The Prague Post - Migrar ou morrer, o dilema dos pacientes com esclerose múltipla na Venezuela

EUR -
AED 4.306273
AFN 77.383663
ALL 96.436312
AMD 447.301136
ANG 2.099207
AOA 1075.161802
ARS 1700.362176
AUD 1.773283
AWG 2.110459
AZN 1.990694
BAM 1.957582
BBD 2.362901
BDT 143.473659
BGN 1.956911
BHD 0.44205
BIF 3476.395101
BMD 1.172477
BND 1.514679
BOB 8.10669
BRL 6.474892
BSD 1.173193
BTN 105.848608
BWP 15.503575
BYN 3.442107
BYR 22980.554465
BZD 2.359538
CAD 1.615773
CDF 2654.488636
CHF 0.930965
CLF 0.02724
CLP 1068.607311
CNY 8.255705
CNH 8.247288
COP 4530.112147
CRC 584.544556
CUC 1.172477
CUP 31.070648
CVE 110.740403
CZK 24.353489
DJF 208.373063
DKK 7.47153
DOP 73.338506
DZD 152.075507
EGP 55.711664
ERN 17.587159
ETB 181.974686
FJD 2.687025
FKP 0.87569
GBP 0.876151
GEL 3.154102
GGP 0.87569
GHS 13.512803
GIP 0.87569
GMD 86.179501
GNF 10182.9649
GTQ 8.985371
GYD 245.452848
HKD 9.122119
HNL 30.695439
HRK 7.534694
HTG 153.653142
HUF 387.792754
IDR 19575.680476
ILS 3.762251
IMP 0.87569
INR 105.780958
IQD 1535.945222
IRR 49390.604928
ISK 148.024999
JEP 0.87569
JMD 187.714873
JOD 0.831253
JPY 182.450942
KES 151.131725
KGS 102.53368
KHR 4701.633502
KMF 493.612554
KPW 1055.222506
KRW 1730.764481
KWD 0.359834
KYD 0.97759
KZT 605.290977
LAK 25391.167702
LBP 104995.339736
LKR 362.980409
LRD 208.009094
LSL 19.621411
LTL 3.46202
LVL 0.70922
LYD 6.354679
MAD 10.757471
MDL 19.78501
MGA 5308.976711
MKD 61.575864
MMK 2462.269149
MNT 4159.48369
MOP 9.40312
MRU 46.617383
MUR 53.980847
MVR 18.126492
MWK 2037.766044
MXN 21.113972
MYR 4.788386
MZN 74.933015
NAD 19.62746
NGN 1709.330645
NIO 43.033988
NOK 11.913536
NPR 169.354158
NZD 2.030616
OMR 0.450719
PAB 1.173213
PEN 3.946589
PGK 4.982149
PHP 68.687224
PKR 328.58638
PLN 4.203801
PYG 7832.296492
QAR 4.269228
RON 5.090774
RSD 117.440326
RUB 93.706781
RWF 1702.436994
SAR 4.397752
SBD 9.544103
SCR 17.352346
SDG 705.247584
SEK 10.880841
SGD 1.512765
SHP 0.879662
SLE 28.25928
SLL 24586.26638
SOS 670.068055
SRD 45.349052
STD 24267.912238
STN 24.856518
SVC 10.265563
SYP 12965.682007
SZL 19.6274
THB 36.827995
TJS 10.834378
TMT 4.115395
TND 3.405454
TOP 2.823044
TRY 50.097258
TTD 7.96045
TWD 36.985761
TZS 2919.468831
UAH 49.551662
UGX 4190.904206
USD 1.172477
UYU 45.972828
UZS 14099.038756
VES 327.371366
VND 30865.464096
VUV 142.306971
WST 3.265015
XAF 656.554641
XAG 0.017948
XAU 0.000271
XCD 3.168678
XCG 2.114325
XDR 0.814801
XOF 654.241743
XPF 119.331742
YER 279.577104
ZAR 19.62289
ZMK 10553.699481
ZMW 26.69032
ZWL 377.537202
Migrar ou morrer, o dilema dos pacientes com esclerose múltipla na Venezuela
Migrar ou morrer, o dilema dos pacientes com esclerose múltipla na Venezuela / foto: Pedro Rances Mattey - AFP

Migrar ou morrer, o dilema dos pacientes com esclerose múltipla na Venezuela

"Você tem esclerose múltipla" e "na Venezuela não estão disponíveis os medicamentos de que você precisa". O diagnóstico dos médicos caiu como uma sentença para Jaimar Tuárez, que procura no exterior alternativas para salvar sua vida.

Tamanho do texto:

Sem recursos para cobrir exames, incluindo uma punção lombar de 800 dólares (3987 reais), esta estudante de psicologia de 22 anos iniciou campanhas na plataforma de arrecadação GoFundMe para tratar a doença, que segundo números extraoficiais afeta cerca de 2.000 pacientes neste país.

"Para muitas pessoas, a opção é emigrar", diz à AFP do seu apartamento em Charallave, a 50 km de Caracas, segurando uma radiografia.

Devido à agressividade de sua última recaída, que praticamente a impedia de ficar de pé, ela abandonou os estudos e o trabalho, complicando ainda mais a economia familiar. Ela depende junto com sua mãe, sobrevivente de um acidente vascular cerebral, de sua avó, uma manicure de 72 anos que trabalha em um salão de beleza.

A esclerose múltipla (EM), sem cura, resulta de um ataque do sistema imunológico que causa múltiplos sintomas cognitivos, de visão e de mobilidade. As manifestações da chamada "doença das mil faces" podem aparecer e desaparecer entre "surtos".

"Tenho que sair daqui, porque quais são as minhas opções? No próximo surto o que vai acontecer? Vou ficar sem falar? Tenho 22 anos, espero o próximo surto aqui? O que vai acontecer com todos os meus sonhos, com meus planos?", questiona entre lágrimas.

Seu caso dá rosto às limitações enfrentadas por todos os pacientes crônicos na Venezuela, agravadas na última década. Há mais disponibilidade de medicamentos para outras doenças como o câncer, embora sempre sem garantias.

- Medidas cautelares não cumpridas -

Entre 2019 e 2021, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) aprovou medidas cautelares em favor de venezuelanos com EM para solicitar tratamentos ao governo venezuelano, que não reconhece a entidade.

A situação "é grave, estamos à deriva", lamenta María Eugenia Monagas, de 57 anos, que caminha apoiada em um andador.

Ela explica que o estatal Instituto Venezuelano de Seguro Social (IVSS), responsável por fornecer tratamentos a pacientes crônicos, apresenta falhas desde 2016. Retomou o fornecimento aos poucos em 2020 através de medicamentos genéricos, alguns "sem registro sanitário", destaca.

"Muitos chegaram à incapacidade ou à morte por falta de medicamentos", afirma Monagas, que mantém os "surtos" sob controle graças a um tratamento pago por seus dois filhos, um fora do país, e seu marido.

Andrés Marcano, tradutor de 53 anos residente em Caracas e diagnosticado há duas décadas, ficou paralisado há cinco anos pela falta de tratamento.

"Tenho dificuldade para falar, não caminho, estou impossibilitado de ficar de pé e, por consequência, me desloco em uma cadeira de rodas. Trabalho sentado e às vezes sinto fraqueza", descreve.

"Alguns pacientes recém-diagnosticados recebem genéricos trazidos da Índia, mas nós, que estão em estágios avançados, precisamos de medicamentos mais potentes que não chegam", explica Marcano à AFP por WhatsApp.

O governo do presidente Nicolás Maduro atribui as falhas às sanções dos Estados Unidos, uma tese que contrasta com denúncias que envolvem ex-funcionários do ministério da Saúde e do IVSS em fraudes milionárias.

K.Pokorny--TPP