The Prague Post - Pagar para ficar com o imóvel: a extorsão de casas vazias no Equador

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Pagar para ficar com o imóvel: a extorsão de casas vazias no Equador
Pagar para ficar com o imóvel: a extorsão de casas vazias no Equador / foto: Gerardo MENOSCAL - AFP

Pagar para ficar com o imóvel: a extorsão de casas vazias no Equador

Eletrodomésticos, cadeiras, e até uma mesa de sinuca. A família retira objetos que não são seus e coloca em ordem a sua casa no sudoeste do Equador que foi recentemente resgatada dos narcotraficantes, que impõem uma extorsão cruel: pagar para mantê-la.

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O ambiente é tenso na violenta região costeira de Durán, próxima a Guayaquil, guardada por soldados e policiais. Dois jovens mascarados derrubam a chutes as improvisadas paredes de madeira que cercam a casa.

"Queriam que pagássemos 2 mil dólares" (11,3 mil reais na cotação atual) em troca de supostamente "cuidar" da residência que estava em construção, conta à AFP a proprietária, que pediu anonimato por medo de represálias.

A força pública recuperou a casa para a família, que como muitas outras, foi vítima de uma nova modalidade de extorsão no Equador, na qual organizações ilegais assumem o controle de bairros estratégicos para o tráfico de drogas e o crime.

“Não fique muito tempo”, alerta um policial à manicure, que teme voltar definitivamente.

A mulher disse ter pagado 300 dólares aos criminosos (1,7 mil reais), o que foi insuficiente para impedir as ameaças contra seu marido e família.

"Tive que sair daqui por medo (...) matam qualquer um", disse em meio a operação oficial. Os uniformizados quebram cadeados e derrubam portas para recuperar a casa tomada pelos criminosos no bairro Fincas Delia, nos arredores de Durán.

Antes de sua fuga, a mulher havia construído algumas paredes. Oito meses depois, ao retornar, encontrou uma casa terminada e pronta para uso dos traficantes.

- "Dano irreparável" -

Durán, zona industrial com uns 300.000 habitantes, é um "lugar com um passado de abandono e submetida ao poder da máfia durante muitos anos", indica à AFP Billy Navarrete, diretor da Comissão Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos (CDH) no vizinho porto comercial de Guayaquil, um foco dos grupos criminosos dedicados ao transporte de drogas para os Estados Unidos e a Europa e que está ligada a Durán por uma ponte de dois quilômetros.

Os traficantes chamados "vacinadores", também usam as residências invadidas para "manter pessoas sequestradas", além de armazenarem drogas e armas, explica à AFP César Peña, procurador da província de Guayas (capital Guayaquil).

As crianças, em Durán, também são presas fáceis do tráfico. Eles as obrigam a servir como guardas, traficantes ou pistoleiras, o que gera “danos irreparáveis ao tecido social” da cidade, afirma ele.

- Deslocamento interno -

Peña reconhece que as extorsões cresceram no país por conta da pandemia de covid-19, que aumentou o desemprego. Em Guayas, as autoridades recebem, por mês, cerca de 4 mil denúncias desse delito, disse.

Os criminosos não têm como alvo apenas residências, empresas ou negócios. As “vacinas” (extorsões) chegaram às escolas e aos ativistas dos direitos humanos.

"Se o proprietário não paga uma determinada cota, o obrigam a sair de seu imóvel, atiram nele, matam um membro de sua família ou colocam algum dispositivo explosivo nele para deixá-lo com medo”, diz o procurador de 47 anos.

Em uma demonstração de força, o governo do presidente Daniel Noboa enviou mais de mil policiais e militares para Durán, alertando às máfias que suas “horas estavam contadas”.

Ao menos 100 casas foram recuperadas nessa localidade em operações realizadas em julho. Um mês antes, 170 residências foram devolvidas aos seus proprietários em Guayaquil.

A passagem de uma motocicleta alerta o policial que acompanha a família na recuperação de sua casa.

Essas "pessoas que andam de moto observam tudo para contar aos terroristas depois", sussurra um homem de uniforme.

Após o despejo, colchões, louças, bicicleta, televisão, camas e outros móveis de ex-moradores queimam em uma fogueira na rua empoeirada.

I.Mala--TPP