The Prague Post - Relação histórica dos argentinos com a carne perde força

EUR -
AED 4.330251
AFN 77.223105
ALL 96.61697
AMD 449.836805
ANG 2.110835
AOA 1081.117382
ARS 1710.106625
AUD 1.759634
AWG 2.122445
AZN 1.99508
BAM 1.954146
BBD 2.373781
BDT 144.016905
BGN 1.955558
BHD 0.44455
BIF 3489.758004
BMD 1.178972
BND 1.514418
BOB 8.173153
BRL 6.514064
BSD 1.178598
BTN 105.712438
BWP 15.512872
BYN 3.419506
BYR 23107.857053
BZD 2.370414
CAD 1.614449
CDF 2593.739142
CHF 0.928965
CLF 0.027283
CLP 1070.294804
CNY 8.2864
CNH 8.275425
COP 4425.567266
CRC 582.81668
CUC 1.178972
CUP 31.242766
CVE 110.882713
CZK 24.297458
DJF 209.527282
DKK 7.469146
DOP 73.833109
DZD 152.746418
EGP 55.983383
ERN 17.684584
ETB 183.095462
FJD 2.675325
FKP 0.876131
GBP 0.873224
GEL 3.165535
GGP 0.876131
GHS 13.540499
GIP 0.876131
GMD 87.833596
GNF 10302.447494
GTQ 9.029359
GYD 246.573429
HKD 9.169209
HNL 31.077581
HRK 7.534224
HTG 154.450607
HUF 390.627733
IDR 19733.225694
ILS 3.756418
IMP 0.876131
INR 105.482003
IQD 1544.453711
IRR 49664.208395
ISK 147.996918
JEP 0.876131
JMD 188.470507
JOD 0.835875
JPY 184.275137
KES 151.967554
KGS 103.101415
KHR 4727.678962
KMF 492.810438
KPW 1061.029099
KRW 1746.111018
KWD 0.362062
KYD 0.982169
KZT 600.377025
LAK 25501.170685
LBP 105285.563443
LKR 364.839708
LRD 209.501051
LSL 19.676911
LTL 3.481199
LVL 0.713149
LYD 6.395905
MAD 10.762543
MDL 19.835215
MGA 5376.113654
MKD 61.572354
MMK 2475.65941
MNT 4189.371634
MOP 9.44209
MRU 46.899604
MUR 54.409642
MVR 18.215338
MWK 2047.875146
MXN 21.109794
MYR 4.791304
MZN 75.348188
NAD 19.676502
NGN 1721.582016
NIO 43.091694
NOK 11.828446
NPR 169.1403
NZD 2.018943
OMR 0.453319
PAB 1.178613
PEN 3.966654
PGK 5.013582
PHP 69.247525
PKR 330.288746
PLN 4.221015
PYG 8030.204466
QAR 4.292581
RON 5.090219
RSD 117.41269
RUB 91.959429
RWF 1711.867778
SAR 4.422152
SBD 9.612623
SCR 16.519376
SDG 709.153522
SEK 10.810015
SGD 1.514873
SHP 0.884535
SLE 28.383727
SLL 24722.463936
SOS 673.781632
SRD 45.178017
STD 24402.346246
STN 25.053161
SVC 10.312273
SYP 13035.773421
SZL 19.677158
THB 36.696686
TJS 10.843016
TMT 4.138193
TND 3.401921
TOP 2.838683
TRY 50.48798
TTD 8.017283
TWD 37.076351
TZS 2914.094104
UAH 49.628002
UGX 4258.414391
USD 1.178972
UYU 46.031046
UZS 14206.61584
VES 339.648756
VND 31043.519595
VUV 143.293996
WST 3.28224
XAF 655.402368
XAG 0.0165
XAU 0.000263
XCD 3.186232
XCG 2.12412
XDR 0.816785
XOF 656.093139
XPF 119.331742
YER 281.126016
ZAR 19.669155
ZMK 10612.158195
ZMW 26.635686
ZWL 379.628599
Relação histórica dos argentinos com a carne perde força
Relação histórica dos argentinos com a carne perde força / foto: Luis ROBAYO - AFP

Relação histórica dos argentinos com a carne perde força

Eles são os campeões mundiais, juntamente com seus vizinhos uruguaios, no consumo de carne, mas nunca comeram tão pouca quanto agora. A relação dos argentinos com a carne bovina está mudando: perde centralidade na mesa local e encontra saída na exportação.

Tamanho do texto:

O churrasco é a maior tradição culinária da Argentina, mas o país vive uma mudança cultural radical à medida que os gostos se globalizam, os preços sobem, favorecendo o frango e o porco, e cresce a preocupação com o meio ambiente e a saúde.

Em 2024 foi registrado um mínimo histórico no consumo de carne na Argentina, de 47 kg por habitante, empatado com o Uruguai.

Em 2025, houve uma leve recuperação (50 kg), ligada parcialmente à baixa da inflação, mas a tendência é de queda: cada argentino consumia quase 100 quilos por ano no fim dos anos 1950 e 75 quilos até 1995, segundo o Instituto de Promoção da Carne Bovina na Argentina (IPCVA). A título de comparação, o consumo no México foi de 16 quilos em 2024.

"Comemos duas, três vezes por semana no mínimo (...) Não todos os dias como antes", diz à AFP Alejandro Pérez, de 39 anos, em meio à fumaça e ao cheiro de carne assada durante um festival de churrasco ao ar livre.

Durante o encontro "Locos por el asado" (Loucos pelo churrasco), que reuniu milhares de pessoas recentemente em um hipódromo ao norte de Buenos Aires, Graciela Ramos lembra a tradição argentina da carne na brasa "nessas mesas compridas, com muita família" ao redor.

Mas com o passar dos anos, ela precisou adaptar sua dieta. "Por gosto e porque, obviamente, a carne em grande quantidade na minha idade não dá", conta esta mulher de 73 anos.

- Bovinos por toda parte -

O vínculo com a carne é antigo. O historiador Felipe Pigna, autor de "Carne, una pasión argentina" (Carne, uma paixão argentina, em tradição livre), conta à AFP que no começo do século XIX o consumo chegava a 170 quilos por habitante ao ano.

"Todas as classes (sociais) consumiam carne (...) ao meio-dia, à noite. Era abundante, muito barata, passou a fazer parte da dieta diária de ricos e pobres", conta. "Com a imigração, adota-se o costume de acrescentar verduras, purê, outras coisas que acompanham".

Os bovinos, que chegaram no século XVI com a conquista espanhola, estavam por toda parte. No fim do século XIX havia 20 milhões de cabeças no país para menos de dois milhões de habitantes, assinala Pigna. Antes eram criados sobretudo pelo couro.

Mas a chegada da salgação e depois da refrigeração, no final do século XIX, transformaram o destino da carne argentina e a transformaram em uma "marca" mundial graças ao pastoreio na imensa Pampa, à introdução das raças britânicas Angus e Hereford e ao abastecimento para países beligerantes durante as duas guerras mundiais.

A carne "é central, faz parte da nossa história, da nossa cultura, está no tango, no folclore, é um elemento constitutivo do que é ser argentino", diz Pigna.

Mas será que ainda é assim? Em 2020, uma pesquisa da União Vegana Argentina (UVA) identificava 12% de vegetarianos ou veganos no país.

Há 25 anos, "encontrar outro vegetariano era um acontecimento", lembra o presidente da UVA, Manuel Alfredo Martí. Agora, "todos têm um vegano ou um vegetariano na família".

Hoje, produtos veganos são encontrados nos mercados, restaurantes vegetarianos abrem as portas em bairros nobres e surgem especializações em nutrição vegetariana nas universidades.

Pigna acrescenta o fator econômico para explicar a redução do consumo: "A carne nunca esteve tão cara em toda a história argentina", assinala.

- Ásia alimenta a demanda -

O setor da carne percebe estas mudanças, mas não se inquieta: o mercado argentino ainda é seu forte.

Segundo a secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, em 2024 a Argentina produziu 3,1 milhões de toneladas de carne, das quais exportou quase um terço.

Em nível internacional, a demanda aumenta, liderada pela Ásia e particularmente pela China, que por sua vez compra 70% da carne argentina exportada, assegura à AFP George Breitschmitt, presidente do instituto IPCVA.

"Na Ásia, estamos falando de um consumo de 3 a 5 quilos por habitante ao ano", diz Breitschmitt. "Há muito a explorar no mercado mundial".

Depois de tudo, "a Argentina segue com esse rótulo da melhor carne do mundo, mas não se deve dormir no ponto porque os concorrentes estão melhorando".

U.Ptacek--TPP