The Prague Post - Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot

EUR -
AED 4.232832
AFN 76.059161
ALL 96.576143
AMD 440.968273
ANG 2.062784
AOA 1056.755892
ARS 1666.557427
AUD 1.762249
AWG 2.074329
AZN 1.963664
BAM 1.950452
BBD 2.323329
BDT 140.963476
BGN 1.953972
BHD 0.434411
BIF 3405.357046
BMD 1.152405
BND 1.500486
BOB 7.971143
BRL 6.199483
BSD 1.153537
BTN 102.263592
BWP 15.490525
BYN 3.931919
BYR 22587.139795
BZD 2.320038
CAD 1.615401
CDF 2581.387822
CHF 0.926999
CLF 0.027679
CLP 1085.854154
CNY 8.202133
CNH 8.210806
COP 4446.555046
CRC 578.513709
CUC 1.152405
CUP 30.538735
CVE 110.804204
CZK 24.342887
DJF 204.805886
DKK 7.467936
DOP 73.873642
DZD 149.770911
EGP 54.446881
ERN 17.286076
ETB 177.182734
FJD 2.634172
FKP 0.876579
GBP 0.87758
GEL 3.128826
GGP 0.876579
GHS 12.504045
GIP 0.876579
GMD 83.553807
GNF 9997.114579
GTQ 8.842753
GYD 241.338248
HKD 8.956533
HNL 30.251081
HRK 7.533853
HTG 150.886268
HUF 387.796284
IDR 19184.490901
ILS 3.749183
IMP 0.876579
INR 102.317842
IQD 1509.65067
IRR 48487.444634
ISK 144.800144
JEP 0.876579
JMD 185.142338
JOD 0.817101
JPY 177.553938
KES 148.895118
KGS 100.778268
KHR 4633.821277
KMF 490.924973
KPW 1037.153709
KRW 1646.914082
KWD 0.353743
KYD 0.961264
KZT 610.795192
LAK 25001.428864
LBP 103197.876353
LKR 351.197014
LRD 211.470681
LSL 19.913999
LTL 3.402753
LVL 0.697079
LYD 6.269522
MAD 10.669831
MDL 19.639149
MGA 5197.347363
MKD 61.604313
MMK 2419.425027
MNT 4135.220108
MOP 9.23398
MRU 46.194203
MUR 52.722969
MVR 17.636106
MWK 2001.155747
MXN 21.401665
MYR 4.826317
MZN 73.642983
NAD 19.913994
NGN 1667.818703
NIO 42.316749
NOK 11.671023
NPR 163.621348
NZD 2.014681
OMR 0.443102
PAB 1.153736
PEN 3.898631
PGK 4.853988
PHP 67.626016
PKR 323.714855
PLN 4.256425
PYG 8160.623474
QAR 4.196195
RON 5.085914
RSD 117.229605
RUB 93.109939
RWF 1670.41118
SAR 4.321794
SBD 9.492789
SCR 15.9966
SDG 693.175899
SEK 10.949813
SGD 1.500287
SHP 0.864602
SLE 26.701653
SLL 24165.358025
SOS 693.175883
SRD 44.378548
STD 23852.458699
STN 24.661469
SVC 10.093324
SYP 12743.637885
SZL 19.913985
THB 37.349874
TJS 10.624069
TMT 4.033418
TND 3.385194
TOP 2.699052
TRY 48.460367
TTD 7.812578
TWD 35.466463
TZS 2837.719218
UAH 48.34763
UGX 4017.982644
USD 1.152405
UYU 46.01383
UZS 13857.671611
VES 255.221831
VND 30325.539985
VUV 140.158273
WST 3.219879
XAF 654.163277
XAG 0.023665
XAU 0.000288
XCD 3.114433
XCG 2.078999
XDR 0.812314
XOF 649.956854
XPF 119.331742
YER 274.85275
ZAR 19.970881
ZMK 10373.032841
ZMW 25.522018
ZWL 371.073969
Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot
Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot / foto: Christophe SIMON - AFP

Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot

"É uma cidade pequena e tranquila, muito bonita. Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer aqui", lamenta Lina Blazy, moradora da cidade medieval de Mazan, cujo nome agora é associado a um dos piores casos de estupro na França.

Tamanho do texto:

O nome desta cidade de 6.000 habitantes perto do Mont Ventoux, uma das etapas de montanha mais famosas do Tour de France, está na televisão em todo o mundo desde setembro, para descontentamento dos seus habitantes.

Foi em Mazan, após um breve período na região de Paris, que Dominique Pelicot estuprou, juntamente com dezenas de estranhos, a sua esposa Gisèle Pelicot, a quem administrava secretamente medicamentos para fazê-la dormir entre 2011 e 2020.

Embora apenas dois dos outros 50 acusados vivessem em Mazan, o desconforto é palpável. "Alguns dizem que somos uma cidade de estupradores, mas não é o caso!", exclama Annie Viau, que dirige uma padaria perto da prefeitura.

"Para mim, o estuprador não é de Mazan. Ele é de Paris, mas infelizmente aconteceu aqui", acrescenta a mulher, referindo-se a Dominique Pelicot, que se mudou em março de 2013 da região de Paris para esta ensolarada cidade do sul da França.

Viau garante que poucos clientes conversam com ela sobre o caso. "As pessoas têm um certo pudor", explica a mulher, incapaz de suportar a reputação manchada de sua cidade.

Cansados de serem bombardeados por perguntas da mídia, alguns clientes sentados em um café preferem não falar sobre este caso de estupro, que está sendo julgado desde 2 de setembro na cidade vizinha de Avignon.

Por uma coincidência perturbadora, Mazan abriga a casa da família do marquês de Sade, escritor francês do século XVIII cujos escritos sulfurosos descrevendo cenas de tortura, estupro, incesto e assassinato deram origem ao conceito de "sadismo".

Esse termo foi usado pelo psiquiatra Paul Bensussan em sua análise da personalidade de Dominique Pelicot durante o julgamento, quando se referiu ao seu "sadismo sexual com desejo de humilhar a esposa".

- Angústia e esperança -

"É claro que [este caso] não é uma boa publicidade para a cidade e para a região", afirma o aposentado Frédéric Raymond, encostado ao balcão de um café, que salienta que vários dos agressores de Gisèle Pelicot nunca foram identificados.

"Às vezes encontramos pessoas em Mazan e pensamos 'talvez...'. Pode ser qualquer um. Os doentes não têm isso escrito na testa", acrescenta este morador de uma cidade vizinha, sublinhando o clima de suspeita que reina desde o início do julgamento.

Embora os investigadores tenham reconhecido 72 homens nas fotos e vídeos encontrados nos dispositivos eletrônicos de Pelicot, apenas 50 foram identificados e processados, além do réu principal.

Os estupradores não identificados "talvez sejam da cidade... ou não", afirma o prefeito de Mazan, Louis Bonnet, que reconhece a atmosfera "angustiante" criada pela possibilidade incerta de cruzar com eles nas lojas ou na rua.

O prefeito descarta por enquanto a criação de uma unidade de atendimento psicológico na cidade ou nas escolas, porque ninguém ainda lhe disse que precisaria. "Mas se tiver que ser feito, será feito", conclui.

No entanto, há quem pense nisso, como Cécile Paulin, que se diz "chocada" com o caso. Esta especialista em massagens terapêuticas fundou um abrigo para mulheres em Mazan e gostaria de abrir um "espaço para quebrar o silêncio".

Não só pelas vítimas diretas de Dominique Pelicot, mas também "por todos os que precisam", assim como pelas "vítimas colaterais, como as companheiras dos outros acusados", explica.

"Temos que conversar, para que isso não aconteça novamente. Não podemos continuar como se nada tivesse acontecido", enfatiza.

Y.Havel--TPP