The Prague Post - 'Não somos animais': migrantes rejeitam albergues da Costa Rica e Panamá

EUR -
AED 4.170399
AFN 81.182077
ALL 98.328901
AMD 441.999321
ANG 2.046371
AOA 1038.916978
ARS 1300.036762
AUD 1.760107
AWG 2.046609
AZN 1.932972
BAM 1.953698
BBD 2.292485
BDT 137.950667
BGN 1.957363
BHD 0.428042
BIF 3330.77862
BMD 1.135428
BND 1.465932
BOB 7.846144
BRL 6.522807
BSD 1.135453
BTN 96.182854
BWP 15.395586
BYN 3.71578
BYR 22254.392688
BZD 2.280696
CAD 1.566789
CDF 3264.355971
CHF 0.930935
CLF 0.027965
CLP 1073.274423
CNY 8.203866
CNH 8.196588
COP 4881.205825
CRC 574.619624
CUC 1.135428
CUP 30.088847
CVE 110.590414
CZK 24.893156
DJF 201.787978
DKK 7.460671
DOP 66.875324
DZD 150.612144
EGP 57.50637
ERN 17.031423
ETB 150.614398
FJD 2.563114
FKP 0.849405
GBP 0.851463
GEL 3.128063
GGP 0.849405
GHS 15.185796
GIP 0.849405
GMD 80.615969
GNF 9833.418541
GTQ 8.7356
GYD 237.54217
HKD 8.810951
HNL 29.389921
HRK 7.542872
HTG 148.400113
HUF 404.306705
IDR 18719.577621
ILS 4.073292
IMP 0.849405
INR 96.203071
IQD 1487.41094
IRR 47815.718083
ISK 146.515705
JEP 0.849405
JMD 180.186107
JOD 0.805245
JPY 162.446277
KES 146.754042
KGS 99.2933
KHR 4545.449053
KMF 492.202917
KPW 1021.859315
KRW 1582.03723
KWD 0.348088
KYD 0.946153
KZT 584.189958
LAK 24553.416883
LBP 101733.043897
LKR 339.936658
LRD 227.082643
LSL 20.766054
LTL 3.352624
LVL 0.686809
LYD 6.19833
MAD 10.464539
MDL 19.409567
MGA 5046.978321
MKD 61.546585
MMK 2383.804552
MNT 4060.528168
MOP 9.076133
MRU 44.981597
MUR 51.593489
MVR 17.496362
MWK 1968.82879
MXN 22.228834
MYR 4.81309
MZN 72.557831
NAD 20.767425
NGN 1826.642509
NIO 41.774635
NOK 11.701059
NPR 153.892566
NZD 1.901717
OMR 0.437123
PAB 1.135463
PEN 4.149309
PGK 4.575316
PHP 62.906185
PKR 319.474126
PLN 4.270199
PYG 9074.235476
QAR 4.139146
RON 5.120444
RSD 117.101725
RUB 91.525358
RWF 1631.06696
SAR 4.258464
SBD 9.481789
SCR 16.14032
SDG 681.822978
SEK 10.911039
SGD 1.466519
SHP 0.892268
SLE 25.808413
SLL 23809.343168
SOS 648.844656
SRD 41.805347
STD 23501.071286
SVC 9.93431
SYP 14762.434922
SZL 20.755037
THB 37.185596
TJS 11.779906
TMT 3.985353
TND 3.402239
TOP 2.659288
TRY 43.874643
TTD 7.705218
TWD 34.518719
TZS 3055.437223
UAH 47.05087
UGX 4154.52943
USD 1.135428
UYU 47.538845
UZS 14675.409188
VES 100.613052
VND 29478.5546
VUV 137.009412
WST 3.024772
XAF 655.300906
XAG 0.034785
XAU 0.000334
XCD 3.068552
XDR 0.815975
XOF 654.006742
XPF 119.331742
YER 277.598751
ZAR 20.687787
ZMK 10220.217564
ZMW 30.34362
ZWL 365.607417
'Não somos animais': migrantes rejeitam albergues da Costa Rica e Panamá
'Não somos animais': migrantes rejeitam albergues da Costa Rica e Panamá / foto: MARTIN BERNETTI - AFP

'Não somos animais': migrantes rejeitam albergues da Costa Rica e Panamá

Em uma cidadezinha do Caribe panamenho, o venezuelano Luis Montilla aguarda para pagar uma lancha em seu caminho de volta após não conseguir entrar nos Estados Unidos. Prefere dormir na praia a estar preso nos albergues de migrantes: "Não somos animais", diz à AFP.

Tamanho do texto:

Montilla, de 28 anos, e outros 50 venezuelanos estão presos na localidade costeira de Miramar, na província de Colón, enquanto familiares lhes enviam os 260 dólares que o lancheiro cobra de cada para levá-los à fronteira com a Colômbia para depois seguir rumo ao seu país ou a outro destino.

Eles cruzaram o México e a América Central a pé e de ônibus, pois o presidente Donald Trump endureceu a política migratória e eliminou o aplicativo CBP One com o qual solicitavam uma entrevista para pedir asilo.

"A migração inversa não é um retorno voluntário, mas sim o reflexo de uma crise maior que deixou milhares no limbo. É um fluxo de retorno forçado", afirmou à AFP Diego Chaves, analista do Instituto de Política Migratória, com sede em Washington.

Nem Montilla nem os outros queriam se valer do plano anunciado esta semana pela Costa Rica e pelo Panamá, que envia os migrantes, em ônibus pagos por eles, para abrigos em áreas remotas da fronteira.

"Ali te tratam como se fosse um delinquente, está preso. A gente prefere caminhar", afirma Víctor Díaz, de 19 anos. Como centenas no último mês, Díaz prefere o perigo do mar a voltar a cruzar a inóspita selva de Darién, fronteiriça com a Colômbia.

A maioria dos venezuelanos retornou do México. Ao longo do caminho, Montilla dormiu nas ruas sobre papelão e comeu por caridade.

- "Centros de detenção" -

Jinnelis Navas, de 50 anos, chegou a Miramar com 10 parentes. São muitos e estão tentando conseguir dinheiro para a lancha. Estiveram em um albergue no México onde a trataram "como cachorros". "Por isso não nos entregamos" às autoridades da Costa Rica e Panamá, explicou.

Os migrantes que chegam à Costa Rica da Nicarágua, após passar pelos países do norte centro-americano, são enviados de ônibus ao chamado abrigo "Catem", 360 km ao sul de San José, na fronteira com o Panamá.

Dali pegam outro ônibus que cruza o Panamá até dois centros para migrantes, Lajas Blancas e San Vicente, no Darién, a 260 km da capital panamenha. Dessa região, viajariam em voos humanitários, mas até o momento não houve nenhum.

Sob pressão de Trump, Costa Rica e Panamá são "pontes" de deportação. No Catem e em San Vicente também há mais de 200 asiáticos deportados pelos Estados Unidos que rejeitam ser repatriados, como afegãos e iranianos. A Organização Internacional para a Migração (OIM) deve buscar outro destino para eles.

"Os migrantes são criminalizados" e os albergues na Costa Rica e Panamá "são centros de detenção", afirmou à AFP a advogada Gabriela Oviedo, do Centro para a Justiça e o Direito Internacional (CEJIL).

Vigiados por policiais, nesses centros, os migrantes dormem em barracas, têm acesso à comida e a serviços básicos. Também são submetidos a controles biométricos para descartar antecedentes criminais.

Oviedo, coordenadora de Mobilidade Humana do escritório da América Central e México do CEJIL, argumenta que "os migrantes não têm acesso à defesa nem à assessoria legal" e não deveria haver crianças presas.

A AFP solicitou, sem sucesso, acesso aos abrigos na Costa Rica e no Panamá.

- "Novo ciclo de precariedade" -

Mais de 2.200 migrantes chegaram ao Panamá em fevereiro em fluxo inverso, segundo a contagem do governo de uma semana atrás.

Muitos voltam endividados e durante a viagem se endividam ainda mais. Devem pagar os ônibus - 120 dólares da fronteira com a Nicarágua a Lajas Blancas - e as lanchas. E isso é apenas uma parte do trajeto.

"A migração inversa não será o fim do caminho para muitos, mas sim um novo ciclo de precariedade e mobilidade forçada", disse Chaves, que alertou que é necessário uma "estratégia regional" para atender "aqueles que estão presos nesse processo hoje".

A Defensoria dos Habitantes da Costa Rica afirmou que muitos migrantes no Catem desejam sair para trabalhar informalmente e juntar o dinheiro para seguir sua viagem.

"Eles têm direito a que sua liberdade de circulação não seja restringida arbitrariamente", indicou à AFP Juanita Goebertus, diretora para as Américas da Human Rights Watch (HRW).

Mas um funcionário costarriquenho disse que preferem tê-los "controlados".

Sua aventura rumo ao norte foi frustrada, Montilla diz, enquanto espera o dia de zarpar, que eles só querem “ajuda para seguir em frente”, desta vez rumo ao sul.

U.Ptacek--TPP