

Bolívia rejeita declarações de presidente peruana de que é um 'país falido'
O governo do presidente da Bolívia, Luis Arce, convocou nesta terça-feira (29) o encarregado de negócios do Peru em La Paz para expressar seu repúdio às declarações "inadmissíveis" da chefe de Estado peruana Dina Boluarte, segundo as quais a Bolívia é um "país falido".
Em sua mais recente mensagem à nação, Boluarte afirmou no Congresso que, se não fosse por sua administração, o Peru teria mergulhado no caos econômico.
"Estaríamos em um país sem investimentos, sem obras realizadas, com mais pobreza, a caminho de nos tornarmos um país falido, como Cuba, Venezuela ou Bolívia, entre tantos outros", declarou.
O vice-chanceler boliviano, Elmer Catarina, disse em entrevista coletiva que a Bolívia expressou ao diplomata peruano Carlos Montoya "uma rejeição contundente a essas declarações inadmissíveis".
Após o desconforto diplomático, o chanceler peruano, Elmer Schialer, afirmou que houve uma má interpretação nas expressões de Boluarte.
O chanceler apontou que a presidente se referiu à difícil situação econômica e social vivida em Venezuela, Bolívia e Cuba, onde há "filas e escassez" em alguns deles.
"Eu acho que sim [houve má interpretação]. Eu conversei com a encarregada de negócios da Bolívia, que amanhã eu irei receber. É para esclarecer que isso, na verdade, não significa que estamos rompendo qualquer relação fraterna com a Bolívia", disse Schialer à rádio RPP.
"Pelo contrário. Além disso, a senhora presidente ordenou que uma delegação importante esteja presente no dia 6 de agosto, que é o dia da independência nacional da Bolívia", acrescentou.
Bolívia e Peru estão sem embaixadores desde o final de 2022, quando a então vice-presidente Boluarte assumiu o cargo no lugar do esquerdista Pedro Castillo, destituído e preso após tentar dissolver o Congresso peruano.
O governo Arce afirmou à época que não reconhecia o novo governo. La Paz tomou a decisão junto com México, Argentina e Colômbia.
O.Holub--TPP