The Prague Post - Lei da Flórida ameaça futuro dos trabalhadores em situação ilegal

EUR -
AED 4.258221
AFN 80.584145
ALL 97.338805
AMD 444.976499
ANG 2.075135
AOA 1063.250317
ARS 1500.384005
AUD 1.776081
AWG 2.089977
AZN 1.970786
BAM 1.946221
BBD 2.342351
BDT 142.117244
BGN 1.955847
BHD 0.437052
BIF 3411.793527
BMD 1.159488
BND 1.490381
BOB 8.044641
BRL 6.480495
BSD 1.160105
BTN 100.479079
BWP 15.637549
BYN 3.796237
BYR 22725.965379
BZD 2.33016
CAD 1.592209
CDF 3349.760574
CHF 0.930918
CLF 0.028346
CLP 1112.018613
CNY 8.322631
CNH 8.32342
COP 4841.256749
CRC 585.965357
CUC 1.159488
CUP 30.726433
CVE 109.166008
CZK 24.589209
DJF 206.064608
DKK 7.462894
DOP 70.439103
DZD 150.600003
EGP 56.571071
ERN 17.39232
ETB 159.78337
FJD 2.610933
FKP 0.858002
GBP 0.868167
GEL 3.137536
GGP 0.858002
GHS 12.116065
GIP 0.858002
GMD 83.483255
GNF 10036.528213
GTQ 8.90341
GYD 242.69245
HKD 9.101761
HNL 30.552794
HRK 7.533079
HTG 151.761906
HUF 397.345531
IDR 18998.617185
ILS 3.884581
IMP 0.858002
INR 100.595036
IQD 1518.929319
IRR 48828.941265
ISK 142.199332
JEP 0.858002
JMD 186.095647
JOD 0.822069
JPY 172.001354
KES 150.147816
KGS 101.228083
KHR 4661.141521
KMF 492.20816
KPW 1043.538917
KRW 1612.859572
KWD 0.354142
KYD 0.96665
KZT 630.689528
LAK 25010.156368
LBP 103832.152726
LKR 350.206091
LRD 233.057389
LSL 20.766102
LTL 3.423667
LVL 0.701363
LYD 6.272483
MAD 10.502071
MDL 19.545941
MGA 5136.531239
MKD 61.585922
MMK 2434.434818
MNT 4159.955593
MOP 9.379627
MRU 46.171044
MUR 52.617802
MVR 17.855706
MWK 2013.45107
MXN 21.76347
MYR 4.909854
MZN 74.161141
NAD 20.766677
NGN 1772.857271
NIO 42.610819
NOK 11.81945
NPR 160.766924
NZD 1.940646
OMR 0.44582
PAB 1.159981
PEN 4.225754
PGK 4.808979
PHP 66.350561
PKR 328.193546
PLN 4.260014
PYG 8689.231823
QAR 4.221406
RON 5.072181
RSD 117.148827
RUB 94.324833
RWF 1669.662763
SAR 4.349424
SBD 9.606469
SCR 16.401467
SDG 696.241966
SEK 11.146819
SGD 1.490991
SHP 0.911176
SLE 26.668566
SLL 24313.888811
SOS 662.635838
SRD 42.390274
STD 23999.061214
STN 24.818841
SVC 10.151037
SYP 15075.433439
SZL 20.767055
THB 37.618412
TJS 11.049064
TMT 4.069803
TND 3.327788
TOP 2.715638
TRY 47.030805
TTD 7.888594
TWD 34.411869
TZS 2979.884582
UAH 48.520303
UGX 4158.496123
USD 1.159488
UYU 46.493965
UZS 14609.548786
VES 141.378985
VND 30409.312806
VUV 137.512455
WST 3.17582
XAF 652.682593
XAG 0.030385
XAU 0.00035
XCD 3.133574
XCG 2.090657
XDR 0.804
XOF 648.153562
XPF 119.331742
YER 279.291697
ZAR 20.755645
ZMK 10436.779943
ZMW 27.201534
ZWL 373.354672
Lei da Flórida ameaça futuro dos trabalhadores em situação ilegal
Lei da Flórida ameaça futuro dos trabalhadores em situação ilegal / foto: Giorgio VIERA - AFP

Lei da Flórida ameaça futuro dos trabalhadores em situação ilegal

Benjamín Pérez ganha a vida limpando casas em Miami. Trabalha sem permissão legal, assim como outros milhares de estrangeiros que compõem uma mão de obra fundamental para o estado da Flórida. O futuro de todos eles está, agora, por um fio, devido a uma lei migratória recém-aprovada.

Tamanho do texto:

A iniciativa promovida pelo governador republicano Ron DeSantis busca, entre outras coisas, impedir a contratação de pessoas em situação ilegal.

A partir de 1º de julho, as empresas com mais de 25 funcionários terão de verificar em uma base de dados federal o status legal das pessoas que desejam contratar. Ignorar essa obrigação e empregar um estrangeiro em situação irregular acarretará pesadas multas.

Pérez, de 40 anos, vive e trabalha nos Estados Unidos há duas décadas, mas teme não poder mais fazer isso. Como muitos, deixou seu país natal, o México, em busca de uma situação econômica melhor. Era pedreiro, até que uma lesão obrigou-o a mudar de setor.

Mora em um apartamento no centro de Miami com sua esposa nicaraguense e um de seus sobrinhos, Joel Altamirano. Os três trabalham, mas todos sem autorização.

"Para os que chegam sem qualquer documento, mas com muita vontade de trabalhar, os caminhos para encontrar um emprego são mais estreitos", lamenta Pérez, que pede para usar um pseudônimo por medo dos serviços de imigração.

"O sonho americano é nada mais do que isso, um sonho", acrescenta.

"O governo nos encurrala a cada dia mais. Desta vez, o tratamento é sem misericórdia. Praticamente não valemos nada".

- "Efeitos devastadores" -

Na Flórida, um estado de cerca de 22,2 milhões de pessoas, existem 772.000 migrantes em condição clandestina, de acordo com uma estimativa do "think tank" Migration Policy Institute. Muitos deles trabalham em setores essenciais para a economia do estado, como agricultura, construção e hotelaria.

Impedi-los de continuar trabalhando terá graves consequências econômicas, adverte Samuel Vilchez, diretor para a Flórida da American Business Immigration Coalition, uma associação empresarial que defende uma melhor integração dos migrantes na economia.

“Ataca nossas empresas e as impede de criar novos empregos, gerar renda e prestar os serviços que pretendem oferecer”, adverte Vilchez. “Isso vai contra o que sabemos que é para a economia e terá efeitos devastadores na Flórida”.

Segundo a ONG Florida Policy Institute, a nova lei pode gerar perdas anuais de 12,6 bilhões de dólares (em torno de 63 bilhões de reais na cotação atual) para a economia do estado ao reduzir a mão de obra, os gastos dos migrantes "sem documentos" e os impostos que eles pagam.

A incerteza criada pela mudança legal já tem consequências nos locais de trabalho, apesar de ainda não ter entrado em vigor e de não obrigar à denúncia da presença de estrangeiros em situação irregular.

"Na companhia onde eu trabalho, muita gente saiu, foi para outro estado. Há muito medo da lei", diz Altamirano (outro pseudônimo), um trabalhador da construção civil de 38 anos.

O governador DeSantis, que parece pronto para desafiar o ex-presidente Donald Trump nas primárias republicanas de 2024, tornou-se uma figura da direita americana por promover uma agenda bastante conservadora em assuntos como educação, aborto, ou a imigração ilegal.

Na semana passada, acusou o governo do democrata Joe Biden de negligenciar a fronteira sul dos Estados Unidos e defendeu a nova lei como uma medida necessária para reduzir a criminalidade e o narcotráfico ligados, segundo ele, à chegada ao país de migrantes em situação ilegal.

Pérez e Altamirano lamentam serem tratados como criminosos pelas autoridades e se veem como vítimas das ambições pessoais de DeSantis.

"Todos os políticos querem sua parte no bolo e nós pagamos a conta", critica o mexicano.

"Viemos para trabalhar, enviar dinheiro para nossas famílias, gastá-lo aqui e pagar impostos. Isso é injusto", desabafa.

“Para os Estados Unidos, nós não existimos”, diz, mas este país “foi construído por pessoas de todo o mundo, e eu sou um deles”.

U.Pospisil--TPP