a plantar seringueiras em larga escala.

Mas toda a família de Valcir voltou a viver da borracha: sua esposa e sua sogra a trabalham com destreza para fabricar objetos coloridos de artesanato, vendidos especialmente em Belém.

"Eu era servidora pública, mas a Prefeitura nunca me deu um emprego. Agora estou no meu primeiro trabalho. Estou adorando", conta a sogra de Valcir, Vanda Lima, uma mulher sorridente de 60 anos.

- Questão de família -

Com um dos piores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil, "os moradores do Marajó estavam precisando de uma renda", explica Zelia Damasceno, que fundou a Seringô com o marido para incentivar a bioeconomia na região.

Embora a princípio tenham fomentado o artesanato, o casal percebeu que o seringueiro estava "insatisfeito" em apenas extrair o látex de vez em quando para que sua esposa trabalhasse.

"A gente pensou fazer uma segunda coisa, o sapato, para que ele também ganhar uma renda", diz a paraense, de 59 anos.

- Objetivo: 10 mil "seringueiros" -

Sua fábrica em Castanhal, 300 km a leste da ilha, produz diariamente cerca de 200 pares de calçados esportivos e sandálias biodegradáveis, pois são fabricadas com 70% de borracha e 30% de pó de açaí.

Recentemente, recebeu o apoio do governo do Pará para alcançar 10 mil seringueiros em Marajó, no âmbito de um programa para o desenvolvimento sustentável na região, lançado antes da COP30, a conferência climática da ONU, prevista para novembro em Belém.

Damasceno admite que ainda há desafios: "Tem jovens no Marajó que não querem seguir esse caminho do seringueiro. Ainda falta para conscientizá-los, é um trabalho importante para preservar a floresta e o seu futuro".

C.Zeman--TPP