The Prague Post - 'Motosserra' de Milei ameaça o acesso ao aborto na Argentina

EUR -
AED 4.313975
AFN 80.547545
ALL 97.434934
AMD 449.73046
ANG 2.102303
AOA 1077.171324
ARS 1492.791377
AUD 1.764031
AWG 2.116752
AZN 2.0016
BAM 1.955498
BBD 2.367734
BDT 143.357833
BGN 1.958424
BHD 0.442032
BIF 3495.35953
BMD 1.174668
BND 1.502568
BOB 8.102747
BRL 6.532923
BSD 1.172619
BTN 101.493307
BWP 15.744565
BYN 3.837607
BYR 23023.499991
BZD 2.355536
CAD 1.60865
CDF 3393.617337
CHF 0.926897
CLF 0.028411
CLP 1114.547663
CNY 8.403625
CNH 8.419418
COP 4775.561579
CRC 592.408399
CUC 1.174668
CUP 31.128712
CVE 110.247953
CZK 24.57048
DJF 208.817712
DKK 7.463496
DOP 71.148999
DZD 152.157473
EGP 57.684081
ERN 17.620026
ETB 163.190867
FJD 2.634488
FKP 0.873886
GBP 0.867394
GEL 3.18381
GGP 0.873886
GHS 12.254105
GIP 0.873886
GMD 84.57654
GNF 10176.42647
GTQ 9.000608
GYD 245.342064
HKD 9.220266
HNL 30.706252
HRK 7.537617
HTG 153.886205
HUF 396.850416
IDR 19217.339549
ILS 3.93908
IMP 0.873886
INR 101.616219
IQD 1536.162471
IRR 49468.226083
ISK 142.276286
JEP 0.873886
JMD 187.051077
JOD 0.832886
JPY 173.446879
KES 151.506573
KGS 102.553011
KHR 4697.273684
KMF 491.603168
KPW 1057.201531
KRW 1624.959912
KWD 0.358662
KYD 0.977249
KZT 639.001194
LAK 25279.09122
LBP 105069.953557
LKR 353.815291
LRD 235.113646
LSL 20.812382
LTL 3.468491
LVL 0.710546
LYD 6.330021
MAD 10.545169
MDL 19.72395
MGA 5179.199166
MKD 61.550483
MMK 2466.137469
MNT 4214.430294
MOP 9.481134
MRU 46.800763
MUR 53.342135
MVR 18.094285
MWK 2033.385588
MXN 21.777064
MYR 4.958867
MZN 75.131746
NAD 20.812382
NGN 1799.510154
NIO 43.153327
NOK 11.93722
NPR 162.388891
NZD 1.948849
OMR 0.45182
PAB 1.172619
PEN 4.153358
PGK 4.860248
PHP 67.132737
PKR 332.301418
PLN 4.249143
PYG 8783.641829
QAR 4.274539
RON 5.067641
RSD 117.131888
RUB 93.035614
RWF 1695.037905
SAR 4.407246
SBD 9.732239
SCR 16.61843
SDG 705.392672
SEK 11.192362
SGD 1.503815
SHP 0.923105
SLE 26.959075
SLL 24632.212956
SOS 670.196371
SRD 43.067458
STD 24313.263549
STN 24.496212
SVC 10.260413
SYP 15272.789827
SZL 20.804783
THB 38.024448
TJS 11.198868
TMT 4.123086
TND 3.423471
TOP 2.751195
TRY 47.634334
TTD 7.973767
TWD 34.632517
TZS 3004.935362
UAH 49.031718
UGX 4204.349902
USD 1.174668
UYU 46.972737
UZS 14837.70572
VES 141.281363
VND 30711.704452
VUV 139.313216
WST 3.217402
XAF 655.855588
XAG 0.030777
XAU 0.000352
XCD 3.1746
XCG 2.113373
XDR 0.815674
XOF 655.855588
XPF 119.331742
YER 283.036769
ZAR 20.86834
ZMK 10573.429114
ZMW 27.351771
ZWL 378.242735
'Motosserra' de Milei ameaça o acesso ao aborto na Argentina
'Motosserra' de Milei ameaça o acesso ao aborto na Argentina / foto: JUAN MABROMATA - AFP

'Motosserra' de Milei ameaça o acesso ao aborto na Argentina

A "motosserra" do presidente argentino Javier Milei levantou novos obstáculos ao acesso à saúde reprodutiva e ao aborto, cuja legalização em 2020 representou um marco histórico para os movimentos feministas e que a falta de orçamento ameaça transformar em letra morta.

Tamanho do texto:

ONGs relatam falta de medicamentos abortivos e anticoncepcionais gratuitos. Também denunciam o desmonte de programas bem-sucedidos para prevenir a gravidez na adolescência.

"Estamos desamparadas, não temos as ferramentas estatais que tínhamos antes. Este governo está atingindo as mulheres com mais força", disse à AFP Patricia Luppi, uma das centenas de mulheres que compareceram a uma assembleia feminista preparatória para a passeata de 8 de março em Buenos Aires.

No encontro, foram convocadas a "resistir" ao colapso de programas como o de proteção às vítimas de violência de gênero, a "impedir" a eliminação da agravante penal do feminicídio, na agenda do governo, e a defender políticas de diversidade sexual.

"Não há uma questão econômica, há uma questão ideológica. Eles são contra todas as conquistas do feminismo", disse Marta Alanis, pioneira da campanha pelo aborto legal e gratuito.

"O feminismo já venceu a batalha cultural contra a direita. Eles reagem contra essas conquistas porque avançamos muito", disse.

Milei definiu a interrupção voluntária da gravidez como "assassinato" e aqueles que a defendem como "promotores da agenda sanguinária e assassina do aborto".

- Motosserra -

O governo de Milei fez cortes em todas as áreas do Estado, com dezenas de milhares de demissões que enfraqueceram as estruturas de assistência médica.

O objetivo é alcançar o equilíbrio fiscal, que o governo ostenta como sua maior conquista, além de conter a inflação, que foi de 2,2% ao mês em janeiro.

Sem um orçamento para 2025, em 2024 prorrogou o do ano anterior, apesar da inflação ser de 211% em 2023 e 118% no ano seguinte.

Nesse contexto, um relatório da ONG 'Proyecto Mirar', que monitora o cumprimento da lei do aborto, informou que no ano passado o governo nacional não distribuiu nenhum tratamento.

As províncias assumiram o comando, mas com "fraca capacidade de resposta" em termos de suprimentos, treinamento e assistência técnica.

A distribuição de preservativos foi interrompida e o programa de prevenção à gravidez na adolescência, que entre 2017 e 2023 resultou em uma queda de 57% na taxa de gravidez entre meninas de até 14 anos, foi cancelado.

Natalia Gerhardi, codiretora da 'Red de Acceso Seguro al Aborto de Argentina'(Redaas), alerta que as mulheres correm o risco de não poder mais recorrer aos hospitais públicos para solicitar o procedimento.

O acesso ao aborto gratuito "está em perigo em 2025", concluiu.

- "Há muito em jogo" –

Em Chivilcoy, cidade de 90.000 habitantes na província de Buenos Aires, medicamentos abortivos são distribuídos a conta-gotas.

A organização feminista 'La Hoguera' recebe até 15 solicitações por semana de misoprostol. Mas muitas mulheres saem de mãos vazias, disse à AFP Cecilia Robledo, membro da organização desde 2014.

"Nesses quase 11 anos, vimos muitas barreiras e deficiências, mas nunca um corte tão terrível", disse.

Nas cidades vizinhas, muitos médicos disponíveis exercem a objeção de consciência, algo permitido por lei, mas que representa outro obstáculo.

Enquanto até 2023, as consultas para solicitar um aborto eram baseadas principalmente no desejo ou em projetos de vida, "agora, em sua maioria são de mulheres sem rede de apoio ou com trabalhos precários que o solicitam porque não podem arcá-lo, nem do ponto de vista financeiro ou social", explicou Robledo.

"É terrível o que este governo está fazendo com todos os avanços em direitos humanos, há muito em jogo", concluiu.

A pobreza aumentou 11 pontos nos primeiros seis meses do governo de Milei, para 52,9%. Desde então, vem declinando, segundo estudos privados.

A crise econômica "sempre afeta desproporcionalmente as mulheres", disse a economista Mercedes D'Alessandro.

"Elas são as que mais sofrem quando há cortes no orçamento. Quando têm empregos, ganham menos e são sobrecarregadas de forma desigual com tarefas de cuidado", disse.

A.Novak--TPP