The Prague Post - Como nosso sistema imunológico evita atacar o próprio organismo?

EUR -
AED 4.304583
AFN 77.35264
ALL 96.52995
AMD 447.121148
ANG 2.098382
AOA 1074.739085
ARS 1700.295745
AUD 1.77205
AWG 2.10963
AZN 1.951986
BAM 1.956813
BBD 2.361973
BDT 143.417272
BGN 1.954795
BHD 0.441802
BIF 3475.028836
BMD 1.172016
BND 1.514083
BOB 8.103504
BRL 6.462507
BSD 1.172732
BTN 105.807008
BWP 15.497482
BYN 3.440754
BYR 22971.522831
BZD 2.358611
CAD 1.614254
CDF 2653.44578
CHF 0.931281
CLF 0.027228
CLP 1068.140949
CNY 8.252461
CNH 8.242282
COP 4528.331759
CRC 584.314823
CUC 1.172016
CUP 31.058436
CVE 110.696669
CZK 24.355711
DJF 208.290901
DKK 7.471312
DOP 73.309109
DZD 151.712908
EGP 55.702434
ERN 17.580247
ETB 182.38528
FJD 2.677178
FKP 0.875346
GBP 0.876188
GEL 3.15861
GGP 0.875346
GHS 13.507516
GIP 0.875346
GMD 86.143623
GNF 10178.962996
GTQ 8.981839
GYD 245.356383
HKD 9.118968
HNL 30.888642
HRK 7.536415
HTG 153.592754
HUF 387.489159
IDR 19580.87918
ILS 3.760772
IMP 0.875346
INR 105.745596
IQD 1536.227704
IRR 49371.193797
ISK 147.966909
JEP 0.875346
JMD 187.641099
JOD 0.830939
JPY 182.426123
KES 151.069751
KGS 102.493298
KHR 4696.430212
KMF 491.074698
KPW 1054.807791
KRW 1730.382704
KWD 0.359704
KYD 0.977206
KZT 605.05309
LAK 25396.116553
LBP 105017.674577
LKR 362.837754
LRD 207.575382
LSL 19.662894
LTL 3.46066
LVL 0.708941
LYD 6.356425
MAD 10.748591
MDL 19.777234
MGA 5273.93154
MKD 61.55534
MMK 2461.301448
MNT 4157.848963
MOP 9.399425
MRU 46.814223
MUR 53.959537
MVR 18.107747
MWK 2033.530348
MXN 21.091122
MYR 4.788907
MZN 74.895718
NAD 19.662894
NGN 1707.24072
NIO 43.153251
NOK 11.909442
NPR 169.287599
NZD 2.030044
OMR 0.450677
PAB 1.172752
PEN 3.948527
PGK 5.054723
PHP 68.664935
PKR 328.58543
PLN 4.202312
PYG 7829.218306
QAR 4.276604
RON 5.090894
RSD 117.39265
RUB 93.692725
RWF 1707.383502
SAR 4.396062
SBD 9.528747
SCR 15.94784
SDG 704.967835
SEK 10.887916
SGD 1.51196
SHP 0.879316
SLE 28.247832
SLL 24576.603683
SOS 669.046204
SRD 45.331256
STD 24258.374657
STN 24.513207
SVC 10.261529
SYP 12960.586339
SZL 19.668177
THB 36.789934
TJS 10.83012
TMT 4.102058
TND 3.427774
TOP 2.821935
TRY 50.083775
TTD 7.957321
TWD 36.977472
TZS 2918.321285
UAH 49.532187
UGX 4189.257131
USD 1.172016
UYU 45.95476
UZS 14142.619905
VES 323.747516
VND 30853.333598
VUV 142.251043
WST 3.263731
XAF 656.296607
XAG 0.017923
XAU 0.00027
XCD 3.167433
XCG 2.113494
XDR 0.814481
XOF 656.310614
XPF 119.331742
YER 279.349871
ZAR 19.62688
ZMK 10549.554705
ZMW 26.67983
ZWL 377.388825
Como nosso sistema imunológico evita atacar o próprio organismo?
Como nosso sistema imunológico evita atacar o próprio organismo? / foto: Jonathan Nackstrand - AFP

Como nosso sistema imunológico evita atacar o próprio organismo?

O sistema imunológico pode atacar o próprio organismo? E como ele evita isso? A resposta, objeto das pesquisas premiadas nesta segunda-feira (6) com o Nobel de Medicina, permite compreender melhor as doenças autoimunes e também fornece pistas sobre certos tipos de câncer.

Tamanho do texto:

O que foi descoberto?

O Nobel de Medicina de 2025 premia a descoberta de um tipo de célula imunológica com uma função única: os "linfócitos T reguladores", conhecidos como "Treg".

Para entender sua função, é preciso lembrar a dupla missão do nosso sistema imunológico. Ele deve detectar o que não está funcionando bem em nosso corpo — por exemplo, uma infecção viral — e destruir a causa.

Mas o corpo não deve voltar-se contra si mesmo e eliminar células saudáveis. Se é capaz de distinguir entre ambas, isso se deve em grande parte às células reguladoras.

"Elas permanecem em prontidão em nosso organismo para manter o sistema imunológico sob controle caso ele ataque o que não deve", disse à AFP Jonathan Fisher, imunologista da University College London, que vê nessa descoberta uma "enorme contribuição" para a compreensão da nossa imunidade.

Como essas células funcionam?

O funcionamento das células reguladoras da imunidade foi descoberto em duas etapas pelos pesquisadores premiados nesta segunda-feira: primeiro, nos anos 1990, pelo japonês Shimon Sakaguchi, que comprovou sua existência, e depois, no início dos anos 2000, pelos americanos Mary Brunkow e Fred Ramsdell, que detalharam seus fundamentos genéticos.

Trata-se de linfócitos T, que constituem uma das duas grandes famílias de células imunológicas, junto com os linfócitos B. Enquanto os B atuam por meio de anticorpos, os T atacam diretamente os invasores do organismo.

Essas células T são geradas no timo, um pequeno órgão situado na parte superior do tórax. Durante sua formação, elas aprendem a não atacar as células saudáveis.

Mas essa etapa não é suficiente: apesar dessa primeira seleção, os linfócitos T se descontrolariam rapidamente se não contassem, entre suas próprias fileiras, com um contingente destinado a controlar a ação de seus semelhantes.

Esses linfócitos reguladores "secretam substâncias que acalmam o sistema imunológico, inibindo os linfócitos assassinos", explica Divi Cornec, imunologista do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Medicina da França.

Quais são as implicações concretas?

Essa descoberta é crucial para entender as doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico se volta contra o próprio corpo.

Em várias doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, "foi descoberto que um defeito nos linfócitos T reguladores provocava uma forma mais grave da doença", detalha Cornec.

Mas o impacto da descoberta vai além dessas patologias, ressalta ele.

As células Treg não prejudicam o organismo apenas quando estão em quantidade insuficiente. Elas também podem ter um impacto negativo quando são excessivamente eficazes e impedem o sistema imunológico de cumprir sua função legítima.

Esse é o caso de alguns tipos de câncer, nos quais se detecta um grande número de linfócitos reguladores nos tumores. Também se suspeita da existência de mecanismos semelhantes na persistência de certas infecções, como a covid longa, embora esse mecanismo ainda não tenha sido comprovado.

Em outro campo importante, "os linfócitos T reguladores desempenham um papel crucial na prevenção da rejeição de órgãos transplantados", destaca Cornec.

Que terapias existem?

Muitos pesquisadores buscam agora desenvolver medicamentos a partir do conhecimento sobre os linfócitos T reguladores.

Para combater doenças autoimunes como o lúpus, há duas principais estratégias: estimular a produção dessas células no organismo ou administrá-las diretamente. Na oncologia, também estão em andamento pesquisas para atacar o excesso dessas células reguladoras.

Mas, de modo geral, esses estudos ainda estão em fase inicial e não resultaram em terapias disponíveis aos pacientes.

"Há uma grande diferença entre, por um lado, compreender cientificamente o nosso sistema imunológico ou manipulá-lo em laboratório e, por outro, desenvolver um medicamento que tenha um efeito constante e benéfico nos seres humanos e que, ao mesmo tempo, seja seguro", reconhece Fisher.

S.Danek--TPP