The Prague Post - Ucrânia presta última homenagem a jornalista que morreu presa na Rússia

EUR -
AED 4.270728
AFN 76.740116
ALL 96.743153
AMD 444.300003
ANG 2.081337
AOA 1066.216989
ARS 1624.512356
AUD 1.780313
AWG 2.097261
AZN 1.981244
BAM 1.95604
BBD 2.340587
BDT 142.007408
BGN 1.957077
BHD 0.436515
BIF 3425.38058
BMD 1.162723
BND 1.513085
BOB 8.029984
BRL 6.159062
BSD 1.162042
BTN 103.047632
BWP 16.544028
BYN 3.963986
BYR 22789.361633
BZD 2.337187
CAD 1.631475
CDF 2527.759206
CHF 0.924082
CLF 0.027431
CLP 1076.104252
CNY 8.254807
CNH 8.255668
COP 4368.639234
CRC 582.471402
CUC 1.162723
CUP 30.812147
CVE 110.811985
CZK 24.190563
DJF 206.639506
DKK 7.471427
DOP 74.589107
DZD 151.448145
EGP 54.633107
ERN 17.440838
ETB 181.327035
FJD 2.675018
FKP 0.880201
GBP 0.883528
GEL 3.14384
GGP 0.880201
GHS 12.760926
GIP 0.880201
GMD 84.301861
GNF 10101.733774
GTQ 8.907092
GYD 243.054258
HKD 9.039645
HNL 30.584066
HRK 7.537819
HTG 152.238662
HUF 384.617437
IDR 19431.41896
ILS 3.752924
IMP 0.880201
INR 103.11692
IQD 1523.166517
IRR 48950.619019
ISK 147.45692
JEP 0.880201
JMD 186.644485
JOD 0.824416
JPY 179.693
KES 150.228171
KGS 101.680532
KHR 4668.331375
KMF 492.994761
KPW 1046.475522
KRW 1685.370716
KWD 0.356596
KYD 0.968419
KZT 609.13991
LAK 25213.638519
LBP 104121.803173
LKR 356.443695
LRD 210.453183
LSL 19.906253
LTL 3.433218
LVL 0.70332
LYD 6.342697
MAD 10.747917
MDL 19.616405
MGA 5226.438186
MKD 61.528072
MMK 2441.215407
MNT 4160.294634
MOP 9.30268
MRU 46.334933
MUR 53.078724
MVR 17.910274
MWK 2019.072022
MXN 21.299802
MYR 4.804955
MZN 74.356545
NAD 19.906248
NGN 1675.227808
NIO 42.742118
NOK 11.73048
NPR 164.876211
NZD 2.046687
OMR 0.445209
PAB 1.162042
PEN 3.913147
PGK 4.910763
PHP 68.618115
PKR 326.380518
PLN 4.230031
PYG 8188.003726
QAR 4.233183
RON 5.086102
RSD 117.722213
RUB 93.589787
RWF 1685.947672
SAR 4.360278
SBD 9.585674
SCR 15.876818
SDG 699.381877
SEK 10.986919
SGD 1.508753
SHP 0.872343
SLE 27.211971
SLL 24381.707978
SOS 664.500185
SRD 44.868886
STD 24066.008891
STN 24.853194
SVC 10.168246
SYP 12858.396271
SZL 19.906239
THB 37.591248
TJS 10.726115
TMT 4.081156
TND 3.463174
TOP 2.799557
TRY 49.032595
TTD 7.880034
TWD 35.543851
TZS 2837.043368
UAH 48.836507
UGX 4148.508545
USD 1.162723
UYU 46.235668
UZS 14010.806902
VES 274.591813
VND 30637.738726
VUV 141.690427
WST 3.266993
XAF 655.941504
XAG 0.022986
XAU 0.000285
XCD 3.142316
XCG 2.094357
XDR 0.819456
XOF 654.613171
XPF 119.331742
YER 277.338435
ZAR 19.863034
ZMK 10465.902225
ZMW 26.118202
ZWL 374.396181
Ucrânia presta última homenagem a jornalista que morreu presa na Rússia
Ucrânia presta última homenagem a jornalista que morreu presa na Rússia / foto: Roman PILIPEY - AFP

Ucrânia presta última homenagem a jornalista que morreu presa na Rússia

No silêncio da catedral de Kiev, jornalistas filmam um caixão preto. Mas, uma vez que as câmeras são desligadas, alguns começam a chorar por sua colega Victoria Roshchyna, jornalista ucraniana morta em cativeiro na Rússia em 2024.

Tamanho do texto:

A jovem, de 27 anos, desapareceu durante uma reportagem em agosto de 2023 no oblast (região administrativa) meridional de Zaporizhzhia, território parcialmente ocupado por Moscou há três anos, após a invasão da Ucrânia.

Um ano depois, ligou para seus pais de uma prisão russa, o único contato com eles.

Em outubro de 2024, receberam uma carta do Ministério da Defesa da Rússia indicando que ela havia falecido em 19 de setembro.

Diante das centenas de pessoas reunidas, a voz do sacerdote ressoa com força. "O mais importante no jornalismo é contar a verdade", proclama. "E eles não amam a verdade", afirma, referindo-se aos russos.

Victoria colaborava com vários veículos de imprensa ucranianos e internacionais. Sua morte provocou indignação na União Europeia (UE) e em várias ONGs defensoras dos direitos humanos.

Durante a oração fúnebre, seu pai Volodimir fixa seus olhos vermelhos no caixão coberto de flores. Sua irmã, por outro lado, mira o horizonte. Os dois mantêm as mãos entrelaçadas durante toda a cerimônia.

Ao redor deles, um muro de câmeras, entre as quais os entes queridos, chorando, tentam vislumbrar o retrato da falecida. Na foto, uma mulher loira, com os braços cruzados, exibe uma expressão decidida.

"Ela nunca escolhia temas fáceis, populares ou midiáticos", relembra Angelina Kariakina, chefe de redação do Hromadske, meio ucraniano onde Victoria trabalhou.

As ameaças "não representavam um obstáculo para ela", enfatiza sua antiga colega. "Repetia muito frequentemente", mesmo em cativeiro: "'sou jornalista, vocês não têm o direito de me impedir, me proibir de nada, nem me prender'".

De acordo com Repórteres Sem Fronteiras, Victoria foi detida em Energodar, onde está localizada a central nuclear de Zaporizhzhia, e depois transferida no final de 2023 para o centro de detenção preventiva nº 2 de Taganrog, no sudoeste da Rússia, descrito pela Human Rights Watch como "um inferno na Terra".

Victoria teria morrido durante uma transferência dessa prisão, mas as autoridades russas não forneceram qualquer confirmação ou informação.

Segundo a imprensa ucraniana, ela havia iniciado uma greve de fome para protestar contra suas condições de detenção. Seu estado deteriorou-se progressivamente, e as autoridades lhe negaram várias vezes o acesso a atendimento médico.

- Torturas sistemáticas -

Embora seja comum que o caixão esteja aberto durante a cerimônia, o de Victoria permaneceu fechado.

Uma investigação do coletivo Forbidden Stories revela que seu corpo, repatriado para a Ucrânia em maio, apresentava sinais de tortura e que alguns órgãos foram extraídos, incluindo os olhos e parte do cérebro.

A jornalista foi "submetida a torturas sistemáticas, agressões, humilhações, ameaças, severas restrições no acesso a atendimento médico, água potável e alimentos", além de "castigos corporais e pressões psicológicas", segundo a Procuradoria-Geral da Ucrânia.

O órgão anunciou na quinta-feira que abriu uma investigação contra o diretor do centro de detenção, embora ele não se encontre na Ucrânia. Enfrenta uma pena de até "12 anos de prisão", indicou.

Em um discurso na cerimônia, Taras Ilkiv, de 36 anos, redator-chefe da Radio Liberty, homenageia o "trabalho histórico" de Victoria, que "ninguém mais é capaz de realizar".

"As pessoas que vivem nos territórios ocupados, em Mariupol, em Berdiansk, em Kherson", Victoria "acreditava como ninguém que eles são nossos compatriotas", diz com a voz embargada.

C.Zeman--TPP