

Presidente do Fed adverte sobre potenciais choques de oferta 'mais persistentes'
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, advertiu nesta quinta-feira (15) sobre a possibilidade de choques de oferta "mais persistentes", um fator inflacionário, em meio à incerteza causada pelas tarifas de Donald Trump.
Antes de sua desescalada esta semana, a guerra comercial entre Washington e Pequim associada às tarifas aumentou os temores de possíveis cortes nas cadeias de suprimentos entre os dois países.
"Poderíamos estar entrando em um período de choques de oferta mais frequentes e potencialmente mais persistentes, um desafio difícil para a economia e para os bancos centrais", disse Powell aos funcionários do Fed em Washington.
Os comentários do dirigente fizeram alusão à interrupção das cadeias de suprimentos pela pandemia, que causou um aumento na inflação não resolvido a tempo pelo Federal Reserve.
Em seu discurso, no início da primeira revisão pública de estratégia quinquenal da instituição financeira, Powell declarou que o panorama econômico mudou desde a última reunião, quando as taxas de juros estavam muito mais baixas.
Atualmente, as taxas de referência estão entre 4,25% e 4,50%, em uma tentativa de conter ainda mais a inflação sem aumentar o desemprego.
"As taxas de juros de longo prazo estão muito mais altas agora, impulsionadas em grande parte pelas taxas reais, dada a estabilidade das expectativas de inflação de longo prazo", explicou ele, em referência às taxas ajustadas pela inflação.
A meta de inflação do Fed de 2% ao ano permanecerá inalterada, disse Powell.
"As expectativas ancoradas são fundamentais para tudo o que fazemos, e continuamos totalmente comprometidos com o objetivo de 2%", concluiu.
K.Pokorny--TPP