

Suspeito de misterioso assassinato quádruplo declara-se culpado nos EUA
Um ex-estudante de criminologia americano, suspeito de ter assassinado quatro estudantes em uma pequena cidade universitária no noroeste dos Estados Unidos, declarou-se culpado nesta quarta-feira (2) para evitar a pena de morte.
Bryan Kohberger, de 30 anos, seria julgado em agosto pelo quádruplo homicídio cometido em novembro de 2022, em Moscow, no estado de Idaho.
Após permanecer em silêncio por mais de dois anos e meio, Kohberger decidiu se declarar culpado como parte de um acordo que garante a prisão perpétua, sem julgamento e sem possibilidade de apelação.
O crime despertou grande atenção nos Estados Unidos: os corpos de Kaylee Goncalves e Madison Mogen, ambas de 21 anos, e de Xana Kernodle e Ethan Chapin, ambos de 20 anos e namorados, foram encontrados esfaqueados em uma casa fora do campus da Universidade de Idaho.
Os quatro estudantes dessa universidade, que não possuíam antecedentes criminais, foram assassinados na madrugada enquanto dormiam, sem que os outros dois colegas de casa acordassem.
Kohberger admitiu a culpa pelas quatro acusações de homicídio em primeiro grau durante uma audiência realizada nesta quarta-feira em Boise, capital de Idaho.
"Você se declara culpado porque é culpado?", perguntou o juiz. "Sim", respondeu Kohberger.
A sentença será anunciada em 23 de julho.
A investigação ficou estagnada por quase dois meses até a prisão do suspeito, em 30 de dezembro de 2022, na casa de seus pais na Pensilvânia, a mais de 4 mil quilômetros de distância da cena do crime.
Até hoje, a promotoria não apresentou um motivo para os assassinatos.
Kohberger foi indiciado após seu DNA ser encontrado na bainha de uma faca deixada na casa das vítimas. Câmeras de vigilância também registraram um carro semelhante ao dele circulando pelo bairro no momento dos assassinatos.
No fim de 2022, Kohberger cursava doutorado em criminologia na Universidade Estadual de Washington, localizada a cerca de 15 quilômetros de Moscow, já no estado vizinho.
Familiares de Kaylee Goncalves, que defendiam a pena de morte, criticaram o acordo.
"O fato de Bryan Kohberger pegar prisão perpétua significa que ele ainda poderá se expressar, estabelecer relações e interagir com o mundo. Enquanto isso, nossos entes queridos foram silenciados para sempre", escreveu nas redes sociais Aubrie Goncalves, irmã de Kaylee.
Durante a audiência, o juiz criticou as pressões sofridas. "Este tribunal não pode obrigar a promotoria a pedir a pena de morte, e não seria apropriado tentar fazê-lo", declarou.
Q.Fiala--TPP