The Prague Post - De Godzilla a Astro Boy: como a bomba atômica transformou a cultura japonesa

EUR -
AED 4.247588
AFN 79.438603
ALL 97.247325
AMD 443.612309
ANG 2.069638
AOA 1060.433764
ARS 1576.726432
AUD 1.784607
AWG 2.084441
AZN 1.963822
BAM 1.952333
BBD 2.332708
BDT 140.83992
BGN 1.95402
BHD 0.435976
BIF 3444.483872
BMD 1.156417
BND 1.487559
BOB 8.000794
BRL 6.399375
BSD 1.155344
BTN 101.224263
BWP 16.51268
BYN 3.790154
BYR 22665.765989
BZD 2.320679
CAD 1.59367
CDF 3342.043919
CHF 0.934315
CLF 0.028533
CLP 1119.342145
CNY 8.339846
CNH 8.304256
COP 4771.849155
CRC 583.750855
CUC 1.156417
CUP 30.645041
CVE 110.069557
CZK 24.580799
DJF 205.734691
DKK 7.462836
DOP 69.526247
DZD 150.771162
EGP 55.994271
ERN 17.346249
ETB 160.146539
FJD 2.615241
FKP 0.870866
GBP 0.870261
GEL 3.113718
GGP 0.870866
GHS 12.131459
GIP 0.870866
GMD 83.845996
GNF 10021.206047
GTQ 8.866065
GYD 241.710811
HKD 9.077963
HNL 30.359093
HRK 7.532087
HTG 151.610141
HUF 398.285493
IDR 18933.084384
ILS 3.942589
IMP 0.870866
INR 101.361099
IQD 1513.50603
IRR 48699.595846
ISK 143.00224
JEP 0.870866
JMD 184.861754
JOD 0.819861
JPY 170.410135
KES 149.270025
KGS 101.128328
KHR 4632.773908
KMF 494.367541
KPW 1040.774969
KRW 1600.08759
KWD 0.353378
KYD 0.96279
KZT 624.298777
LAK 24995.617036
LBP 103518.090188
LKR 347.581321
LRD 231.648678
LSL 20.812744
LTL 3.414597
LVL 0.699505
LYD 6.311793
MAD 10.478594
MDL 19.755921
MGA 5125.898302
MKD 61.420939
MMK 2427.424891
MNT 4153.744766
MOP 9.341812
MRU 46.043244
MUR 53.484869
MVR 17.808518
MWK 2003.342805
MXN 21.79903
MYR 4.900316
MZN 73.964604
NAD 20.812744
NGN 1761.777714
NIO 42.513593
NOK 11.875127
NPR 161.958422
NZD 1.954153
OMR 0.444611
PAB 1.155349
PEN 4.13925
PGK 4.867357
PHP 66.291545
PKR 327.75591
PLN 4.276011
PYG 8653.634348
QAR 4.213818
RON 5.07378
RSD 117.157028
RUB 92.221018
RWF 1671.23251
SAR 4.338355
SBD 9.557325
SCR 16.984786
SDG 694.426836
SEK 11.180323
SGD 1.489049
SHP 0.908762
SLE 26.597866
SLL 24249.483131
SOS 661.222552
SRD 42.602442
STD 23935.489489
STN 24.456469
SVC 10.10905
SYP 15035.622137
SZL 20.812954
THB 37.485823
TJS 10.889065
TMT 4.059022
TND 3.406352
TOP 2.708442
TRY 47.038983
TTD 7.830926
TWD 34.52308
TZS 2897.455029
UAH 48.256215
UGX 4134.658377
USD 1.156417
UYU 46.457509
UZS 14701.894876
VES 142.809775
VND 30292.333678
VUV 139.448052
WST 3.209617
XAF 654.794328
XAG 0.030975
XAU 0.000343
XCD 3.125274
XCG 2.082194
XDR 0.815234
XOF 654.794328
XPF 119.331742
YER 278.231277
ZAR 20.841285
ZMK 10409.13512
ZMW 26.485971
ZWL 372.365684
De Godzilla a Astro Boy: como a bomba atômica transformou a cultura japonesa
De Godzilla a Astro Boy: como a bomba atômica transformou a cultura japonesa / foto: Kazuhiro NOGI - AFP

De Godzilla a Astro Boy: como a bomba atômica transformou a cultura japonesa

As bombas nucleares que atingiram Hiroshima e Nagasaki influenciaram profundamente e durante décadas a cultura japonesa, inspirando desde Godzilla até as histórias dos mangás.

Tamanho do texto:

O título em japonês do mangá "Astro Boy" é traduzido como "Átomo poderoso", enquanto outros animes famosos "Akira", "Neon Genesis Evangelion" e "Ataque dos Titãs" mostram explosões em larga escala.

"Passar por um sofrimento extremo" e exorcizar um trauma é um tema recorrente na produção cultural japonesa, e isto fascinou o público mundial", comenta William Tsutsui, professor de História na Universidade de Ottawa.

As bombas atômicas lançadas em agosto de 1945 deixaram quase 140.000 mortos em Hiroshima e 74.000 em Nagasaki.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as histórias de destruição e mutações foram associadas ao temor das frequentes catástrofes naturais e, após 2011, ao acidente em Fukushima.

Embora alguns poemas "descrevam o puro terror causado pela bomba atômica no momento em que foi lançada", muitas obras abordam o tema de forma indireta, segundo a escritora Yoko Tawada.

Em seu livro "O Emissário", publicado no Japão em 2014, a autora se concentra nas consequências de uma grande catástrofe, inspirando-se nas semelhanças entre as bombas atômicas, Fukushima e a "doença de Minamata", um envenenamento por mercúrio devido à poluição industrial no sudoeste japonês desde a década de 1950.

"Não se trata tanto de um aviso, mas de uma mensagem para dizer: as coisas podem piorar, mas encontraremos uma maneira de sobreviver", explica Tawada.

- Dar rosto a "medos abstratos" -

"Godzilla" é, sem dúvidas, a criação mais famosa que reflete a complexa relação entre o Japão e a energia nuclear: uma criatura pré-histórica despertada por testes atômicos americanos no Pacífico.

"Precisamos de monstros para dar forma e rosto a medos abstratos", diz Tsutsui, autor do livro "Godzilla on My Mind".

"Na década de 1950, Godzilla cumpriu esse papel para os japoneses, com a energia atômica, com as radiações, com as lembranças das bombas atômicas", completou.

Muitos saíram chorando do cinema após ver esta criatura fictícia destruindo Tóquio no filme original de 1954.

O tema nuclear está presente em quase 40 filmes sobre Godzilla, mas muitas vezes não se destaca nas tramas.

"O público americano não se interessava muito por filmes japoneses que refletiam a dor e o sofrimento da guerra e que, de certa forma, faziam referência negativa aos Estados Unidos e ao uso de bombas atômicas", segundo Tsutsui.

- "Chuva negra" -

"Chuva Negra", romance de Masuji Ibuse de 1965 sobre a doença e a discriminação causados pela radiação, é um dos relatos mais conhecidos sobre o bombardeio de Hiroshima.

Ibuse não era um sobrevivente, o que alimenta um "grande debate sobre quem tem legitimidade para escrever este tipo de histórias", explica Victoria Young, da Universidade de Cambridge.

Kenzaburo Oe, escritor e vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1994, compilou testemunhos de sobrevivente no "Hiroshima Notes", uma coleção de ensaios escritos na década de 1960.

O autor optou pelo gênero documental, observa Yoko Tawada. "Ele enfrenta a realidade, mas tenta abordá-la de um ângulo pessoal", incluindo a relação com seu filho deficiente, acrescenta.

Para esta escritora, que viveu na Alemanha por 40 anos, depois de crescer no Japão, a "educação antimilitarista" que recebeu por vezes a levava a pensar que apenas o Japão foi "uma vítima" durante a Segunda Guerra Mundial.

"No que diz respeito aos bombardeios, o Japão foi uma vítima, sem dúvidas, mas é importante ter uma visão global" e considerar as atrocidades que também cometeu.

Quando criança, as ilustrações dos bombardeios atômicos nos livros a lembravam das descrições do inferno na arte clássica japonesa.

"Isso me levou a questionar se a civilização humana não era, em si mesma, uma fonte de perigos", ressalta. Desta perspectiva, as armas atômicas não seriam tanto "um avanço tecnológico, mas algo que assombra o coração da humanidade", completou.

H.Dolezal--TPP