

EUA realiza maior número anual de execuções em uma década
Um homem condenado à morte foi executado nesta terça-feira no estado da Flórida, o que aumentou o número de execuções nos Estados Unidos para 26 desde o começo do ano, o maior em uma década.
Michael Bell, 54, foi executado por injeção letal na penitenciária estadual de Raiford, segundo autoridades. Ele havia sido condenado à morte pelo assassinato, em 1993, de Jimmy West, 23, e Tamecka Smith, 18, em Jacksonville, um crime motivado pelo assassinato de seu irmão Lamar por Theodore Wright, irmão de West, meses antes.
Michael Bell é um dos 30 condenados à morte que passaram em sua juventude pela tristemente célebre Florida School for Boys. Com pouco mais de um século de funcionamento, esse centro foi fechado em 2011.
Por dentro dos seus muros, atos de crueldade entre os internos eram comuns. O local inspirou o romance "The Nickel Boys", do escritor Colson Whitehead, que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 2020.
Oito condenados foram executados na Flórida neste ano e 26 em todo o país, o maior número desde 2015, quando houve 28 execuções. Outras nove estão programadas para este ano.
"O aumento das execuções neste ano é resultado das decisões de alguns funcionários eleitos em um pequeno número de estados", explica um relatório divulgado na semana passada pelo observatório especializado Death Penalty Information Center. Essas execuções estão "muito localizadas geograficamente", com mais da metade tendo ocorrido nos estados da Flórida, Carolina do Sul e do Texas, destaca o texto.
Das 26 execuções realizadas neste ano, 21 foram por injeção letal, 3 por inalação de nitrogênio e duas por fuzilamento.
A pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados americanos. Na Califórnia, Pensilvânia e no Oregon, está em vigor uma moratória.
A.Novak--TPP