The Prague Post - A ofensiva de Trump contra a imprensa tradicional em seus primeiros 100 dias no poder

EUR -
AED 4.271912
AFN 80.823959
ALL 97.84781
AMD 444.590858
ANG 2.081676
AOA 1066.552147
ARS 1571.380218
AUD 1.786934
AWG 2.096467
AZN 1.980792
BAM 1.963784
BBD 2.342313
BDT 141.525385
BGN 1.954689
BHD 0.438537
BIF 3434.600787
BMD 1.163089
BND 1.49949
BOB 8.033696
BRL 6.306852
BSD 1.162622
BTN 102.094073
BWP 15.68584
BYN 3.950846
BYR 22796.537562
BZD 2.338317
CAD 1.603864
CDF 3338.064492
CHF 0.933355
CLF 0.028727
CLP 1126.962471
CNY 8.319454
CNH 8.318433
COP 4701.913812
CRC 585.377393
CUC 1.163089
CUP 30.821849
CVE 110.638835
CZK 24.529885
DJF 206.704262
DKK 7.464848
DOP 73.216258
DZD 151.14915
EGP 56.586818
ERN 17.44633
ETB 164.97222
FJD 2.629729
FKP 0.862703
GBP 0.861936
GEL 3.134485
GGP 0.862703
GHS 12.969031
GIP 0.862703
GMD 83.165417
GNF 10096.772226
GTQ 8.912234
GYD 243.146445
HKD 9.056076
HNL 30.705292
HRK 7.530067
HTG 152.178697
HUF 396.780137
IDR 19040.051991
ILS 3.872037
IMP 0.862703
INR 101.966469
IQD 1523.646133
IRR 48907.877417
ISK 142.99007
JEP 0.862703
JMD 185.80541
JOD 0.824654
JPY 171.517777
KES 150.617548
KGS 101.595368
KHR 4658.169872
KMF 492.277714
KPW 1046.79772
KRW 1620.767541
KWD 0.355416
KYD 0.968944
KZT 626.938882
LAK 25145.975997
LBP 104163.309511
LKR 351.418727
LRD 234.972947
LSL 20.505396
LTL 3.434298
LVL 0.70354
LYD 6.292452
MAD 10.517778
MDL 19.21922
MGA 5138.914855
MKD 61.791218
MMK 2441.386671
MNT 4183.832826
MOP 9.321517
MRU 46.465552
MUR 53.303907
MVR 17.922998
MWK 2019.121451
MXN 21.71654
MYR 4.925708
MZN 74.319079
NAD 20.504899
NGN 1787.073688
NIO 42.805319
NOK 11.735559
NPR 163.350116
NZD 1.984677
OMR 0.447205
PAB 1.162632
PEN 4.093641
PGK 4.917995
PHP 66.466983
PKR 327.845632
PLN 4.267669
PYG 8404.16797
QAR 4.234515
RON 5.066183
RSD 117.162548
RUB 93.458651
RWF 1681.82619
SAR 4.3642
SBD 9.557176
SCR 17.505218
SDG 698.438276
SEK 11.093493
SGD 1.495726
SHP 0.914005
SLE 27.041498
SLL 24389.385109
SOS 664.704685
SRD 44.781038
STD 24073.586811
STN 24.890097
SVC 10.173361
SYP 15122.749377
SZL 20.505635
THB 37.674188
TJS 11.074472
TMT 4.07081
TND 3.355457
TOP 2.724065
TRY 47.734557
TTD 7.905173
TWD 35.54404
TZS 2910.08502
UAH 48.02977
UGX 4142.843136
USD 1.163089
UYU 46.499046
UZS 14364.399878
VES 164.701454
VND 30682.278616
VUV 139.087585
WST 3.229085
XAF 658.637587
XAG 0.030156
XAU 0.000343
XCD 3.143305
XCG 2.095419
XDR 0.815385
XOF 658.634744
XPF 119.331742
YER 279.344816
ZAR 20.576806
ZMK 10469.198288
ZMW 27.17761
ZWL 374.514071
A ofensiva de Trump contra a imprensa tradicional em seus primeiros 100 dias no poder
A ofensiva de Trump contra a imprensa tradicional em seus primeiros 100 dias no poder / foto: Brendan SMIALOWSKI - AFP

A ofensiva de Trump contra a imprensa tradicional em seus primeiros 100 dias no poder

Em 100 dias na Casa Branca, o presidente Donald Trump retomou sua estratégia para remodelar o panorama midiático dos Estados Unidos, que segue dando sinais de resistência.

Tamanho do texto:

Desde 20 de janeiro, a Casa Branca restringiu o acesso à Associated Press, a agência de notícias americana respeitada por suas cartas editoriais e que alimenta com informação a imprensa nacional e internacional.

Mas a AP não cedeu e segue usando o termo Golfo do México ao invés de "Golfo da América", como exige o vocabulário de Trump.

A administração do presidente republicano também começou a calar as "vozes" dos Estados Unidos no exterior, como a Voice of America, a Rádio Free Europe/Radio Liberty e a Rádio Free Asia, enquanto o financiamento federal das emissoras públicas NPR e PBS está ameaçado.

- 'Na prisão' -

Trump lançou ataques legais contra a emissora de TV privada CBS e o jornal The Des Moines Register, e obrigou a ABC (grupo Disney) a pagar 15 milhões de dólares (aproximadamente R$ 88 milhões na cotação atual) sob a ameaça de um processo por difamação.

Enquanto isso, chovem insultos contra a mídia tradicional nas redes sociais, com Elon Musk à frente, que disse que os jornalistas do "60 Minutes", principal programa da CBS, mereciam "longas penas de prisão".

"As medidas adotadas pela Casa Branca para limitar a capacidade dos jornalistas de fazer o seu trabalho e documentar o que está acontecendo não têm precedentes", diz Katherine Jacobsen, encarregada nos Estados Unidos do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

"Esta tentativa de controlar a narrativa ameaça a liberdade de imprensa e os valores democráticos americanos", adverte.

- 'Ignorado' -

"Quando um governo usa seus poderes para sufocar a liberdade de expressão e ameaçar a imprensa, estamos entrando em um novo território", afirma Reece Peck, professor de jornalismo na Universidade de Nova York.

Ele lembra que a Autoridade Reguladora das Telecomunicações (FCC, na sigla em inglês), onde Donald Trump pôs seu aliado Brendan Carr, iniciou investigações contra CBS, ABC e NBC, assim como contra NPR e PBS.

Em 2024, os Estados Unidos caíram da 45ª para a 55ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Mas até onde Donald Trump pode chegar em um país com longa tradição de jornalismo investigativo e onde a liberdade de expressão é protegida pela Primeira Emenda da Constituição?

"Suas capacidades são limitadas", assinala Dan Kennedy, professor de jornalismo na Universidade Northeastern de Boston.

"Pode tentar encontrar alvos aqui ou ali, mas não pode fazer muito contra o The New York Times, que faz reportagens excelentes sobre o caos da administração Trump", assinala.

"O que é mais preocupante é que Trump está desenhando um sistema midiático no qual o New York Times simplesmente será ignorado, com exceção de seu núcleo de leitores", continua.

- Insatisfação -

Donald Trump pode aproveitar a crescente insatisfação do público americano com os meios de comunicação tradicionais, um fenômeno para o qual tem contribuído, segundo especialistas, com sua retórica constante sobre jornalistas mentirosos e "inimigos do povo".

Segundo o Instituto Gallup, em 2024, apenas 31% dos americanos acreditavam que os "meios de comunicação de massa" ofereciam uma informação completa, precisa e imparcial, um percentual que passava dos 50% na década de 2000.

Nestes 100 dias, a Casa Branca também abriu as portas para influenciadores, podcasters e comentaristas afins, com os quais Donald Trump contou durante sua campanha e que não questionam o presidente americano.

Um dos jornalistas da emissora conservadora Real America Voice, Brian Glenn, se somou ao presidente Trump, e ao seu vice, J.D. Vance, no tratamento ríspido dado no Salão Oval ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em fevereiro.

Glenn perguntou a Zelensky, cujo país foi invadido pela Rússia em 2022, "por que não usa terno?", e acrescentou, "muitos americanos têm um problema com a sua falta de respeito pelo cargo".

"Trump cultivou relações com a mídia independente de extrema direita em 2015 e 2016", diz Peck, por "necessidade", pois sua agora emissora favorita, Fox News, não o apoiou durante as primárias republicanas.

De seus agitadores midiáticos de então, Donald Trump manteve a estratégia de saturar o espaço midiático teorizada por seu ex-assessor e ideólogo da extrema direita Steve Bannon.

"Quantos meios de comunicação têm alcance suficiente para cobrir tudo o que está acontecendo?", questiona Dan Kennedy.

I.Horak--TPP