The Prague Post - Principais pontos da ríspida relação entre governo e indígenas no Equador

EUR -
AED 4.311308
AFN 77.879699
ALL 96.688625
AMD 447.85425
ANG 2.101831
AOA 1076.505607
ARS 1707.192072
AUD 1.771749
AWG 2.116032
AZN 2.004043
BAM 1.960029
BBD 2.365855
BDT 143.653019
BGN 1.953335
BHD 0.442548
BIF 3472.941475
BMD 1.173943
BND 1.516572
BOB 8.116825
BRL 6.487208
BSD 1.17466
BTN 105.980932
BWP 15.522957
BYN 3.44641
BYR 23009.283073
BZD 2.362488
CAD 1.61659
CDF 2658.980767
CHF 0.932175
CLF 0.027414
CLP 1075.132381
CNY 8.268374
CNH 8.256711
COP 4552.175346
CRC 585.275311
CUC 1.173943
CUP 31.10949
CVE 110.505791
CZK 24.374112
DJF 209.179364
DKK 7.471085
DOP 73.810833
DZD 152.347317
EGP 55.85943
ERN 17.609145
ETB 182.685082
FJD 2.68158
FKP 0.876785
GBP 0.875256
GEL 3.163731
GGP 0.876785
GHS 13.508665
GIP 0.876785
GMD 86.289333
GNF 10269.376903
GTQ 8.996604
GYD 245.759696
HKD 9.134096
HNL 30.939417
HRK 7.539412
HTG 153.845228
HUF 388.315726
IDR 19601.326503
ILS 3.771187
IMP 0.876785
INR 105.831725
IQD 1538.752932
IRR 49434.739984
ISK 148.256896
JEP 0.876785
JMD 187.949541
JOD 0.832281
JPY 182.512335
KES 151.325623
KGS 102.661551
KHR 4704.150133
KMF 491.882164
KPW 1056.541668
KRW 1729.911202
KWD 0.360331
KYD 0.978812
KZT 606.047668
LAK 25437.862305
LBP 105190.301042
LKR 363.434181
LRD 207.916591
LSL 19.695216
LTL 3.466348
LVL 0.710107
LYD 6.366873
MAD 10.76626
MDL 19.809743
MGA 5282.600749
MKD 61.565611
MMK 2465.347298
MNT 4164.683572
MOP 9.414875
MRU 46.891176
MUR 54.048218
MVR 18.137736
MWK 2036.873034
MXN 21.110661
MYR 4.796681
MZN 75.013881
NAD 19.695216
NGN 1711.831956
NIO 43.224185
NOK 11.945563
NPR 169.565872
NZD 2.030951
OMR 0.451385
PAB 1.17468
PEN 3.955018
PGK 5.063032
PHP 68.760173
PKR 329.125553
PLN 4.206828
PYG 7842.087857
QAR 4.283634
RON 5.091398
RSD 117.391899
RUB 93.919441
RWF 1710.190073
SAR 4.403142
SBD 9.54441
SCR 15.974055
SDG 706.125134
SEK 10.912516
SGD 1.513958
SHP 0.880761
SLE 28.295168
SLL 24617.002332
SOS 670.145972
SRD 45.405775
STD 24298.250206
STN 24.553502
SVC 10.278397
SYP 12981.890755
SZL 19.700508
THB 36.915847
TJS 10.847922
TMT 4.108801
TND 3.433408
TOP 2.826573
TRY 50.16658
TTD 7.970401
TWD 36.996574
TZS 2913.082074
UAH 49.613608
UGX 4196.143368
USD 1.173943
UYU 46.0303
UZS 14165.867329
VES 324.27969
VND 30904.049841
VUV 142.484873
WST 3.269096
XAF 657.375417
XAG 0.017908
XAU 0.000271
XCD 3.172639
XCG 2.116968
XDR 0.815819
XOF 657.389447
XPF 119.331742
YER 279.809222
ZAR 19.703518
ZMK 10566.886439
ZMW 26.723686
ZWL 378.009172
Principais pontos da ríspida relação entre governo e indígenas no Equador
Principais pontos da ríspida relação entre governo e indígenas no Equador / foto: Rodrigo BUENDIA - AFP

Principais pontos da ríspida relação entre governo e indígenas no Equador

"Terroristas", diz um lado; "autoritário", clama o outro. Os protestos contra o governo no Equador aprofundam a tensa relação entre o presidente, Daniel Noboa, e os povos indígenas, agravada por um ataque a pedradas contra o carro do presidente e o assassinato de um manifestante.

Tamanho do texto:

A maior organização indígena do país, Conaie, pressiona nas ruas desde 22 de setembro para que Noboa restabeleça o subsídio ao diesel, com o argumento de que sua eliminação encarece o custo de vida nas comunidades.

No passado, as demandas sociais dos povos originários desencadearam violentas manifestações que derrubaram três presidentes.

A morte de um indígena supostamente atingido por disparos de militares e o ataque contra a comitiva presidencial com o propósito presumido de assassinar Noboa foram os pontos mais críticos dos protestos.

Acusações e divergências deixam em "ponto morto" qualquer tentativa de aproximação entre Noboa e a influente Conaie, afirmam especialistas, que descrevem a relação como "dura" e "distante".

Estes são os principais pontos para entender o que está em jogo em meio aos protestos.

1. O narcotráfico em primeiro lugar

"É uma das relações mais duras e radicais já vistas na história recente equatoriana, talvez comparável apenas à que (o ex-presidente) Rafael Correa teve com a Conaie", disse à AFP Caroline Ávila, analista e professora da Universidade Católica de Cuenca.

O ex-mandatário de esquerda (2007-2017) utilizou sua popularidade e dividiu os setores sociais, classificando seus críticos como "medíocres" e desafiando-os a vencer nas urnas, bem como mobilizando organizações alinhadas em marchas semelhantes às que Noboa convoca para demonstrar poder.

O atual presidente, que tem 52% de aprovação, segundo a pesquisa Cedatos, chamou os manifestantes de "terroristas" com os quais não se negocia e os acusou de serem financiados pelo grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, mas sem apresentar provas.

Para Ávila, estas declarações "ofensivas" aprofundaram "a divisão e a ruptura" entre as partes.

Camponeses e indígenas rejeitam o governo de Noboa, concentrado em financiar a custosa guerra contra o tráfico de drogas. Eles reivindicam um Estado mais generoso com os mais pobres, a redução de impostos e maiores orçamentos para saúde e educação.

O galão do diesel subiu de 1,80 para 2,80 dólares (R$ 9,6 para R$ 14,99, na cotação atual), segundo o governo, para impedir que seja traficado para a Colômbia e o Peru, principais produtores de cocaína.

Discordam deste reajuste 51% da população.

2. "Impasse"

A Conaie acusa o presidente de proferir "discursos de ódio" e de "racismo", além de ordenar uma violenta repressão nas manifestações.

Segundo o professor Franklin Ramírez, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais de Quito, existe uma divisão no movimento indígena, com setores que apoiam o governo vigente.

"Essa dualidade ou ambivalência está entrando em crise" com os protestos, visto que não há sinais de um possível diálogo, afirmou ele.

A Conaie, que fez os governos de Lenín Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (2021-2023) recuarem em seus aumentos de combustíveis, permanece firme em exigir o restabelecimento do subsídio ao diesel e a libertação de pelo menos 100 manifestantes detidos.

"O movimento indígena ou sua liderança não são vistos como um ator válido, legítimo para dialogar" por parte do governo, avaliou o analista político Wilson Benavides, da Universidade Central de Quito, o que deixa um eventual diálogo em "um impasse".

3. Estratégia de desgaste

Noboa "entrou com a ideia de esmagar a paralisação" da Conaie, mobilizando as forças públicas para evitar o bloqueio das estradas, mas após quase três semanas de protestos, a nova estratégia parece ser o "desgaste", segundo Ramírez.

O governo agora busca "que a população comece a se cansar e que a mobilização caia em descrédito", analisou.

Para Ávila, o presidente "precisa que o vejam como vítima, como alguém atacado" e que os manifestantes fiquem "como os violentos que estão interferindo na paz". Uma estratégia para obter ganhos políticos.

O governo denunciou ao Ministério Público uma tentativa de assassinato, no entanto, as cinco pessoas presas pelo caso foram libertadas por ilegalidades no processo de detenção. O Executivo também não apresentou provas dos supostos disparos contra o carro de Noboa.

Cerca de 27% dos equatorianos demonstraram apoio às manifestações da Conaie, o que "constitui uma base social significativa de protesto, que poderia se tornar um fator de pressão política e social", segundo a Cedatos.

Os povos originários representam quase 8% dos 17 milhões de habitantes do Equador, mas, segundo líderes indígenas, este número chega a 25%.

S.Janousek--TPP