The Prague Post - Patrimônio ou exploração? Exibição de múmias gera debate no México

EUR -
AED 4.154705
AFN 80.884476
ALL 97.730562
AMD 440.540606
ANG 2.038675
AOA 1035.010034
ARS 1359.646006
AUD 1.750365
AWG 2.038912
AZN 1.899243
BAM 1.948235
BBD 2.281741
BDT 137.306871
BGN 1.95515
BHD 0.426426
BIF 3314.292917
BMD 1.131158
BND 1.456545
BOB 7.825615
BRL 6.433804
BSD 1.130112
BTN 95.328861
BWP 15.344421
BYN 3.69834
BYR 22170.696643
BZD 2.269986
CAD 1.563424
CDF 3249.816702
CHF 0.930202
CLF 0.027702
CLP 1063.062354
CNY 8.224932
CNH 8.151979
COP 4860.303102
CRC 571.580693
CUC 1.131158
CUP 29.975687
CVE 110.796811
CZK 24.935264
DJF 201.029054
DKK 7.462345
DOP 66.455636
DZD 149.812005
EGP 57.31015
ERN 16.96737
ETB 148.21665
FJD 2.554664
FKP 0.852097
GBP 0.851027
GEL 3.099099
GGP 0.852097
GHS 15.553718
GIP 0.852097
GMD 80.876145
GNF 9790.749862
GTQ 8.703208
GYD 236.431993
HKD 8.767096
HNL 29.240342
HRK 7.532157
HTG 147.646724
HUF 403.340387
IDR 18585.378271
ILS 4.08439
IMP 0.852097
INR 95.26754
IQD 1481.816969
IRR 47635.892889
ISK 146.902991
JEP 0.852097
JMD 179.24404
JOD 0.802331
JPY 162.574484
KES 146.06696
KGS 98.919516
KHR 4531.405667
KMF 491.496821
KPW 1018.042193
KRW 1555.761029
KWD 0.346836
KYD 0.941743
KZT 584.540374
LAK 24444.089618
LBP 101256.944213
LKR 338.525588
LRD 226.022411
LSL 20.852864
LTL 3.340016
LVL 0.684226
LYD 6.170043
MAD 10.425819
MDL 19.46044
MGA 5039.308805
MKD 61.504773
MMK 2374.939281
MNT 4041.616452
MOP 9.021472
MRU 44.856111
MUR 51.365684
MVR 17.431696
MWK 1964.821136
MXN 22.267495
MYR 4.756516
MZN 72.337364
NAD 20.852943
NGN 1816.311943
NIO 41.580981
NOK 11.761091
NPR 152.52578
NZD 1.896975
OMR 0.435496
PAB 1.130112
PEN 4.142859
PGK 4.594782
PHP 62.971428
PKR 318.024996
PLN 4.270035
PYG 9032.927367
QAR 4.11854
RON 4.978792
RSD 117.304124
RUB 91.061541
RWF 1605.113191
SAR 4.242549
SBD 9.465923
SCR 16.079967
SDG 679.261044
SEK 10.937302
SGD 1.460037
SHP 0.888913
SLE 25.733423
SLL 23719.799145
SOS 646.452696
SRD 41.682931
STD 23412.686635
SVC 9.888605
SYP 14707.165404
SZL 20.852849
THB 37.249073
TJS 11.753066
TMT 3.959053
TND 3.391208
TOP 2.649289
TRY 43.685772
TTD 7.676195
TWD 33.001546
TZS 3038.290119
UAH 46.990248
UGX 4132.952762
USD 1.131158
UYU 47.425857
UZS 14637.184369
VES 100.23364
VND 29362.033577
VUV 136.974667
WST 3.14295
XAF 653.419931
XAG 0.034774
XAU 0.000339
XCD 3.057012
XDR 0.816311
XOF 651.546777
XPF 119.331742
YER 276.624134
ZAR 20.663539
ZMK 10181.768909
ZMW 31.162006
ZWL 364.232412
Patrimônio ou exploração? Exibição de múmias gera debate no México
Patrimônio ou exploração? Exibição de múmias gera debate no México / foto: Rodrigo Oropeza - AFP

Patrimônio ou exploração? Exibição de múmias gera debate no México

O cadáver mumificado de uma mulher é exibido em um museu entre grades e correntes. Sem identidade conhecida, é apelidado de "A Bruxa" e faz parte de uma coleção que alimenta o debate sobre a exposição de restos humanos no México.

Tamanho do texto:

Com blusa de florida, saia cinza rasgada e mechas amarelas, o corpo conservado é exibido ao lado de outros 116 cadáveres naturalmente mumificados na cidade de Guanajuato, centro do país.

Foram exumados entre 1870 e 2004, devido à falta de espaço no cemitério de Santa Paula e, como as autoridades municipais não puderam entrar em contato com seus familiares, foram rotulados como "patrimônio cultural". Hoje, são uma atração turística que gera lucro para a Prefeitura.

"Não sei quem decidiu criar essa cenografia para o corpo, mas há muitos anos tem sido exibido assim", diz à AFP Jesús Borja, diretor de Cultura de Guanajuato, sobre a soturna instalação da múmia feminina.

A placa que acompanha esses restos mortais diz: "Dizem que qualquer pessoa que teve problemas com ela acabou em desgraça; outro mito é que ela vendeu sua alma ao diabo".

- Controvérsia -

As Múmias de Guanajuato estão distribuídas em três museus deste município conhecido por suas espetaculares vielas e extensos túneis, vestígios de um passado mineiro.

A maioria delas é exibida de pé e em urnas de vidro, com pouco espaço entre seus crânios e as luzes das vitrines.

Uma melodia sombria ecoa incessantemente pelos corredores pouco iluminados de um dos museus, localizado no cemitério Santa Paula, com grandes colunas e muros de pedra verde e rosa pastel.

A exposição dos restos humanos tem gerado um debate entre aqueles que os consideram parte do patrimônio cultural da cidade e os que denunciam falta de ética na forma como são exibidos e preservados.

A controvérsia cresceu após o transporte de várias múmias para a Cidade do México (a 350 km de Guanajuato) para serem expostas em uma feira turística em março.

"Pelas fotografias publicadas na mídia, observou-se que (...) um dos corpos (...) registrados pelo INAH em novembro de 2021 apresenta indícios de proliferação de possíveis" fungos, alertou o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

"É preocupante e estranho que não tenham convocado uma avaliação desses corpos antes de sua transferência", acrescentou a estatal em um comunicado.

A essa múmia foi dado o nome de Edgardo, e em seu torso e pernas podem ser observados pequenos pontos brancos.

No entanto, Borja defende que o transporte foi realizado com o devido cuidado e que as múmias representam um "elo" geracional.

Os museus onde estão expostas geram cerca de 2 milhões de dólares (9,5 milhões de reais na cotação atual) em receitas anuais para o município, com a visita de cerca de 600 mil pessoas, segundo o governo de Guanajuato, que afirma ter solicitado ao INAH uma revisão de todos os restos antes de sua exposição na Cidade do México.

O instituto, porém, insiste em que não estava ciente desse transporte e, apesar disso, está disposto a assessorar seu manejo.

Por trás da polêmica, surgem também as diferenças políticas entre o governo federal de esquerda e a oposição conservadora que administra o estado de Guanajuato e sua capital.

- Dignificar -

Os habitantes não são indiferentes ao debate. Ter “um parente em uma exposição seria uma falta de respeito e eu lutaria para que não fosse exibido", declara Luis García, um guia turístico de 50 anos.

Algumas múmias estão tão bem preservadas que é possível ver sua expressão facial. E também há bebês.

"Não me parece degradante (...) Os familiares já não devem existir mais", diz Josefina Lemus, professora aposentada de 69 anos, que não se importaria em ficar exposta se seu corpo fosse mumificado.

As chances de esse processo ocorrer naturalmente aumentam quanto mais desidratado estiver o cadáver, explica o antropólogo físico Ilán Leboreiro, que integra uma comissão criada pelo INAH para investigar a identidade e o estado das múmias.

O objetivo dessa comissão também é voltar a dar dignidade a esses restos mortais, acrescenta Leboreiro, criticando a forma como "A Bruxa" está exposta.

É "lamentável que o objetivo [das autoridades de Guanajuato] seja estimular a morbidez. Não é nada ético tratar os restos de um ser humano dessa maneira", argumenta.

M.Soucek--TPP