The Prague Post - Mulheres exigem em tribunal no Texas conhecer 'exceções médicas' para poder abortar

EUR -
AED 4.194411
AFN 79.947642
ALL 94.105403
AMD 438.296922
ANG 2.044016
AOA 1047.317223
ARS 1353.641906
AUD 1.758905
AWG 2.057231
AZN 1.935796
BAM 1.961619
BBD 2.305017
BDT 139.505036
BGN 1.956302
BHD 0.430629
BIF 3398.440313
BMD 1.142113
BND 1.472555
BOB 7.88833
BRL 6.435061
BSD 1.141877
BTN 98.031934
BWP 15.334756
BYN 3.73605
BYR 22385.411899
BZD 2.293182
CAD 1.562188
CDF 3272.153487
CHF 0.934727
CLF 0.027922
CLP 1071.473496
CNY 8.228125
CNH 8.193889
COP 4692.564812
CRC 580.617202
CUC 1.142113
CUP 30.265991
CVE 110.593538
CZK 24.82153
DJF 202.976412
DKK 7.459713
DOP 67.40907
DZD 150.327247
EGP 56.727033
ERN 17.131693
ETB 153.215063
FJD 2.567755
FKP 0.844752
GBP 0.842885
GEL 3.129164
GGP 0.844752
GHS 11.703614
GIP 0.844752
GMD 82.232341
GNF 9894.436523
GTQ 8.7731
GYD 238.838467
HKD 8.958945
HNL 29.694583
HRK 7.534401
HTG 149.351715
HUF 403.428185
IDR 18613.355783
ILS 3.98132
IMP 0.844752
INR 98.111777
IQD 1496.167836
IRR 48111.50377
ISK 144.648365
JEP 0.844752
JMD 182.100164
JOD 0.809787
JPY 162.989744
KES 147.906003
KGS 99.877975
KHR 4591.293415
KMF 492.251111
KPW 1027.862129
KRW 1557.967267
KWD 0.349852
KYD 0.951339
KZT 582.643194
LAK 24669.638211
LBP 102333.311192
LKR 341.683537
LRD 226.880955
LSL 20.786413
LTL 3.372362
LVL 0.690853
LYD 6.228476
MAD 10.50385
MDL 19.704795
MGA 5162.349936
MKD 61.538656
MMK 2397.925909
MNT 4083.770557
MOP 9.227514
MRU 45.219531
MUR 52.296147
MVR 17.657203
MWK 1981.566432
MXN 21.929669
MYR 4.850582
MZN 73.106659
NAD 20.786353
NGN 1804.709457
NIO 42.054996
NOK 11.546287
NPR 156.852271
NZD 1.89457
OMR 0.43915
PAB 1.141576
PEN 4.176135
PGK 4.704934
PHP 63.65562
PKR 322.077078
PLN 4.28133
PYG 9122.098838
QAR 4.162365
RON 5.049345
RSD 117.235633
RUB 90.513298
RWF 1615.319813
SAR 4.283592
SBD 9.52972
SCR 16.237396
SDG 685.836815
SEK 10.943674
SGD 1.469254
SHP 0.897521
SLE 25.948187
SLL 23949.535694
SOS 652.71744
SRD 42.315473
STD 23639.430119
SVC 9.988717
SYP 14849.589332
SZL 20.789444
THB 37.231385
TJS 11.302024
TMT 3.997395
TND 3.403496
TOP 2.674939
TRY 44.867559
TTD 7.736882
TWD 34.214254
TZS 3064.521805
UAH 47.323476
UGX 4157.295395
USD 1.142113
UYU 47.601618
UZS 14670.440104
VES 108.325435
VND 29790.871631
VUV 137.715133
WST 3.140251
XAF 657.914333
XAG 0.03308
XAU 0.000338
XCD 3.086617
XDR 0.818651
XOF 655.572576
XPF 119.331742
YER 278.504087
ZAR 20.35027
ZMK 10280.390158
ZMW 29.482195
ZWL 367.759872
Mulheres exigem em tribunal no Texas conhecer 'exceções médicas' para poder abortar
Mulheres exigem em tribunal no Texas conhecer 'exceções médicas' para poder abortar / foto: SUZANNE CORDEIRO - AFP

Mulheres exigem em tribunal no Texas conhecer 'exceções médicas' para poder abortar

Mulheres que tiveram o seu direito ao aborto negado no Texas, apesar de apresentarem graves complicações durante a gravidez, depuseram em um tribunal nesta quarta-feira (19), onde solicitam ao estado que esclareça quais são as "exceções médicas" para se praticar o procedimento.

Tamanho do texto:

Amanda Zurawski, Ashley Brandt e Samantha Casiano, que planejaram, desde o início, ter seus filhos, contaram, uma após a outra da cadeira de testemunhas de um tribunal em Austin, no sul dos Estados Unidos, tudo o que passaram quando suas gestações - e seu estado de saúde em geral - se complicaram.

Os advogados do estado do Texas, por sua vez, pediram o arquivamento do caso e insistiram que as exceções consideradas emergenciais para o aborto podem ser usadas arbitrariamente.

Enquanto prestava depoimento, Casiano teve uma crise ao relembrar o que teve que viver. Sentiu náuseas e seu marido correu da plateia para ajudá-la a se levantar. Foi levada para o banheiro, onde o som do seu choro ecoou pelas paredes do tribunal.

Até o final da gravidez, ela carregou em seu ventre sua filha, que já havia sido diagnosticada com anencefalia, uma malformação do crânio e do cérebro "não compatível com a vida". A bebê morreu horas depois de nascer, como haviam advertido os médicos. A mulher disse que "não houve piedade" com ela.

Já Zurawski, a primeira a depor, contou como o procedimento lhe foi negado depois de desenvolver uma condição que significava que "o aborto espontâneo era inevitável". No entanto, seu médico "não poderia intervir porque o coração do bebê ainda batia e induzir o parto seria considerado um aborto ilegal".

Zurawski, cuja bolsa estourou precocemente, sofreu um choque séptico que colocou sua vida em perigo e o feto nasceu morto. "O que aconteceu comigo está acontecendo com as pessoas em todo o país, não só no Texas", disse ao tribunal.

- "Ninguém sabe" -

O Centro de Direitos Reprodutivos (CRR, por sua sigla em inglês), que lidera o processo, indicou que o processo é o primeiro a ser apresentado em nome de mulheres que tiveram o aborto negado desde que a Suprema Corte americana anulou o direito constitucional a esse procedimento há pouco mais de um ano.

"As proibições no Texas estão congelando a prestação de cuidados a abortos clinicamente necessários" e causando uma "tragédia inimaginável", disse Molly Duane, advogada do CRR, em seu argumento de abertura nesta audiência que irá durar dois dias.

"O Texas está vivendo uma crise de saúde", acrescentou. "O único problema nesse caso, no entanto, é saber quem deveria abortar sob a exceção médica da proibição estadual do aborto. Mas ninguém sabe", declarou Duane.

A denúncia aponta a estreita exceção médica nas proibições estaduais de interrupção das gravidezes, argumentando que a forma como se define é confusa e amedronta os médicos.

O caso foi apresentado em março em nome de cinco mulheres e dois profissionais de saúde. Em maio, mais oito mulheres se uniram ao caso Zurawski vs estado do Texas, elevando o número total de demandantes para 15.

Explicam que não estão buscando revogar a proibição do estado, mas sim que a corte ofereça maior esclarecimento sobre quando as mulheres que enfrentam complicações na gravidez que ameaçam sua saúde podem abortar.

- 99 anos de prisão -

Os médicos do Texas declarados culpados de realizar abortos enfrentam até 99 anos de prisão, multas de até 100.000 dólares e retirada de sua licença.

Uma proibição estadual entrou em vigor no Texas quando a sentença de Roe vs Wade, que garantia o direito constitucional ao aborto, foi anulada em junho de 2022, impedindo esses procedimentos, inclusive em casos de estupro ou incesto.

O Texas também possui uma lei que permite aos cidadãos processar qualquer pessoa que realize um aborto ou a ajude.

Esses riscos legais impedem vários médicos de realizar abortos, inclusive em caso de risco de vida das mães, destacam os demandantes.

O processo pede ao tribunal que crie uma interpretação vinculante da exceção da "emergência médica" na lei, e argumenta que se deve permitir aos médicos exercer julgamentos de "boa fé" sobre as condições de qualificação para um aborto, ao invés de deixar nas mãos dos legisladores.

O gabinete do promotor geral do Texas, por outro lado, disse que as medidas solicitadas pela denúncia anulariam as proibições. A exceção médica proposta pelos autores da ação "iria, de próposito, engolir a regra", argumentaram os advogados.

"Permitiria, por exemplo, abortos para mulheres grávidas com condições médicas que vão desde dor de cabeça até sentimentos de depressão", alegaram.

Os reclamantes buscam uma ordem judicial temporária para bloquear as proibições do aborto em caso de complicações na gravidez enquanto se resolve o mérito do caso.

Z.Pavlik--TPP