The Prague Post - Putin acelera o passo rumo ao 'totalitarismo' na Rússia, diz escritor Boris Akunin

EUR -
AED 4.259931
AFN 77.160181
ALL 96.850227
AMD 442.401038
ANG 2.076294
AOA 1063.677072
ARS 1669.055616
AUD 1.767413
AWG 2.087915
AZN 1.976525
BAM 1.955805
BBD 2.329705
BDT 141.350332
BGN 1.968011
BHD 0.435001
BIF 3394.307963
BMD 1.159953
BND 1.504604
BOB 7.993019
BRL 6.236027
BSD 1.156703
BTN 102.544241
BWP 15.533036
BYN 3.942709
BYR 22735.073339
BZD 2.326405
CAD 1.629908
CDF 2598.294516
CHF 0.933958
CLF 0.027862
CLP 1091.35256
CNY 8.255852
CNH 8.261671
COP 4467.910482
CRC 580.101361
CUC 1.159953
CUP 30.738747
CVE 110.265259
CZK 24.471643
DJF 205.980483
DKK 7.508031
DOP 74.320174
DZD 149.986352
EGP 54.518128
ERN 17.399291
ETB 178.208318
FJD 2.659946
FKP 0.882902
GBP 0.881758
GEL 3.149318
GGP 0.882902
GHS 12.60803
GIP 0.882902
GMD 84.101039
GNF 10040.023555
GTQ 8.867021
GYD 242.000568
HKD 9.017299
HNL 30.424071
HRK 7.575772
HTG 151.300355
HUF 390.266543
IDR 19298.7714
ILS 3.773738
IMP 0.882902
INR 102.97504
IQD 1515.303555
IRR 48805.011161
ISK 145.586114
JEP 0.882902
JMD 185.650436
JOD 0.822452
JPY 178.631605
KES 149.450351
KGS 101.438311
KHR 4638.010881
KMF 494.140266
KPW 1044.01324
KRW 1657.306094
KWD 0.356013
KYD 0.963902
KZT 612.471437
LAK 25008.058672
LBP 103640.543153
LKR 352.160826
LRD 211.970497
LSL 20.060547
LTL 3.425039
LVL 0.701644
LYD 6.310015
MAD 10.713725
MDL 19.693046
MGA 5195.012188
MKD 61.620145
MMK 2434.716309
MNT 4162.087864
MOP 9.259322
MRU 46.335109
MUR 53.068276
MVR 17.751613
MWK 2005.704706
MXN 21.531279
MYR 4.857927
MZN 74.125305
NAD 20.060547
NGN 1678.637617
NIO 42.5701
NOK 11.741742
NPR 164.070385
NZD 2.029664
OMR 0.443731
PAB 1.156903
PEN 3.913209
PGK 4.877011
PHP 68.08115
PKR 327.549368
PLN 4.276946
PYG 8183.019198
QAR 4.21621
RON 5.119224
RSD 117.220275
RUB 93.250219
RWF 1680.103942
SAR 4.350385
SBD 9.554962
SCR 17.028538
SDG 697.715826
SEK 11.017487
SGD 1.507015
SHP 0.870265
SLE 26.876535
SLL 24323.628045
SOS 661.101551
SRD 44.669204
STD 24008.679397
STN 24.500057
SVC 10.121024
SYP 12825.363833
SZL 20.056047
THB 37.571296
TJS 10.653225
TMT 4.059835
TND 3.416008
TOP 2.71673
TRY 48.73004
TTD 7.834018
TWD 35.722836
TZS 2845.506676
UAH 48.480314
UGX 4029.009453
USD 1.159953
UYU 46.140108
UZS 13886.032578
VES 256.893396
VND 30524.155863
VUV 141.366347
WST 3.247376
XAF 655.958539
XAG 0.023832
XAU 0.00029
XCD 3.134831
XCG 2.084705
XDR 0.815802
XOF 655.958539
XPF 119.331742
YER 276.652887
ZAR 20.150247
ZMK 10440.970593
ZMW 25.59206
ZWL 373.504303
Putin acelera o passo rumo ao 'totalitarismo' na Rússia, diz escritor Boris Akunin
Putin acelera o passo rumo ao 'totalitarismo' na Rússia, diz escritor Boris Akunin / foto: ANDREY SMIRNOV - AFP

Putin acelera o passo rumo ao 'totalitarismo' na Rússia, diz escritor Boris Akunin

A Rússia está se tornando, a passos largos, um Estado "totalitário", afirmou o escritor exilado Boris Akunin, incluído recentemente na lista de personalidades consideradas "terroristas" pelo governo do presidente Vladimir Putin.

Tamanho do texto:

"O regime de Putin claramente decidiu dar um novo passo em sua conversão de um Estado policial e autocrático para um Estado totalitário", afirmou Akunin, que atualmente mora na Espanha, em entrevista com a AFP por videoconferência.

A Rússia incluiu Boris Akunin em sua lista de personalidades "terroristas e extremistas". É a primeira vez em décadas que as autoridades russas adotam esta medida contra um escritor. Foi aberta uma investigação contra ele após suas críticas contra a guerra na Ucrânia.

"Quando a repressão se estende à esfera da literatura em um país como a Rússia, onde a literatura [ocupa um lugar] tão central, é um sinal importante" de alerta, observou o romancista, que também tem nacionalidade britânica.

Registrado como Grigori Chjartishvili em 1956 na Geórgia, na época uma república soviética, Boris Akunin é conhecido por seus romances policiais históricos, sobretudo, pela saga de sucesso protagonizada pelo detetive Erast Fandorin, ambientada na época czarista.

Extremamente popular, seus livros venderam mais de 30 milhões de exemplares em seu país. Várias de suas obras foram publicadas em português, como "A Jogada Turca", "Rainha do Inverno", "O Valete de Espadas" e "Leviatã".

Em 2014, Boris Akunin se pronunciou contra a anexação da república ucraniana da Crimeia e, em seguida, exilou-se na Europa. Em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, denunciou no Facebook o começo de uma "guerra absurda".

"Venceu a loucura", avaliou.

A inclusão de um escritor na lista de "terroristas" é algo que "não ocorria desde o período de Stalin e do Grande Terror", a repressão maciça contra opositores na segunda metade dos anos 1930, constatou Akunin.

Um deputado do partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, qualificou Akunin de "inimigo", que deveria ser "destruído".

- "Mostrem-nos Navalny vivo!" -

A editora AST anunciou, neste mês, que deixaria de publicar as obras de Boris Akunin e de Dmtir Bykov, outro escritor crítico a Putin.

"O engraçado é que os promotores [encarregados da investigação] terão que ler todos os meus livros para buscar o extremismo", comentou, em tom de brincadeira. "Sou muito prolífico, escrevi 80 livros".

Segundo Akunin, esta investigação poderia ser uma cortina de fumaça do Kremlin para desviar a atenção da situação do opositor preso Alexei Navalny, de quem os familiares não têm notícias há duas semanas.

"Gostaria que os dirigentes mundiais dessem um ultimato a Putin: 'Mostrem-nos Navalny vivo!'. É muito importante", reforçou o romancista.

Para Akunin, a repressão vai piorar. "Dois passos mais e a Rússia vai se tornar um Estado completamente totalitário", vaticinou.

Desde 2022, ONGs e veículos de comunicação têm alertado que artistas que criticaram a invasão russa da Ucrânia ou que não manifestaram seu apoio ao poder foram demitidos ou tiveram de se exilar. Outros foram presos.

Mas, segundo Akunin, os dirigentes ocidentais cometeram um "erro estratégico", ao não entender a lógica histórica do imperialismo russo. Os ocidentais também se equivocam, ao não apoiar os opositores russos no exílio, segundo ele.

"O trágico é que o mundo, no qual acreditavam ter encontrado refúgio, não foi hospitaleiro", afirmou o escritor, acrescentando que vários exilados acabam voltando para a Rússia.

Ele disse acreditar, no entanto, em que os opositores conseguirão impor uma mudança na Rússia até derrubar "um regime mais frágil do que parece".

"Penso que está claro que Putin não será derrubado militarmente" e que a mudança virá de dentro, destacou.

P.Svatek--TPP