

Número dois do Departamento de Justiça dos EUA segue interrogatório de cúmplice de Epstein
O número dois do Departamento de Justiça dos Estados Unidos interroga, nesta sexta-feira (25), pelo segundo dia, Ghislaine Maxwell, cúmplice do criminoso sexual Jeffrey Epstein, na Flórida, onde ela cumpre pena. Recentemente, este caso se tornou um pesadelo político para o presidente Donald Trump.
O caso Epstein abriu uma fissura na base do republicano, especialmente entre seu movimento MAGA (acrônimo em inglês de "Torne os Estados Unidos Grandes Novamente").
Parte dos conservadores acusam o governo de tentar encobrir as elites ao se recusar a divulgar os detalhes do caso do financista, encontrado morto em sua cela em 2019 antes de seu julgamento por crimes sexuais.
Nesta sexta-feira, Trump voltou a tentar se distanciar de Epstein, que fazia parte de seu círculo nova-iorquino quando era um magnata do setor imobiliário.
"Não tenho nada a ver com esse sujeito", declarou a jornalistas antes de partir de Washington rumo à Escócia.
Ele sugeriu à imprensa que olhe para o ex-presidente democrata Bill Clinton ou seu secretário do Tesouro, Larry Summers. Acrescentou que poderia fornecer-lhes uma lista de personalidades com vínculos muito mais estreitos com Jeffrey Epstein do que ele.
Sobre se considera conceder um perdão presidencial ou uma comutação da pena a Ghislaine Maxwell, o presidente afirmou que "não cogitou", mas destacou que tem poder para fazê-lo.
Maxwell foi condenada em 2022 a 20 anos de prisão por tráfico sexual, acusada de ter recrutado menores de idade entre 1994 e 2004 para serem exploradas sexualmente por Epstein.
Trump prometeu revelar os detalhes do caso, mas neste mês o FBI (polícia federal) e o Departamento de Justiça negaram que existam provas da existência de uma lista secreta de clientes deste rico financista e confirmaram que ele se suicidou.
- "Ela diz a verdade" -
Nesse contexto, Todd Blanche, segundo no comando do departamento e ex-advogado pessoal de Trump em vários processos criminais, reuniu-se com Maxwell no tribunal de Tallahassee, capital da Flórida, pelo segundo dia consecutivo.
Sua equipe entrou no tribunal por uma porta traseira, de acordo com a mídia americana.
David Markus, advogado de Maxwell, falou brevemente com repórteres ao chegar. "Ghislaine foi tratada injustamente por mais de cinco anos", declarou, dizendo que ela era um "bode expiatório".
"Tudo o que ela diz pode ser corroborado, e ela diz a verdade. Não tem motivos para mentir neste momento e continuará dizendo a verdade", acrescentou o advogado, que se recusou a revelar os detalhes do interrogatório.
Na quinta-feira, Blanche afirmou que o Departamento de Justiça compartilhará informações "no momento oportuno".
Trump também negou mais uma vez ter escrito uma carta de tom sugestivo a Epstein em seu 50º aniversário, em 2003, como assegura The Wall Street Journal, jornal que ele está processando.
Seu governo se esforça para sair bem deste assunto. Os líderes republicanos do Congresso colocaram seus membros em recesso na quarta-feira, um dia antes do previsto, para evitar debates potencialmente explosivos sobre a possível publicação de documentos do caso Epstein.
E.Soukup--TPP