The Prague Post - 'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos

EUR -
AED 4.123041
AFN 78.841131
ALL 97.590779
AMD 436.949131
ANG 2.023147
AOA 1027.126586
ARS 1248.773454
AUD 1.753189
AWG 2.023383
AZN 1.91136
BAM 1.942978
BBD 2.264249
BDT 136.246371
BGN 1.954634
BHD 0.423116
BIF 3336.048839
BMD 1.122542
BND 1.454076
BOB 7.748968
BRL 6.356174
BSD 1.121445
BTN 95.950667
BWP 15.195469
BYN 3.669366
BYR 22001.829744
BZD 2.252546
CAD 1.563196
CDF 3227.308929
CHF 0.932782
CLF 0.027543
CLP 1056.941123
CNY 8.110761
CNH 8.130333
COP 4773.779656
CRC 569.961667
CUC 1.122542
CUP 29.747372
CVE 109.546493
CZK 24.910109
DJF 199.498363
DKK 7.460524
DOP 65.927586
DZD 149.428635
EGP 56.821612
ERN 16.838135
ETB 151.153596
FJD 2.548954
FKP 0.841137
GBP 0.847531
GEL 3.0926
GGP 0.841137
GHS 14.802516
GIP 0.841137
GMD 80.26434
GNF 9711.304325
GTQ 8.62749
GYD 234.634046
HKD 8.725241
HNL 29.132919
HRK 7.532372
HTG 146.734313
HUF 405.495728
IDR 18580.096202
ILS 4.020385
IMP 0.841137
INR 96.608743
IQD 1469.064522
IRR 47273.085301
ISK 146.705285
JEP 0.841137
JMD 177.975538
JOD 0.796216
JPY 163.705957
KES 144.942751
KGS 98.165789
KHR 4490.447505
KMF 486.619064
KPW 1010.261407
KRW 1576.981012
KWD 0.344576
KYD 0.934587
KZT 579.156518
LAK 24235.258756
LBP 100475.404581
LKR 335.527347
LRD 224.282942
LSL 20.404848
LTL 3.314575
LVL 0.679014
LYD 6.124828
MAD 10.359453
MDL 19.315451
MGA 5027.072612
MKD 61.583405
MMK 2356.855107
MNT 4012.040818
MOP 8.977557
MRU 44.450866
MUR 50.862403
MVR 17.298244
MWK 1944.67496
MXN 21.924493
MYR 4.805593
MZN 71.729262
NAD 20.404667
NGN 1807.439196
NIO 41.269683
NOK 11.715749
NPR 153.516991
NZD 1.901323
OMR 0.432166
PAB 1.121454
PEN 4.09766
PGK 4.653478
PHP 62.477359
PKR 315.6089
PLN 4.255951
PYG 8958.243591
QAR 4.087789
RON 5.117339
RSD 116.456173
RUB 92.614118
RWF 1604.802818
SAR 4.210552
SBD 9.374181
SCR 16.084392
SDG 674.074709
SEK 10.928963
SGD 1.461324
SHP 0.882142
SLE 25.515452
SLL 23539.133242
SOS 640.902083
SRD 40.699995
STD 23234.359907
SVC 9.81264
SYP 14595.158361
SZL 20.393423
THB 37.032708
TJS 11.579684
TMT 3.940124
TND 3.36791
TOP 2.6291
TRY 43.450252
TTD 7.617108
TWD 33.989911
TZS 3036.47706
UAH 46.601445
UGX 4107.098455
USD 1.122542
UYU 46.841104
UZS 14476.533716
VES 102.261603
VND 29145.127886
VUV 135.424946
WST 2.974396
XAF 651.668246
XAG 0.034582
XAU 0.00034
XCD 3.033727
XDR 0.806714
XOF 651.682665
XPF 119.331742
YER 274.458183
ZAR 20.436222
ZMK 10104.234132
ZMW 29.744116
ZWL 361.458174
'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos
'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos / foto: LUIS ROBAYO - AFP

'Um dia após o outro' - Argentina amarga maior inflação mensal em 30 anos

A inflação registrou 12,4% em agosto na Argentina, a mais alta em um mês desde 1991, e as pessoas fazem malabarismos para chegar ao fim do mês.

Tamanho do texto:

O instituto nacional de estatísticas divulgou, nesta quarta-feira (13), o dado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que acumula 124,4% em 12 meses e 80,2% este ano. A inflação na Argentina está entre as mais altas do mundo.

A inflação mensal não era tão alta desde fevereiro de 1991 (27%), quando o país adotou um processo de conversibilidade fixa do peso em relação ao dólar. A última vez que o IPC mensal chegou a dois dígitos foi em abril de 2002 (10,4%), justamente depois que o país abandonou este modelo de paridade fixa de 1 a 1.

O setor que mais sofreu o impacto inflacionário foi o de alimentos e bebidas não alcoólicas, com alta de 15,6%, "resultante do aumento nos preços das carnas e derivados, e das verduras, tubérculos e legumes".

- "Não tem nada" -

A carne, central na dieta dos argentinos, teve altas de mais de 30%. A carne moída comum, a mais popular, por exemplo, aumentou 39,4% em agosto, segundo o boletim. Cortes mais nobres também tiveram altas importantes.

"Não tem nada, não há dinheiro para economizar", disse à AFP a professora Karina Sablich, enquanto fazia compras em um mercado aberto de Buenos Aires. "Vivemos um dia após o outro, trabalho o dia todo porque com um único emprego, não damos conta".

O ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governo à Presidência, falou pouco depois da divulgação do índice.

"Agosto foi um dos piores meses no processo econômico dos últimos 30 anos, devido a uma imposição do Fundo Monetário Internacional", disse.

Ele se referiu à desvalorização do peso em 21% em 14 de agosto, acordada com o FMI para liberar parcelas do programa de crédito firmado com o organismo por 44 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 215 bilhões de reais).

A ela, seguiu-se uma enxurrada de remarcações de preços a poucas semanas das eleições presidenciais de 22 de outubro, nas quais os candidatos da oposição prometem adotar um ajuste fiscal austero para estabilizar a economia.

O mercado já esperava uma inflação de dois dígitos e a bolsa fechou no azul (2,84%).

- "Uma vergonha" -

O setor da saúde registrou alta de 15,3%; equipamento e manutenção do lar, 14,1%; e transporte, 10,5%.

"Uma vergonha", escreveu a candidata conservadora Patricia Bullrich. "Não é só a inflação, é o número que resume a tragédia que Massa e o kirchnerismo nos deixam".

O economista Victor Beker, diretor do Centro de Estudos da Nova Economia da Universidade de Belgrano, disse que "é necessário um plano anti-inflacionário".

"Mas, certamente, até 10 de dezembro, não vai existir", explicou à AFP. É nesta data que o novo governo será empossado.

A Argentina já teve dois episódios de hiperinflação: em 1989, de 3.079% anual, e em 1990, de 2.314%.

O país adotou, então, o modelo da "conversibilidade", apoiado em privatizações, desregulamentações e em uma abertura total da economia.

A inflação anual baixou para um dígito, mas o aumento das importações elevou a dívida em divisas, arruinou a indústria e provocou uma grave recessão, que precipitou a crise política de 2001 e a desvalorização do peso em 2002.

- Esticar o dinheiro -

Massa prevê anunciar novas medidas, que se seguem à anunciada nestes dias de aumentar o valor mínimo da faixa para o pagamento do imposto de renda, que - disse - vai melhorar o dinheiro no bolso dos argentinos em até 21%.

Desconfiadas, as pessoas esticam como podem o dinheiro.

"Há uma descrença total e continuamos, apesar de tudo, sabendo que por enquanto as coisas não vão mudar", disse Sablich. "Isso é o mais triste de estar neste país neste momento: a incerteza de não saber como vamos sair, quem vai nos tirar" desta situação.

O boletim FocusEconomics de setembro, que reúne mais de 40 analistas de bancos e consultorias, estima que a inflação encerrará 2023 mais alta que no ano anterior, "impulsionada pelo colapso do peso em meio ao financiamento monetário [mediante emissão monetária] do déficit fiscal".

"Uma desvalorização do peso mais rápida que o esperado e a generosidade fiscal antes das eleições de outubro são riscos-chave para a alta", afirmou.

J.Simacek--TPP