The Prague Post - Por que a violência persiste no futebol latino-americano?

EUR -
AED 4.276442
AFN 76.273354
ALL 97.000503
AMD 445.145408
ANG 2.084428
AOA 1067.800722
ARS 1639.678479
AUD 1.780745
AWG 2.096009
AZN 1.992038
BAM 1.961163
BBD 2.344101
BDT 142.221368
BGN 1.956892
BHD 0.438973
BIF 3428.651725
BMD 1.164449
BND 1.511634
BOB 8.071072
BRL 6.168551
BSD 1.163828
BTN 103.187168
BWP 16.52118
BYN 3.970612
BYR 22823.207476
BZD 2.340701
CAD 1.633199
CDF 2489.013098
CHF 0.922274
CLF 0.027601
CLP 1082.798081
CNY 8.282437
CNH 8.261815
COP 4365.019941
CRC 584.621327
CUC 1.164449
CUP 30.857908
CVE 111.059321
CZK 24.18014
DJF 206.94606
DKK 7.468173
DOP 74.988815
DZD 151.528662
EGP 54.950716
ERN 17.46674
ETB 178.862324
FJD 2.647783
FKP 0.886868
GBP 0.885593
GEL 3.141256
GGP 0.886868
GHS 12.750757
GIP 0.886868
GMD 85.005026
GNF 10113.242338
GTQ 8.921743
GYD 243.485848
HKD 9.046653
HNL 30.636958
HRK 7.533523
HTG 152.074227
HUF 384.413864
IDR 19457.948822
ILS 3.7567
IMP 0.886868
INR 103.319843
IQD 1525.428663
IRR 49037.875974
ISK 146.988396
JEP 0.886868
JMD 186.750698
JOD 0.825639
JPY 179.903353
KES 150.504601
KGS 101.830779
KHR 4656.416134
KMF 494.890571
KPW 1048.007614
KRW 1693.866205
KWD 0.357067
KYD 0.969852
KZT 608.607849
LAK 25262.729187
LBP 103836.057603
LKR 355.796729
LRD 211.929463
LSL 19.889437
LTL 3.438316
LVL 0.704364
LYD 6.357955
MAD 10.809004
MDL 19.587565
MGA 5240.02222
MKD 61.554569
MMK 2444.848094
MNT 4167.653364
MOP 9.316176
MRU 46.403005
MUR 53.157171
MVR 17.938341
MWK 2021.48388
MXN 21.319207
MYR 4.81209
MZN 74.478106
NAD 19.888437
NGN 1676.446321
NIO 42.817108
NOK 11.655791
NPR 165.099871
NZD 2.047725
OMR 0.447737
PAB 1.163783
PEN 3.923014
PGK 4.797679
PHP 68.750223
PKR 326.918992
PLN 4.232832
PYG 8198.419806
QAR 4.239645
RON 5.083286
RSD 117.170385
RUB 93.971878
RWF 1688.451573
SAR 4.366566
SBD 9.592003
SCR 17.044087
SDG 700.417154
SEK 10.937918
SGD 1.51333
SHP 0.873639
SLE 27.218982
SLL 24417.918709
SOS 665.477653
SRD 44.934928
STD 24101.750759
STN 24.977439
SVC 10.183849
SYP 12875.224817
SZL 19.889163
THB 37.641408
TJS 10.776971
TMT 4.075573
TND 3.438039
TOP 2.803715
TRY 49.288399
TTD 7.868823
TWD 36.255711
TZS 2841.256576
UAH 48.945649
UGX 4259.648647
USD 1.164449
UYU 46.27655
UZS 13979.214298
VES 271.625921
VND 30689.645134
VUV 142.281706
WST 3.275514
XAF 657.755731
XAG 0.021945
XAU 0.000278
XCD 3.146983
XCG 2.097617
XDR 0.820673
XOF 657.913965
XPF 119.331742
YER 277.724393
ZAR 19.835346
ZMK 10481.443952
ZMW 26.09837
ZWL 374.952219
Por que a violência persiste no futebol latino-americano?
Por que a violência persiste no futebol latino-americano? / foto: Alejandro PAGNI - AFP

Por que a violência persiste no futebol latino-americano?

Um torcedor pula do setor superior da arquibancada para não ser linchado enquanto pedras e pedaços de pau são usados como armas. Mais uma vez a violência contaminou o futebol e colocou em dúvida os esforços para erradicar os enfrentamentos entre torcidas na América Latina.

Tamanho do texto:

Independiente e Universidad de Chile disputavam o jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana na quarta-feira (20) quando uma batalha campal começou nas arquibancadas do Estádio Libertadores de América, em Avellaneda, ao sul de Buenos Aires.

O saldo de um dos confrontos de torcida mais violentos dos últimos tempos: 19 feridos, dois em estado grave, e mais de 100 detidos, segundo as autoridades.

Do México à Argentina, passando por Brasil, Colômbia, Chile e Equador, os episódios de violência nos estádios se repetem, apesar das tentativas de pacificar o futebol.

- Por que nos estádios? -

Brasil e Argentina, entre outros, promulgaram há mais de duas décadas leis para prevenir distúrbios e punir seus responsáveis.

Mas a violência não para. No Chile, só este ano, 12 jogos foram suspensos por atos de violência, denunciou o sindicato de jogadores do país.

Em abril, dois torcedores morreram durante um confronto antes da partida entre Colo Colo e Fortaleza pela Copa Libertadores.

Na Argentina, mais de 100 pessoas morreram nos últimos 20 anos; 157 no Brasil entre 2009 e 2019, e 170 morreram na Colômbia entre 2001 e 2019, segundo estudos acadêmicos e de ONGs.

"Existe uma ideia de que os estádios são espaços onde é legítimo cometer atos de violência, não somente física, mas também de racismo e homofobia", afirma à AFP o argentino Diego Murzi, autor do livro "Fútbol, violencia y estado" (Futebol, violência e Estado, em tradução livre).

Segundo Murzi, "uma lógica tribal sempre prevaleceu no futebol", uma cultura de provocação entre torcidas que sempre esteve "presente".

Para muitos fanáticos, "o futebol é um canalizador de frustrações", afirma o sociólogo colombiano Germán Gómez, autor do livro "Fútbol y barras bravas. Análisis de un fenómeno urbano" (Futebol e torcidas organizadas. Análise de um um fenômeno urbano, em tradução livre).

"Existe uma poetização do que significa a vitória da equipe na vida desses torcedores que deriva nessa perda de controle emocional quando se vence uma partida, e inclusive quando se perde", acrescenta.

- As medidas foram eficientes? -

As medidas de segurança se multiplicaram nos últimos anos, com a entrada dos torcedores por identificação biométrica e a vigilância por câmeras nos estádios.

"Na Argentina, você é mais revistado em um estádio do que no aeroporto", exemplifica Murzi.

Mas a tecnologia nem sempre permite a identificação efetiva de torcedores violentos.

"Alguém poderia pensar que, com esses avanços tecnológicos, os responsáveis por esses vandalismos responderiam por seus atos, mas às vezes a justiça não funciona de maneira eficiente", afirma Gómez.

O sociólogo colombiano também aponta falhas da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

A Conmebol "não gera punições exemplares aos clubes de futebol porque parece que o que importa é o negócio, e fechar um clube de futebol pode significar perda de dinheiro", critica.

Várias vozes, entre elas a do presidente do Chile, Gabriel Boric, culpam a entidade pelos incidentes no jogo de quarta-feira em Avellaneda, cuja organização era de responsabilidade do Independiente, segundo a Conmebol.

- O que falta fazer? -

Na Argentina e na Colômbia, a entrada de torcedores visitantes nos estádios é restrita há anos nos torneios locais.

No último ano, clubes de vários países da região tiveram que jogar com portões fechados como punição por episódios de violência, que também afastaram as famílias dos estádios.

Os clubes precisam profissionalizar seus dispositivos de segurança, já que "dependem inteiramente do que o Estado e a polícia podem fazer", afirma Murzi.

Em abril, após a morte dos dois torcedores no Chile, o governo decidiu encerrar o programa 'Estádio Seguro', uma iniciativa criada em 2011 para combater a violência no futebol, mas que fracassou.

A norma proibia, entre outras coisas, a entrada de tambores e bandeiras nos estádios e deixou a vigilância dos recintos esportivos a cargo de serviços particulares de segurança.

O programa será substituído "por um mecanismo de regulação e autorização para eventos de massa", que ainda não foi implementado.

"A mitigação da violência no futebol na América do Sul deve ser alcançada por meio de ações que promovam a educação e a cultura do futebol", afirma Gómez.

B.Barton--TPP