

As principais reações ao ataque dos EUA contra o Irã
Confira as principais reações internacionais ao ataque americano deste domingo (22) contra várias instalações nucleares iranianas, com o qual os Estados Unidos se uniram a Israel em sua guerra contra a República Islâmica.
- Irã: "consequências eternas" -
"Os acontecimentos desta manhã são escandalosos e terão consequências eternas", escreveu no X o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi.
O Irã vai se defender "por todos os meios necessários", acrescentou. "Não há linha vermelha que não tenham cruzado. E a última e a mais perigosa aconteceu ontem à noite. Cruzaram uma linha vermelha muito grande, ao atacar as instalações nucleares," disse.
A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com "represálias que vão lamentar".
A Agência de Energia Atômica iraniana, por sua vez, denunciou o ataque como "um ato bárbaro que viola o direito internacional" e disse que, "apesar das malvadas conspirações de seus inimigos", o Irã "não deixará que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional (nuclear), que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja detido".
- Israel: a promessa "foi cumprida" -
"Sua decisão audaciosa de atacar as instalações nucleares do Irã com o impressionante e justo poder dos Estados Unidos mudará a história", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em mensagem de vídeo em agradecimento a Trump.
Os ataques marcam "um ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Oriente Médio e além para um futuro de prosperidade e paz", acrescentou. "O presidente Trump e eu dizemos com frequência: paz através da força".
"Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite, o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força", considerou.
- ONU: "escalada perigosa" -
"É uma escalada perigosa em uma região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta para a paz e a segurança mundial", avaliou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
- UE insta "todas as partes a recuarem" -
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou "todas as partes a recuarem, a voltarem à mesa de negociações e evitarem qualquer escalada adicional", em mensagem publicada no X.
Ela acrescentou que o Irã não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros das Relações Exteriores da UE debaterão a situação na segunda-feira.
- Rússia: bombardeios "irresponsáveis" -
A Rússia condenou firmemente os bombardeios americanos, os quais tachou de "irresponsáveis", contra seu principal aliado no Oriente Médio.
"A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja o argumento apresentado, viola flagrantemente o direito internacional", declarou a diplomacia russa.
- China: chamado "especial" a Israel a um cessar-fogo -
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou, neste domingo, que "condena firmemente" os bombardeios dos Estados Unidos e afirmou que contribuem para uma "escalada das tensões no Oriente Médio".
"A China chama todas as partes em conflito, especialmente Israel, a um cessar-fogo o quanto antes", informou a chancelaria.
- Reino Unido pede que Irã "volte à mesa de negociações" -
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu ao Irã que "volte à mesa de negociações".
"Nunca se pode permitir ao Irã desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça", escreveu Starmer no X, destacando que "a estabilidade na região é uma prioridade".
- Alemanha pede que Irã continue negociando -
O chefe do governo alemão, Friedrich Merz, "reiterou seu apelo para que o Irã inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito".
- França: chamado à "moderação" -
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou neste domingo com seu contraparte iraniano, Masoud Pezeshkian, e o instou a retomar os "diálogos diplomáticos" e pediu "a desescalada" do conflito, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.
- Espanha pede uma "desescalada" e mais negociações -
"Chamamos todas as partes à desescalada. Não é a solução militar que vai trazer paz e estabilidade ao Oriente Médio, mas a diplomacia e, portanto, nós esperamos que todos voltem à mesa de negociação", assinalou o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel Albares.
- Arábia Saudita: "grande preocupação" -
A Arábia Saudita "acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irã, com o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos", afirmou o ministério das Relações Exteriores saudita.
- Omã pede uma "desescalada imediata" -
Omã, que atua como mediador entre os Estados Unidos nos diálogos sobre o programa nuclear iraniano, condenou "esta agressão ilegal" e pediu "uma desescalada imediata", afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores omani.
- Iraque: "escalada militar" -
O governo iraquiano condenou os ataques americanos, qualificando-os de "escalada militar" que "ameaça a segurança e a paz no Oriente Médio" e "põe gravemente em perigo a estabilidade regional".
- Paquistão: o Irã "tem o direito de se defender" -
O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos Estados Unidos, condenou os bombardeios americanos. "Reiteramos que estes ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irã tem o direito legítimo de se defender em virtude da Carta das Nações Unidas", declarou a Chancelaria.
- Papa Leão XIV: "a humanidade reivindica paz" -
"A humanidade grita e reivindica paz" diante das "notícias alarmantes do Oriente Médio", disse, neste domingo, o papa Leão XIV após os bombardeios americanos.
- Rebeldes huthis: "declaração de guerra" -
Os rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã, consideraram os ataques americanos "uma declaração de guerra" contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos "para atacar os navios americanos no mar Vermelho".
- Hamas: "agressão criminosa" -
"Condenamos esta agressão criminosa", escreveu no Telegram o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã e imerso há 20 meses em uma guerra com Israel na Faixa de Gaza.
"Nós a consideramos um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais", acrescentou.
N.Simek--TPP