The Prague Post - Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?

EUR -
AED 4.247534
AFN 76.732019
ALL 96.674817
AMD 442.817501
ANG 2.070252
AOA 1060.581439
ARS 1638.855357
AUD 1.779924
AWG 2.087621
AZN 1.970772
BAM 1.956328
BBD 2.328578
BDT 141.110494
BGN 1.954967
BHD 0.436065
BIF 3404.777051
BMD 1.156577
BND 1.505632
BOB 8.000054
BRL 6.166295
BSD 1.156132
BTN 102.471406
BWP 15.521985
BYN 3.940231
BYR 22668.907176
BZD 2.325097
CAD 1.622967
CDF 2486.640747
CHF 0.931166
CLF 0.027835
CLP 1091.947837
CNY 8.234076
CNH 8.240507
COP 4383.426439
CRC 580.466573
CUC 1.156577
CUP 30.649288
CVE 110.294743
CZK 24.295637
DJF 205.547301
DKK 7.467456
DOP 74.27971
DZD 150.915983
EGP 54.75756
ERN 17.348653
ETB 178.466913
FJD 2.641279
FKP 0.882575
GBP 0.878646
GEL 3.128587
GGP 0.882575
GHS 12.642245
GIP 0.882575
GMD 84.430525
GNF 10035.706352
GTQ 8.859274
GYD 241.879411
HKD 8.994919
HNL 30.398198
HRK 7.53545
HTG 153.880832
HUF 384.408039
IDR 19282.854825
ILS 3.772812
IMP 0.882575
INR 102.522682
IQD 1514.508421
IRR 48691.887761
ISK 146.39995
JEP 0.882575
JMD 185.56004
JOD 0.820059
JPY 177.459422
KES 149.434132
KGS 101.143094
KHR 4653.21461
KMF 486.919279
KPW 1040.895509
KRW 1683.976366
KWD 0.354942
KYD 0.963451
KZT 606.934169
LAK 25101.443616
LBP 103528.47607
LKR 352.391124
LRD 211.106017
LSL 20.026734
LTL 3.415071
LVL 0.699602
LYD 6.312702
MAD 10.71679
MDL 19.71106
MGA 5196.333914
MKD 61.537925
MMK 2427.955132
MNT 4144.092739
MOP 9.261257
MRU 45.79535
MUR 53.098883
MVR 17.817112
MWK 2004.7753
MXN 21.343117
MYR 4.82991
MZN 73.963529
NAD 20.026301
NGN 1661.6082
NIO 42.542208
NOK 11.744206
NPR 163.954049
NZD 2.053526
OMR 0.444698
PAB 1.156197
PEN 3.90162
PGK 4.881316
PHP 68.230524
PKR 326.913613
PLN 4.239321
PYG 8180.205975
QAR 4.213636
RON 5.08582
RSD 117.175163
RUB 93.624482
RWF 1679.838482
SAR 4.337701
SBD 9.519313
SCR 15.790043
SDG 694.528678
SEK 11.018101
SGD 1.504886
SHP 0.867732
SLE 26.836825
SLL 24252.838692
SOS 660.669596
SRD 44.642756
STD 23938.806643
STN 24.507033
SVC 10.115728
SYP 12786.864457
SZL 20.033749
THB 37.50205
TJS 10.670739
TMT 4.059585
TND 3.417422
TOP 2.708823
TRY 48.817727
TTD 7.837012
TWD 35.830178
TZS 2839.396669
UAH 48.478673
UGX 4046.178603
USD 1.156577
UYU 46.042416
UZS 13942.759976
VES 263.923952
VND 30429.538154
VUV 141.216019
WST 3.257041
XAF 656.128267
XAG 0.023906
XAU 0.000289
XCD 3.125707
XCG 2.083598
XDR 0.817717
XOF 656.133941
XPF 119.331742
YER 275.84774
ZAR 19.994254
ZMK 10410.584109
ZMW 26.156715
ZWL 372.417289
Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?
Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia? / foto: Luis ROBAYO - AFP

Argentina registra diminuição da demanda por dólares: uma boa notícia?

Até o ano passado, Laura conseguia poupar e, como todo argentino, economizava em dólares para enfrentar a alta inflação. Mas desde que o presidente ultraliberal Javier Milei assumiu, suas economias minguaram. Em uma economia em recessão, o peso se valoriza, embora ninguém comemore.

Tamanho do texto:

"Sempre poupei em dólares, porque, na Argentina, é o único seguro. Antes comprava até 200 por mês. Desde dezembro, estou vendendo a 300 e não consigo me sustentar", disse à AFP Laura Gil, bancária de 49 anos e mãe de duas crianças em idade escolar.

O apetite pelo dólar na Argentina como refúgio contra a inflação diminuiu no governo de Milei, mas o que de longe parece animador, de perto revela recessão, queda das importações e liquidações de receitas.

As restrições à compra de divisas impostas em 2018 para desincentivar a demanda por dólares fizeram surgir várias taxas de câmbio, do ilegal 'blue' até o que é operado na bolsa.

Nos últimos meses, todos eles despencaram para reduzir a diferença em relação à taxa de câmbio oficial para menos de 20%, uma diferença que havia chegado a 100% em outubro do ano passado.

- O que aconteceu? -

Após assumir a Presidência em 10 de dezembro, Milei desvalorizou o peso em mais de 50% e, desde então, as depreciações são mensais a um ritmo de 2%.

"A desvalorização tornou essa taxa de câmbio muito conveniente para todos os exportadores, por isso estão liquidando suas divisas", ampliando a oferta de dólares no mercado, explicou à AFP o economista independente Pablo Tigani.

Mas os preços sentiram o golpe da desvalorização, a inflação disparou ainda mais e aniquilou o poder de compra - e de poupança - dos argentinos.

"Os que tinham dólares guardados estão queimando (gastando) para pagar as contas. Ninguém tem um peso", resume um 'arbolito' (pessoa que vende dólar nas ruas) na já não tão movimentada 'City' portenha.

Com uma inflação de 254% interanual e aumentos de aluguéis, transporte, energia, saúde e educação, a castigada classe média tem que vender os dólares que guarda debaixo do colchão.

Tigani disse que "se iniciou nos últimos meses uma inflação em dólares: a gente ganha em pesos e os preços aumentam em dólares".

Mas as restrições da classe média, histórica compradora de dólares, são apenas parte da explicação da queda na demanda pela moeda.

As importações também caíram 13,4% (internaual) em janeiro, sobretudo em bens de capital que alimentam a indústria, o que significou menor uma demanda por dólares para pagar itens vindos do exterior.

Também influi para uma maior oferta de divisas um fator sazonal que é o início da liquidação de exportações agrárias, com seu auge em abril e maio.

Nesse contexto, o Banco Central conseguiu recompor a diminuta reserva monetária internacional do país e elevá-la ao seu nível mais alto nos últimos seis meses.

- "Sintoma da crise" -

"A Argentina está em recessão há 14 meses, mas os últimos quatro foram os mais intensos. O aumento de preços foi muito forte e o consumo desabou", explicou à AFP o economista independente Federico Glustein.

A inflação foi de 20,6% em janeiro e analistas privados a estimam em 18% em fevereiro, um dado que será divulgado na semana que vem.

"A inflação está desacelerando, mas ainda segue muito alta", acrescentou Glustein, ao alertar que "falta fazer ajustes econômicos, com mais aumentos de tarifas, o que poderia fazê-la subir de novo".

A recessão afetou o consumo, mas também a indústria e por isso reduziu a demanda energética. Isso repercute na disponibilidade de divisas em um país que importa parte da energia que suas fábricas consomem.

Somente no setor de PMEs (pequenas e médias empresas), a queda da atividade industrial em janeiro foi de 30% interanual, segundo a Confederação Argentina da Média Empresa.

"A Argentina está importando menos energia, portanto gastam menos reservas e o Banco Central se permite comprar o excedente", apontou Glustein, que interpreta a queda na demanda por dólares como "um sintoma da crise".

Z.Pavlik--TPP