The Prague Post - Cacique Raoni: 'Pedirei a Lula que não incentive o petróleo na Amazônia'

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Cacique Raoni: 'Pedirei a Lula que não incentive o petróleo na Amazônia'
Cacique Raoni: 'Pedirei a Lula que não incentive o petróleo na Amazônia' / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Cacique Raoni: 'Pedirei a Lula que não incentive o petróleo na Amazônia'

Com a chegada do cacique Raoni, reconhecido pelo grande disco labial, símbolo de um guerreiro, os demais líderes se levantam e abrem passagem. Em seguida, sentam-se para ouvir o líder indígena mais respeitado do Brasil, determinado a exigir que o presidente Lula deixe de apoiar a exploração de petróleo perto da Amazônia.

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O líder dos kayapó, povo que habita principalmente uma reserva na floresta amazônica, não recua em sua luta iniciada há décadas, que o levou a denunciar perante os poderosos do mundo as ameaças sofridas pelos povos indígenas por ações do homem branco, como o desmatamento e o garimpo ilegal.

Às portas da cúpula climática da ONU, a COP30, que será realizada em novembro em Belém do Pará, Raoni anuncia que em breve receberá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua terra, durante entrevista com a AFP em seu instituto de defesa das comunidades originárias em Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso.

Entre seus objetivos está pedir ao presidente que desista de um megaprojeto oficial para explorar petróleo na Margem Equatorial, uma área marítima próxima da costa amazônica, que gerou duras críticas dos ambientalistas.

Raoni também lembrará Lula, que o convidou pessoalmente à sua posse, em 2023, de sua promessa de avançar na demarcação das terras indígenas, destinada a assegurar a sobrevivência dos povos considerados chave para salvaguardar a maior floresta tropical do planeta.

Nascido em data desconhecida, estima-se que Raoni, várias vezes mencionado como possível ganhador do prêmio Nobel da Paz, tenha cerca de 90 anos. Embora tenha se mudado para a cidade de Peixoto de Azevedo para cuidar da saúde, ele sempre viveu em Metuktire, uma aldeia de 400 habitantes às margens do rio Xingu.

Ele espera a visita de Lula no começo de abril, segundo seu entorno e autoridades locais, uma data não confirmada até o momento pelo governo.

Raoni falou à AFP na semana passada na língua kayapó. Suas declarações foram traduzidas ao português por um intérprete.

PERGUNTA: Qual é a sua mensagem para os líderes da COP30?

RESPOSTA: Na COP30, teremos a oportunidade de nos reunirmos com vários chefes de Estado em busca de um acordo e um documento para combater as mudanças climáticas.

Vou falar com eles para que busquem evitar um problema maior no futuro. Nosso criador nos observa. Tem pessoas que pensam em destruir a natureza, rios. Como seres humanos, temos uma origem única e devemos viver em harmonia, proteger a natureza para o bem viver de indígenas e não indígenas.

P: Lula prometeu transformar o Brasil em um líder na luta contra as mudanças climáticas. O presidente está cumprindo esta promessa?

R: Já conversamos pessoalmente quando ele assumiu. Pedi para ele que não repetisse o que fez no passado, quando construiu a barragem de Belo Monte [ndr: que causou forte impacto ambiental no Pará] sem nos consultar. Agora Lula virá à minha terra e trataremos da demarcação dos territórios indígenas dos nossos parentes que ainda não a obtiveram. Eu vou continuar apoiando Lula para garantir o bem viver dos nossos parentes.

P: O que pensa do projeto do governo para explorar petróleo na Margem Equatorial, junto da Amazônia?

R: Já estou informado sobre isso e terei a oportunidade de me sentar com Lula para falar sobre o assunto. Pedirei a ele que não incentive esse projeto de exploração de petróleo na Amazônia.

- "Apoio totalmente" a prisão de Bolsonaro -

P: Como a vida do seu povo foi transformada pelas mudanças climáticas?

R: Há cada vez mais desmatamento, contaminação dos rios, épocas de chuvas que provocam enchentes e matam as plantas que dão alimentos. Todos nós somos cada vez mais afetados pelas mudanças climáticas.

P: As consequências das mudanças climáticas já são sentidas em grandes cidades do Brasil, como em Porto Alegre, que sofreu enchentes histórias no ano passado. Isso pode mobilizar os não indígenas?

R: Peço aos não indígenas que olhem o que está acontecendo, as consequências da destruição da natureza. Tive um sonho: o criador fará uma limpeza com o sangue derramado em nossa terra. Pode ocorrer que uma inundação maior cubra todo o planeta para essa limpeza. Os não indígenas deveriam pensar como nós para manter o equilíbrio climático e para sobrevivermos juntos.

P: O senhor denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um negacionista climático, ao Tribunal Penal Internacional. Preocupa-se com sua viabilidade política atual?

R: Bolsonaro tem um problema na cabeça. Não pensa bem, nem é uma boa pessoa, com olhar humanitário. Vi a notícia de que ele pode ser preso e apoio totalmente.

A.Stransky--TPP