

Equador quer reproduzir megaprisão de El Salvador
As principais autoridades de segurança do Equador visitaram a megaprisão de segurança máxima de El Salvador para membros de gangues em uma tentativa de reproduzi-la em seu país, assolado pela violência do narcotráfico, informou o governo salvadorenho nesta quarta-feira (30).
Considerada a maior prisão da América Latina, o Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot) tem capacidade para 40.000 prisioneiros e atualmente abriga cerca de 15.000 supostos membros de facções salvadorenhas e, desde março, cerca de 250 venezuelanos que os Estados Unidos deportaram e acusaram de serem criminosos, sem apresentar provas.
"A ordem que encontramos aqui (no Cecot) é realmente impecável. Sem dúvida, é um modelo com o qual devemos aprender e replicar em nosso país", disse o ministro do Interior do Equador, John Reimberg, após uma visita ao local na terça-feira, segundo uma declaração da presidência salvadorenha.
Reimberg visitou o Cecot com o ministro da Defesa do Equador, Gian Carlo Loffredo, após reuniões com autoridades do governo salvadorenho para conhecer a estratégia de combate às gangues.
"As autoridades equatorianas expressaram seu interesse em conhecer em primeira mão a estratégia de segurança" em El Salvador, disse o governo de Nayib Bukele no comunicado.
Os enviados do presidente recentemente reeleito do Equador, Daniel Noboa, também discutiram "a articulação das Forças Armadas em operações de segurança interna" com o ministro da Defesa de El Salvador, René Francis Merino, de acordo com o ministério equatoriano.
A megaprisão foi construída pelo governo de Bukele na "guerra" iniciada em 2022 contra as gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18, com base em um regime de exceção que permite prisões sem mandados e que é fortemente criticado por organizações de direitos humanos.
No Equador, a taxa de homicídios aumentou de seis por 100.000 habitantes em 2018 para 38 em 2024, com um recorde histórico de 47 em 2023.
O.Holub--TPP