The Prague Post - 'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

EUR -
AED 4.112883
AFN 78.560212
ALL 98.107824
AMD 432.026203
ANG 2.00403
AOA 1026.829718
ARS 1274.31004
AUD 1.745246
AWG 2.015587
AZN 1.904746
BAM 1.954561
BBD 2.259868
BDT 135.993814
BGN 1.954951
BHD 0.422066
BIF 3330.489296
BMD 1.11977
BND 1.453379
BOB 7.734098
BRL 6.354809
BSD 1.119291
BTN 95.687358
BWP 15.135408
BYN 3.662879
BYR 21947.498729
BZD 2.248275
CAD 1.564039
CDF 3213.740592
CHF 0.937809
CLF 0.027439
CLP 1052.942393
CNY 8.070186
CNH 8.069429
COP 4702.128428
CRC 566.9407
CUC 1.11977
CUP 29.673914
CVE 110.195164
CZK 24.928389
DJF 199.313685
DKK 7.459899
DOP 65.868256
DZD 149.128604
EGP 56.13375
ERN 16.796555
ETB 151.103538
FJD 2.5421
FKP 0.84254
GBP 0.84279
GEL 3.06826
GGP 0.84254
GHS 13.879204
GIP 0.84254
GMD 80.624155
GNF 9692.857133
GTQ 8.593554
GYD 234.171593
HKD 8.750779
HNL 29.123543
HRK 7.536612
HTG 146.457182
HUF 403.065253
IDR 18432.651599
ILS 3.976674
IMP 0.84254
INR 95.843608
IQD 1466.270748
IRR 47142.331532
ISK 145.916998
JEP 0.84254
JMD 178.426922
JOD 0.794368
JPY 163.078312
KES 144.641092
KGS 97.924034
KHR 4479.161323
KMF 493.233835
KPW 1007.85064
KRW 1564.151431
KWD 0.344229
KYD 0.932809
KZT 570.678331
LAK 24206.658982
LBP 100286.243396
LKR 334.907752
LRD 223.848136
LSL 20.205095
LTL 3.306391
LVL 0.677337
LYD 6.175087
MAD 10.383619
MDL 19.497643
MGA 5016.82058
MKD 61.573235
MMK 2350.929869
MNT 4011.389615
MOP 9.00969
MRU 44.300727
MUR 51.632621
MVR 17.31185
MWK 1940.770033
MXN 21.811161
MYR 4.810535
MZN 71.550484
NAD 20.205095
NGN 1793.468816
NIO 41.1839
NOK 11.640005
NPR 153.099973
NZD 1.898189
OMR 0.431078
PAB 1.119291
PEN 4.126585
PGK 4.652052
PHP 62.381841
PKR 315.185251
PLN 4.254469
PYG 8936.336579
QAR 4.079515
RON 5.104251
RSD 117.155752
RUB 90.477412
RWF 1602.784232
SAR 4.20007
SBD 9.35497
SCR 15.919886
SDG 672.418303
SEK 10.935207
SGD 1.454279
SHP 0.879964
SLE 25.420832
SLL 23481.024454
SOS 639.694592
SRD 40.694138
STD 23176.9853
SVC 9.793793
SYP 14559.181002
SZL 20.210192
THB 37.385209
TJS 11.539587
TMT 3.924795
TND 3.374661
TOP 2.622616
TRY 43.48786
TTD 7.592188
TWD 33.813144
TZS 3020.581006
UAH 46.460548
UGX 4095.404529
USD 1.11977
UYU 46.570278
UZS 14511.738359
VES 105.301003
VND 29026.126955
VUV 134.367445
WST 3.108717
XAF 655.541549
XAG 0.035062
XAU 0.000354
XCD 3.026235
XDR 0.822625
XOF 655.541549
XPF 119.331742
YER 273.339066
ZAR 20.270648
ZMK 10079.277004
ZMW 30.085933
ZWL 360.565594
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht / foto: YASUYOSHI CHIBA - AFP

'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

A peça que faltava no escândalo de corrupção da Odebrecht na Colômbia está escondida sob o pseudônimo "Colombian Official 3", um funcionário de alto escalão do governo de Juan Manuel Santos (2010-2018) que recebeu uma propina milionária da construtora brasileira em meio à campanha pela reeleição.

Tamanho do texto:

Embora sua identidade permaneça sob sigilo, os Estados Unidos descrevem-no, em um texto divulgado em agosto pelo Departamento de Justiça, como um "funcionário de alto escalão do Poder Executivo do governo colombiano aproximadamente entre 2010 e 2018", período em que o Prêmio Nobel da Paz de 2016 esteve no poder.

O documento afirma que o misterioso personagem recebeu propina de US$ 3,4 milhões (R$ 16,9 milhões na cotação atual) em troca de favorecer a Odebrecht e seus parceiros colombianos.

O apelido foi-lhe atribuído pela Justiça desse país sul-americano em um acordo de cooperação com a Corficolombiana, uma empresa colombiana associada à construtora brasileira que reconheceu ter pagado subornos de US$ 23 milhões (R$ 114,5 milhões na cotação atual) a funcionários para garantir vários contratos.

Jornalistas, um ex-presidente dessa companhia e até o atual presidente, Gustavo Petro, aventuraram-se a apresentar suas hipóteses sobre a poderosa figura escondida por trás do "Colombian Official 3" ("Funcionário Colombiano3", na tradução literal).

Estas são as pistas reveladas até agora:

- O que ele fez? -

Pelo acordo, essa pessoa se reuniu em maio de 2014 - na reta final do primeiro turno presidencial, em que Santos buscava a reeleição - com um alto executivo da Odebrecht, e outro, da Corficolombiana.

Nessa reunião, os empresários concordaram em dar-lhe US$ 3,4 milhões em troca da obtenção de um contrato para a construção de uma rodovia ligando os municípios de Ocaña e Gamarra (nordeste).

Entre 2014 e 2015, as filiais da Odebrecht e da Corficolombiana transferiram esse valor para o funcionário por meio de terceiros. Depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno, em 25 de maio de 2014, Santos se recuperou no segundo turno e venceu Oscar Iván Zuluaga, em 15 de junho. Segundo a Promotoria colombiana, a campanha de Santos recebeu US$ 850 mil (R$ 4,2 milhões na cotação atual) da Odebrecht.

- O que se sabe? -

Diferentemente do ocorrido em outros países latino-americanos, na Colômbia, funcionários de alto escalão do governo não foram julgados pelo escândalo da Odebrecht.

"Sabemos quem subornou" e "quem foram os intermediários. Mas não sabemos para onde foi o dinheiro, porque chegou aos que estão no poder político", resumiu o atual presidente Petro, após tomar conhecimento do acordo de Corficolombiana nos Estados Unidos.

O "Funcionário 3" seria um dos altos comandos do governo favorecidos pelos subornos da Odebrecht.

Ainda é preciso determinar se o então presidente e candidato Santos estava a par da entrega do dinheiro. Roberto Prieto, seu coordenador de campanha, esteve preso por esses acontecimentos entre 2019 e 2022.

- Poderia ser o ex-presidente Santos? -

Citando "uma fonte importante que conhece" o acordo entre a Corficolombiana e os Estados Unidos, a revista Semana garantiu que o ex-presidente Juan Manuel Santos "é, na verdade, o chamado ‘Colombian Official 3'".

O ex-presidente - vencedor do Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para alcançar o acordo de 2016 que desarmou a guerrilha das Farc - descreveu esta versão como uma "falácia" e "uma calúnia imprudente, infame e contraevidente", em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Questionado sobre esta versão, o procurador responsável pelas investigações do caso Odebrecht na Colômbia, Gabriel Jaimes, respondeu: "Não posso afirmar, nem posso negar, que seja Juan Manuel Santos".

- Outros nomes? -

José Elías Melo, ex-presidente da Corficolombiana condenado em 2019 a 11 anos de prisão por estes acontecimentos, disse, por sua vez, ao portal Cambio, que o misterioso funcionário "tinha de ter incidência sobre a decisão do contrato e, claro, sobre a campanha política".

Melo afirma ter sido um bode expiatório usado pelo dono da Corficolombiana e homem mais rico da Colômbia, Luis Carlos Sarmiento, para fugir de suas responsabilidades, e negou ter estado na reunião descrita no texto.

Com base na história das autoridades americanas, ele se animou, contudo, a lançar três nomes.

"Pode ser Juan Manuel Santos, pode ser Germán Vargas Lleras (ministro de Santos em diferentes ministérios entre 2010 e 2013, e seu vice-presidente, entre 2014 e 2017), pode ser María Lorena Gutiérrez (que ocupou vários cargos de chefia na mesma administração e é a atual presidente da Corficolombiana). Não sei", disse o executivo condenado.

Em resposta, Vargas garantiu que teria sido "impossível", para ele, compactuar com a propina em maio de 2014, já que, durante o primeiro semestre do referido ano, não ocupou qualquer cargo no governo.

Gutiérrez não se referiu publicamente a esta acusação.

O último a lançar sua hipótese foi Petro, que, como senador, denunciou a corrupção da Odebrecht. Interrogado pelo Cambio sobre a possível identidade do "número 3", mencionou "Javier Hernández", vice-ministro dos Transportes e vice-presidente da Agência Nacional de Infraestruturas (estatal) entre 2012 e 2014.

B.Svoboda--TPP