The Prague Post - Consumo desenfreado: tática e estratégia contra a inflação na Argentina

EUR -
AED 4.234724
AFN 76.703672
ALL 96.277224
AMD 439.783622
ANG 2.06401
AOA 1057.383699
ARS 1669.05169
AUD 1.761586
AWG 2.075562
AZN 1.958657
BAM 1.944233
BBD 2.315922
BDT 140.514048
BGN 1.956367
BHD 0.432427
BIF 3374.225926
BMD 1.15309
BND 1.495702
BOB 7.945729
BRL 6.199128
BSD 1.149859
BTN 101.937549
BWP 15.441137
BYN 3.919383
BYR 22600.563861
BZD 2.312642
CAD 1.615998
CDF 2582.921269
CHF 0.926335
CLF 0.027697
CLP 1084.895697
CNY 8.207007
CNH 8.212998
COP 4441.476598
CRC 576.669257
CUC 1.15309
CUP 30.556885
CVE 109.612887
CZK 24.336542
DJF 204.761823
DKK 7.468996
DOP 73.880467
DZD 149.098975
EGP 54.518
ERN 17.29635
ETB 177.153969
FJD 2.644209
FKP 0.876775
GBP 0.877876
GEL 3.130626
GGP 0.876775
GHS 12.533436
GIP 0.876775
GMD 83.546753
GNF 9980.622897
GTQ 8.81456
GYD 240.568799
HKD 8.960196
HNL 30.244071
HRK 7.530946
HTG 150.405204
HUF 388.046494
IDR 19184.592412
ILS 3.756946
IMP 0.876775
INR 102.365798
IQD 1506.338434
IRR 48516.261558
ISK 144.724003
JEP 0.876775
JMD 184.552056
JOD 0.81751
JPY 177.547011
KES 148.566145
KGS 100.837846
KHR 4610.570617
KMF 491.216047
KPW 1037.780405
KRW 1647.500619
KWD 0.353907
KYD 0.958199
KZT 608.847819
LAK 24860.101334
LBP 103027.365655
LKR 350.077307
LRD 210.716398
LSL 19.941861
LTL 3.404775
LVL 0.697492
LYD 6.272682
MAD 10.650339
MDL 19.576535
MGA 5164.276489
MKD 61.255576
MMK 2421.042737
MNT 4135.265435
MOP 9.20454
MRU 46.060972
MUR 52.754091
MVR 17.65437
MWK 1993.838182
MXN 21.41842
MYR 4.829178
MZN 73.684401
NAD 19.941861
NGN 1668.70594
NIO 42.318239
NOK 11.67548
NPR 163.099681
NZD 2.013357
OMR 0.441106
PAB 1.150058
PEN 3.890057
PGK 4.848157
PHP 67.678298
PKR 325.61146
PLN 4.256
PYG 8134.605295
QAR 4.191265
RON 5.088933
RSD 116.526755
RUB 93.249999
RWF 1670.163798
SAR 4.324646
SBD 9.498431
SCR 16.927147
SDG 693.581929
SEK 10.952412
SGD 1.500514
SHP 0.865116
SLE 26.716771
SLL 24179.720064
SOS 657.190219
SRD 44.404918
STD 23866.634774
STN 24.355106
SVC 10.061144
SYP 12749.401249
SZL 19.937388
THB 37.348258
TJS 10.590196
TMT 4.035815
TND 3.395798
TOP 2.700657
TRY 48.502712
TTD 7.787669
TWD 35.511482
TZS 2828.671559
UAH 48.193485
UGX 4005.172276
USD 1.15309
UYU 45.867126
UZS 13803.877444
VES 255.373514
VND 30343.563163
VUV 140.204906
WST 3.228163
XAF 652.077635
XAG 0.023691
XAU 0.000288
XCD 3.116284
XCG 2.072371
XDR 0.810975
XOF 652.077635
XPF 119.331742
YER 275.015051
ZAR 20.000329
ZMK 10379.187403
ZMW 25.440648
ZWL 371.294507
Consumo desenfreado: tática e estratégia contra a inflação na Argentina
Consumo desenfreado: tática e estratégia contra a inflação na Argentina / foto: Luis ROBAYO - AFP

Consumo desenfreado: tática e estratégia contra a inflação na Argentina

Restaurantes lotados, longas filas para entrar no teatro, shows que esgotam em horas. Argentinos com poder aquisitivo respondem com um frenesi de consumo à escalada da inflação, que acumulou 114% nos últimos 12 meses.

Tamanho do texto:

"Estamos cansados dos problemas econômicos. Já estamos tão acostumados a viver tantos anos sem estabilidade que as pessoas só querem se divertir", disse à AFP Santiago Basavilbaso, chef de 25 anos.

"Hoje as pessoas têm uma vida um pouco mais precarizada. Tive que mudar meus gostos, modificar minhas compras para marcas mais baratas, mas sem deixar de me divertir. Procuro me acomodar à economia", acrescentou, enquanto procurava os melhores preços de frutas e legumes para o seu negócio.

A Argentina está entre os países com a maior inflação do mundo. O aumento dos preços tem sido um problema crônico de sua economia, mas agora vive seu maior pico em 30 anos, com índices em torno de 8% ao mês que sufocam os mais pobres (40% da população).

"As estratégias do consumidor de hoje vêm justamente das famílias, são comportamentos que nossos pais e avós usaram durante a vida toda", disse o economista Martín Kalos.

"Comprar uma casa ou um carro é algo inalcançável. Então, o que você faz (com o dinheiro)? Você gasta", explicou o analista econômico Salvador Di Stefano.

Na Argentina, o crédito hoje se limita aos pequenos consumos e praticamente desapareceu para despesas maiores, como a compra de uma casa ou mesmo de um carro novo.

As taxas de juros, que variam entre 100% e 150% ao ano, assustam quem almeja um crédito hipotecário.

Os gastos são impulsionados em todos os níveis sociais. "Quem não pode tirar férias vai a um recital, quem não pode pagar um recital vai comer uma pizza e beber uma cerveja", afirmou Di Stefano.

- Dois por um e compras parceladas -

Os preços sobem tão rapidamente que qualquer compra feita com cartão de crédito, se for paga integralmente no vencimento, gera alguma economia.

"É preciso se ajustar ao orçamento que se tem. O preço do azeite, do sal, do pão ou do café aumenta quase semanalmente", comentou Adrián Álvarez, um instrutor de meditação de 63 anos, que às vezes chega ao final do mês com dinheiro, às vezes não.

"Quando não tenho, uso o cartão de crédito. Jogo com 30 ou 35 dias de vantagem. Levo a mercadoria por um preço e pago depois", explicou.

No supermercado onde costuma fazer as suas compras, as prateleiras têm cartazes com promoções de todo tipo: desde levar dois produtos iguais para obter um desconto de 70% no preço do segundo, até usar um cartão de um banco específico em um dia da semana para ganhar 30% de desconto.

Anúncios semelhantes são exibidos nas vitrines de lojas de roupas e de eletrodomésticos, estabelecimentos que também se oferecem para financiar as compras em até 12 parcelas mensais, uma forma de "liquefazer" os preços.

- Economizar é difícil -

"A inflação incentiva as pessoas a gastarem mais rápido, porque economizar é mais difícil", afirmou Kalos. "O salário é gasto cada vez mais rápido, o dinheiro fica menos tempo nas mãos de quem o arrecada porque perde valor", explicou.

"Há uma grande dispersão de preços. É difícil saber se o que se compra é barato ou caro porque a referência se perde constantemente", acrescentou.

Nesse emaranhado de preços e ofertas, Ricardo Nasio, presidente da associação de defesa do consumidor Proconsumer recomenda comparar muito antes de comprar.

"É importante ter uma cultura de consumo, perguntar todos os preços antes de comprar. É muito bom comprar alimentos não perecíveis entre várias famílias, ou armazenar para se proteger dos aumentos", exemplificou.

A.Slezak--TPP