The Prague Post - Em um Paraguai marcado pela desigualdade, enchentes evidenciam as diferenças

EUR -
AED 4.189406
AFN 79.799397
ALL 98.243881
AMD 437.606371
ANG 2.041357
AOA 1045.955617
ARS 1356.067909
AUD 1.755192
AWG 2.046619
AZN 1.932429
BAM 1.956276
BBD 2.306961
BDT 139.633942
BGN 1.956276
BHD 0.428404
BIF 3401.426803
BMD 1.140627
BND 1.469557
BOB 7.894919
BRL 6.344507
BSD 1.142578
BTN 97.82878
BWP 15.285716
BYN 3.739109
BYR 22356.294261
BZD 2.295058
CAD 1.561803
CDF 3285.006289
CHF 0.936917
CLF 0.02769
CLP 1062.596781
CNY 8.200483
CNH 8.197791
COP 4698.939459
CRC 582.441577
CUC 1.140627
CUP 30.226622
CVE 110.291809
CZK 24.789538
DJF 203.459456
DKK 7.459736
DOP 67.446395
DZD 149.383311
EGP 56.363182
ERN 17.109409
ETB 156.014423
FJD 2.567324
FKP 0.842447
GBP 0.842564
GEL 3.113554
GGP 0.842447
GHS 11.710847
GIP 0.842447
GMD 80.984647
GNF 9903.407273
GTQ 8.780134
GYD 239.398192
HKD 8.950063
HNL 29.795242
HRK 7.533954
HTG 149.826419
HUF 403.460444
IDR 18610.474345
ILS 3.995127
IMP 0.842447
INR 97.849278
IQD 1496.763826
IRR 48034.655159
ISK 143.992681
JEP 0.842447
JMD 182.474355
JOD 0.808705
JPY 164.97519
KES 147.677055
KGS 99.74746
KHR 4584.114285
KMF 492.195325
KPW 1026.564541
KRW 1551.477669
KWD 0.349055
KYD 0.952131
KZT 582.721645
LAK 24666.995936
LBP 102372.684264
LKR 341.803084
LRD 227.935405
LSL 20.286431
LTL 3.367976
LVL 0.689954
LYD 6.221512
MAD 10.456342
MDL 19.691787
MGA 5154.252871
MKD 61.549961
MMK 2394.895664
MNT 4082.635278
MOP 9.233744
MRU 45.371029
MUR 51.693175
MVR 17.571372
MWK 1981.181576
MXN 21.788222
MYR 4.822005
MZN 72.95484
NAD 20.286431
NGN 1782.481279
NIO 42.050221
NOK 11.524418
NPR 156.526048
NZD 1.894006
OMR 0.436906
PAB 1.142578
PEN 4.142307
PGK 4.696142
PHP 63.453573
PKR 322.257033
PLN 4.286595
PYG 9121.217142
QAR 4.166813
RON 5.04283
RSD 117.198488
RUB 89.56531
RWF 1617.1931
SAR 4.285142
SBD 9.521261
SCR 16.764875
SDG 684.963904
SEK 10.989493
SGD 1.469704
SHP 0.896354
SLE 25.720962
SLL 23918.383535
SOS 652.958718
SRD 42.137034
STD 23608.681328
SVC 9.99743
SYP 14830.26304
SZL 20.27993
THB 37.286975
TJS 11.295546
TMT 3.992195
TND 3.388624
TOP 2.671466
TRY 44.769936
TTD 7.731879
TWD 34.14205
TZS 3036.33838
UAH 47.316001
UGX 4136.00536
USD 1.140627
UYU 47.481542
UZS 14598.548546
VES 112.226419
VND 29717.902586
VUV 136.34003
WST 3.134419
XAF 656.116486
XAG 0.031688
XAU 0.000344
XCD 3.082602
XDR 0.815998
XOF 656.116486
XPF 119.331742
YER 277.571612
ZAR 20.277969
ZMK 10267.01503
ZMW 28.306881
ZWL 367.281512
Em um Paraguai marcado pela desigualdade, enchentes evidenciam as diferenças
Em um Paraguai marcado pela desigualdade, enchentes evidenciam as diferenças / foto: NORBERTO DUARTE - AFP

Em um Paraguai marcado pela desigualdade, enchentes evidenciam as diferenças

Entre precários barracos de madeira, construídos por famílias de Assunção que tiveram que se afastar das margens do rio Paraguai devido às enchentes, não há sinais de campanha eleitoral para as presidenciais de 30 de abril.

Tamanho do texto:

"Não estou interessado. Não vamos votar", diz Albino Cubas, de 41 anos, no bairro de Tacambú, periferia da capital, falando em nome de sua família.

"Não há proposta séria para as pessoas pobres", afirma, com amargura, este homem que acaba de voltar do trabalho como segurança particular.

Forçado a se mudar pelas cheias causadas pelo aumento das águas do rio Paraguai, Cubas mora há mais de um mês em um terreno municipal junto com sua esposa, duas filhas adolescentes e um menino.

Sua família dorme em um único quarto. A prefeitura de Assunção cedeu a eles dois banheiros químicos, compartilhados com outras 10 famílias, das 60 que se refugiaram temporariamente no prédio de 10 hectares, erguido a cinco metros de altura com areia extraída do canal natural.

"Os políticos vêm e prometem qualquer coisa. Não há candidato que possa nos servir. Não vamos votar", repete ele a poucos dias das eleições em que o jovem economista Santiago Peña, do governista Partido Colorado (conservador), enfrentará Efraín Alegre, líder da oposição de uma coalizão de centro-esquerda.

Na periferia de Assunção, as famílias que chegaram há mais de 50 anos com filhos e netos já nascidos às margens do rio se misturam a outros moradores mais recentes. Eles são migrantes do norte, que compraram os direitos daqueles que se integraram à cidade.

Eles trabalham com reciclagem de lixo, trabalho doméstico, cuidado de idosos e doentes e também com a pesca.

O censo de 2022 confirmou o aumento da população neste tipo de moradia. "Durante a pandemia, tivemos 2.500 famílias cadastradas. Hoje já passamos de 3.000", revela o líder popular do bairro Tacambú, Víctor Hugo Fernández.

- Parte rica -

Em contraste, quando o rio sobe, o transporte fluvial de produtos agrícolas prospera.

Com cerca de 3.000 embarcações para o transporte de soja e grãos, o Paraguai possui a terceira frota de barcaças mais importante do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, segundo a Organização Marítima Internacional.

O diretor do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos, Guillermo Ehreke, garante o crescimento do negócio e que navios graneleiros brasileiros e minerais bolivianos também circulam pela hidrovia Paraguai-Paraná, que deságua no Rio da Prata.

"O Paraguai tem dois países: um que produz e desfruta do bem-estar e outro que tem problemas para sobreviver. Há uma diferença importante entre um determinado nível social que tem a vida inteira garantida e outro que tem que remar dia após dia", pontua Ehreke.

O reitor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Católica, Ángel Devaca Pavón, afirma que "vivemos em uma democracia social e política, mas não econômica".

Atraídos pela baixa carga tributária, que não passa de 10%, empresários argentinos, brasileiros, uruguaios, americanos e agora também europeus estão entrando neste mercado barato e seguro para fazer negócios.

Uma média de 10 milhões de toneladas de soja, 4 milhões de toneladas de milho e 2 milhões de toneladas de arroz saem anualmente pela hidrovia, segundo a Câmara de Grãos e Oleaginosas.

- Parte pobre -

Até mesmo o papa Francisco pediu a redução desta diferença.

Francisco disse em março, em uma mensagem para um fórum de juízes paraguaios reunidos em Assunção, que "não podemos e não devemos aceitar a pobreza e a fome em nações que desfrutam de todas as generosas contribuições da natureza: água pura, terra adequada, ar limpo".

"Se os juízes não fizerem nada para impedir que a pobreza exista em um país naturalmente rico, as portas se abrem para novos discursos totalitários", acrescentou o pontífice argentino.

Apesar das deficiências, o índice de Gini - medidor de desigualdade - melhorou nos últimos anos, passando de 52,3 em 2011 para 42,9 em 2021, segundo o Banco Mundial.

Para 2023, o Banco Central do Paraguai prevê um aumento de 4,8% do PIB. Entretanto, a pobreza atinge 24,7% dos 7,5 milhões de habitantes e a pobreza extrema, 5,6%, segundo a pesquisa domiciliar de 2022 do Instituto Nacional de Estatística.

E.Soukup--TPP