The Prague Post - Indígenas e imigrantes sofrem no deserto colombiano após cortes de Trump

EUR -
AED 4.17109
AFN 81.765177
ALL 98.224485
AMD 442.279087
ANG 2.046719
AOA 1039.093855
ARS 1357.073848
AUD 1.750072
AWG 2.044119
AZN 1.928373
BAM 1.96062
BBD 2.292496
BDT 137.94911
BGN 1.957176
BHD 0.428054
BIF 3330.210374
BMD 1.135622
BND 1.464558
BOB 7.8746
BRL 6.471224
BSD 1.135421
BTN 95.778397
BWP 15.396322
BYN 3.715781
BYR 22258.183573
BZD 2.280777
CAD 1.564682
CDF 3260.369863
CHF 0.933818
CLF 0.027789
CLP 1066.394274
CNY 8.195839
CNH 8.189132
COP 4888.453567
CRC 574.427245
CUC 1.135622
CUP 30.093973
CVE 110.536724
CZK 24.943364
DJF 201.82235
DKK 7.461556
DOP 66.824269
DZD 150.457433
EGP 57.534339
ERN 17.034324
ETB 151.576681
FJD 2.55719
FKP 0.855016
GBP 0.849865
GEL 3.111293
GGP 0.855016
GHS 15.300083
GIP 0.855016
GMD 81.195962
GNF 9834.174592
GTQ 8.740833
GYD 237.551275
HKD 8.802663
HNL 29.486484
HRK 7.53224
HTG 148.400682
HUF 404.761695
IDR 18655.537575
ILS 4.103171
IMP 0.855016
INR 95.78338
IQD 1487.356253
IRR 47809.669763
ISK 146.710893
JEP 0.855016
JMD 179.919411
JOD 0.805386
JPY 161.973412
KES 146.665913
KGS 99.309739
KHR 4547.358613
KMF 493.428838
KPW 1022.039946
KRW 1564.71608
KWD 0.348023
KYD 0.946255
KZT 584.231605
LAK 24551.108762
LBP 101678.487824
LKR 340.059417
LRD 227.085225
LSL 20.729279
LTL 3.353195
LVL 0.686926
LYD 6.219535
MAD 10.489702
MDL 19.455425
MGA 5000.446325
MKD 61.489621
MMK 2384.430331
MNT 4059.729226
MOP 9.063159
MRU 44.928444
MUR 51.545699
MVR 17.489683
MWK 1968.800429
MXN 22.339492
MYR 4.806525
MZN 72.623252
NAD 20.728455
NGN 1824.319258
NIO 41.784371
NOK 11.681833
NPR 153.244758
NZD 1.892814
OMR 0.437208
PAB 1.135426
PEN 4.161395
PGK 4.640407
PHP 62.925365
PKR 319.398208
PLN 4.277148
PYG 9090.346096
QAR 4.143459
RON 5.093254
RSD 117.13487
RUB 92.552869
RWF 1612.313116
SAR 4.259749
SBD 9.503276
SCR 16.808849
SDG 681.874699
SEK 10.873861
SGD 1.463026
SHP 0.89242
SLE 25.835396
SLL 23813.398929
SOS 648.912313
SRD 41.847965
STD 23505.074534
SVC 9.934421
SYP 14765.297176
SZL 20.731785
THB 37.083704
TJS 11.780021
TMT 3.974676
TND 3.406409
TOP 2.659742
TRY 43.834433
TTD 7.695154
TWD 33.997673
TZS 3063.338954
UAH 47.043544
UGX 4153.209514
USD 1.135622
UYU 47.627919
UZS 14690.370923
VES 100.630191
VND 29484.711694
VUV 137.073711
WST 3.141433
XAF 657.599584
XAG 0.034277
XAU 0.000333
XCD 3.069074
XDR 0.819532
XOF 657.599584
XPF 119.331742
YER 277.715932
ZAR 20.627715
ZMK 10222.021017
ZMW 30.685377
ZWL 365.669695
Indígenas e imigrantes sofrem no deserto colombiano após cortes de Trump
Indígenas e imigrantes sofrem no deserto colombiano após cortes de Trump / foto: Luis ACOSTA - AFP

Indígenas e imigrantes sofrem no deserto colombiano após cortes de Trump

O sol é escaldante no implacável deserto colombiano de La Guajira. Grávida de oito meses, Astrid sobrevive ao lado de milhares em um aeroporto abandonado onde funciona o maior campo de indígenas e imigrantes do país, agora enfraquecido pelos cortes da ajuda dos Estados Unidos.

Tamanho do texto:

Uma brisa sufocante espalha o cheiro de lixo acumulado neste lugar, conhecido como La Pista, assolado pela fome e pela sede. Na segunda região mais pobre da Colômbia (65%), e onde mais crianças morrem de desnutrição, a vida depende em grande parte das organizações humanitárias.

"Do que eu preciso? De tudo, porque aqui nada é meu", conta Astrid, uma venezuelana de 20 anos.

Sem banheiro ou dinheiro para realizar exames pré-natais, ela sonha em "trabalhar" e dar "um lar" a seus filhos.

Em uma casa minúscula, improvisada com troncos e latas, ela vive com seu filho de cinco anos, paralisado por encefalopatia. Falta água, diz ela, como a maioria das pessoas nesta área na fronteira com a Venezuela.

E desde que Donald Trump retornou ao poder, com cortes na ajuda externa dos EUA, os habitantes de La Guajira começaram a sentir a precariedade de forma ainda mais aguda.

Das 28 ONGs que existiam em Maicao em 2024, apenas três permanecem em atividade, diz o prefeito Miguel Aragón.

- "Muita tristeza" -

Em um centro médico com corredores estreitos, mulheres com crianças esperam para serem atendidas. Administrado pela ONG Save The Children, os profissionais verificam e orientam as pacientes sobre nutrição e saúde sexual e reprodutiva.

Moradora de La Pista, Luz Marina, uma colombiana de 40 anos, chegou com seu filho de cinco anos com problemas de "baixo peso".

No início deste ano, ela foi selecionada para receber um fundo de ajuda humanitária, mas logo depois foi notificada da suspensão do auxílio na sequência dos cortes dos EUA.

"Muita tristeza, porque era algo que eu realmente precisava", diz a colombiana, que vive do sustento de seu marido, um catador informal.

A ajuda desapareceu em janeiro, quando Trump começou a desmantelar a USAID, a agência de desenvolvimento americana que administrava um fundo equivalente a 42% da assistência humanitária mundial.

- "Nos sentimos sozinhos" -

Uma paisagem idílica de enormes dunas à beira do mar caribenho contrasta com a pobreza de um deserto historicamente marginalizado.

Em La Pista há becos estreitos de terra onde as crianças correm descalças enquanto cães e vacas procuram comida entre o lixo.

Na ausência de um aqueduto, vendedores de água semi-salgada passam diariamente em burros. Um balde custa cerca de US$ 2 (R$ 11,30) e abastece as famílias enquanto elas esperam pela água potável fornecida uma vez por semana pelo Estado.

As organizações humanitárias tentam aliviar as dificuldades dos habitantes locais e dos cerca de 160.000 venezuelanos em La Guajira, dos 3 milhões que vivem na Colômbia.

Segundo o prefeito de Maicao, os cortes foram "um balde de água fria". "Hoje nos sentimos sozinhos", diz o político de 37 anos, que teme um desastre pior.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a decisão de Trump põe em risco "anos de progresso" na proteção de pessoas deslocadas.

Enquanto isso, em uma escola local, a antiga sala de música parece desolada.

Até recentemente, os alunos tocavam instrumentos, cantavam e realizavam oficinas dentro de um grande contêiner cheio de desenhos, mas o projeto da Save the Children foi fechado depois que os cortes reduziram seu orçamento na Colômbia em 40%.

"Esses auxílios seriam muito úteis para nós", lamenta Michelle, de 13 anos, que descobriu seu amor pelo canto nesse espaço.

María Mercedes Liévano, diretora da ONG na Colômbia, teme que o encerramento dos projetos coloque as crianças "em maior risco de se juntarem a grupos criminosos" em um país com uma guerra interna em andamento há seis décadas e com números crescentes de recrutamento infantil.

J.Simacek--TPP