The Prague Post - Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia

EUR -
AED 4.321692
AFN 81.196674
ALL 96.971467
AMD 450.843974
ANG 2.106895
AOA 1079.099705
ARS 1725.161756
AUD 1.763186
AWG 2.118189
AZN 2.001117
BAM 1.957591
BBD 2.369267
BDT 143.189774
BGN 1.956447
BHD 0.44368
BIF 3465.59212
BMD 1.176772
BND 1.507579
BOB 8.146452
BRL 6.258187
BSD 1.176376
BTN 103.676844
BWP 16.618202
BYN 3.983244
BYR 23064.721749
BZD 2.365864
CAD 1.620791
CDF 3363.212795
CHF 0.935121
CLF 0.028544
CLP 1119.780014
CNY 8.377397
CNH 8.37693
COP 4598.905466
CRC 592.542061
CUC 1.176772
CUP 31.184445
CVE 110.881292
CZK 24.328564
DJF 209.136158
DKK 7.466409
DOP 74.077643
DZD 152.547846
EGP 56.692385
ERN 17.651573
ETB 169.336336
FJD 2.630316
FKP 0.868437
GBP 0.865027
GEL 3.178202
GGP 0.868437
GHS 14.391948
GIP 0.868437
GMD 82.951643
GNF 10190.841966
GTQ 9.017249
GYD 246.115148
HKD 9.155412
HNL 30.784518
HRK 7.536752
HTG 153.930817
HUF 389.590809
IDR 19265.514904
ILS 3.94282
IMP 0.868437
INR 103.701754
IQD 1541.570688
IRR 49483.242793
ISK 143.247971
JEP 0.868437
JMD 188.932837
JOD 0.834339
JPY 173.439656
KES 152.39157
KGS 102.908914
KHR 4715.323451
KMF 492.485946
KPW 1059.098696
KRW 1630.393345
KWD 0.359186
KYD 0.980297
KZT 635.751589
LAK 25500.639201
LBP 105379.889354
LKR 355.325054
LRD 209.67122
LSL 20.417153
LTL 3.4747
LVL 0.711817
LYD 6.348655
MAD 10.565937
MDL 19.568902
MGA 5266.052579
MKD 61.545016
MMK 2470.770777
MNT 4230.277824
MOP 9.425523
MRU 46.982583
MUR 53.531412
MVR 18.015296
MWK 2044.051961
MXN 21.607508
MYR 4.950087
MZN 75.179776
NAD 20.428938
NGN 1764.204315
NIO 43.199256
NOK 11.559374
NPR 165.882751
NZD 1.970998
OMR 0.452466
PAB 1.176376
PEN 4.109877
PGK 4.91479
PHP 67.317258
PKR 331.20211
PLN 4.24837
PYG 8398.683167
QAR 4.284331
RON 5.065179
RSD 117.167643
RUB 97.670791
RWF 1701.611615
SAR 4.413925
SBD 9.66955
SCR 16.807869
SDG 707.831014
SEK 10.91881
SGD 1.506591
SHP 0.924758
SLE 27.448216
SLL 24676.314655
SOS 672.526894
SRD 46.059423
STD 24356.794526
STN 24.947556
SVC 10.293329
SYP 15300.153012
SZL 20.417126
THB 37.444555
TJS 11.122475
TMT 4.1187
TND 3.409108
TOP 2.756119
TRY 48.615626
TTD 7.984304
TWD 35.549798
TZS 2907.45175
UAH 48.468928
UGX 4122.771537
USD 1.176772
UYU 47.212789
UZS 14568.431919
VES 188.574547
VND 31049.116497
VUV 140.71136
WST 3.233712
XAF 656.557623
XAG 0.027593
XAU 0.00032
XCD 3.180284
XCG 2.12014
XDR 0.818203
XOF 656.052377
XPF 119.331742
YER 281.95346
ZAR 20.435632
ZMK 10592.357151
ZMW 27.791424
ZWL 378.919949
Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia
Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia / foto: JOAQUIN SARMIENTO - AFP

Os vigias solitários do Nevado del Ruiz, o vulcão mais temido da Colômbia

Atento às antenas de televisão, Fernando Arias, de 61 anos, é uma das pessoas que moram mais perto da cratera em plena efervescência. Assim como ele, alguns poucos trabalhadores solitários vigiam o vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia, em alerta por uma possível erupção devastadora.

Tamanho do texto:

O eletricista garante há 15 anos o funcionamento do sistema público de mídia RTVC em um morro a 6,3 quilômetros da boca do vulcão e a temperaturas abaixo de zero.

A cada 15 dias, ele vive em um apartamento cercado por antenas gigantescas, longe de sua esposa e filha e tendo como única companhia telas de televisão e um rádio. Fernando confessa que se acostumou às condições de seu ofício na colina, onde vivem apenas soldados.

"A solidão e o clima afetam, sim. Com o passar dos anos, a gente se acostuma", disse ele à AFP, aos pés do vulcão localizado na divisa dos departamentos de Tolima e Caldas (centro).

A autoridade geológica declarou o vulcão em alerta laranja ante uma "provável" erupção em "dias ou semanas", devido ao aumento da temperatura da cratera (até 700°C) e aos terremotos (quase dois por segundo em 30 de março).

Desde então, Arias tem uma nova tarefa: todas as manhãs, tira uma fotografia do Ruiz para a mídia estatal.

“O vulcão é a única preocupação neste momento”, afirma, mas o cheiro de enxofre e a fumarola da cratera não o assustam: “a televisão e a rádio não podem perder um minuto”.

- Da guerra ao vulcão -

Se o vulcão entrar em erupção, o soldado Héctor Trejos terá no máximo sete minutos para alertar milhares de pessoas por rádio e depois fugir para um bunker equipado com capacetes, máscaras de gás e óculos de proteção.

De uniforme camuflado, a bordo de um caminhão adaptado pelo Exército para funcionar como uma estação de rádio, ele informa dia e noite sobre os movimentos do chamado "Leão Adormecido". Sua última grande erupção, há mais de três décadas, deixou cerca de 25.000 mortos.

Em caso de erupção, o soldado de 35 anos e locutor amador terá de notificar mais de 57.000 camponeses vizinhos de Ruiz que se recusaram a abandonar suas casas, terras, animais e colheitas.

“Estarei lá 24 horas por dia (...) A menos que haja uma tempestade elétrica, uma queda de energia, a estação estará sempre ligada”, diz ele, em sua pequena sala de trabalho.

Trejos sabe que o destino de um punhado de municípios que o ouvem na montanha depende de sua velocidade de resposta. Perto dos 5.400 metros de altitude do vulcão, as comunicações de rádio e a tecnologia serão cruciais para ganhar minutos em meio à lava, rochas vulcânicas e avalanches de lama.

Em outro ponto da cordilheira, o sargento Miguel Rodríguez acomodou alguns binóculos especializados antes usados para calcular a posição de guerrilheiros e outros inimigos em meio ao conflito armado.

Outros jovens soldados com as mãos inchadas pelo frio monitoram o movimento do vento em computadores para antecipar o caminho de possíveis cinzas.

- "Um amigo" -

As ruínas de Armero recordam o horror da avalanche que se seguiu à erupção do Ruiz em 1985: o esqueleto de um hospital, os destroços de casas devoradas pela natureza e o túmulo de Omaira Sánchez, uma menina de 13 anos que agonizou por três dias diante das câmeras do mundo no meio da lama.

Nessa noite de novembro, Leonel Ortiz, que viveu 55 de seus 77 anos perto do vulcão, ouviu um estrondo, sentiu como "se a terra se movesse" e viu rochas incandescentes caindo por toda parte.

Hoje, comunica por rádio informações sobre o vulcão aos seus vizinhos para que não se repita o pior desastre natural da história da Colômbia.

Enquanto cozinha no fogão a lenha, Rubiela Muñoz, de 57 anos, e sua família ouvem os relatos de Ortiz e as instruções do soldado Trejos, que recomenda manter os animais dentro de casa, devido à emissão de cinzas.

O Exército prevê que eventuais avalanches chegarão a 10 km ao redor da cratera, as cinzas quentes se estenderão até 15 km, e o ar poluído afetará moradores em 100 quilômetros quadrados.

Apesar do risco, Rubiela se recusa a deixar a fazenda de vacas leiteiras sob seus cuidados.

Com os 13 filhos longe, ela resume o sentimento dos camponeses: “temos muito respeito (pelo vulcão) (...) é como se fosse um amigo”.

B.Hornik--TPP