The Prague Post - Vivos e mortos na tragédia dos Andes: um novo filme conta 'a história global'

EUR -
AED 4.245326
AFN 80.435416
ALL 98.163229
AMD 441.570633
ANG 2.068761
AOA 1058.873848
ARS 1366.528467
AUD 1.778343
AWG 2.083647
AZN 1.954014
BAM 1.960109
BBD 2.327937
BDT 140.899717
BGN 1.9599
BHD 0.435919
BIF 3432.986781
BMD 1.155976
BND 1.480829
BOB 7.967514
BRL 6.409314
BSD 1.153005
BTN 99.214654
BWP 15.497664
BYN 3.773131
BYR 22657.129483
BZD 2.316011
CAD 1.56981
CDF 3325.742991
CHF 0.93778
CLF 0.028244
CLP 1083.841777
CNY 8.301756
CNH 8.304301
COP 4778.215211
CRC 581.167431
CUC 1.155976
CUP 30.633364
CVE 110.507912
CZK 24.8047
DJF 205.314204
DKK 7.458865
DOP 68.098512
DZD 150.407635
EGP 58.56267
ERN 17.33964
ETB 155.550129
FJD 2.596033
FKP 0.851126
GBP 0.851521
GEL 3.167243
GGP 0.851126
GHS 11.876105
GIP 0.851126
GMD 81.492932
GNF 9990.78827
GTQ 8.860477
GYD 241.230257
HKD 9.073972
HNL 30.092627
HRK 7.534655
HTG 151.209764
HUF 402.489451
IDR 18836.74442
ILS 4.111258
IMP 0.851126
INR 99.501676
IQD 1510.407016
IRR 48666.589008
ISK 144.011453
JEP 0.851126
JMD 184.605789
JOD 0.819575
JPY 166.483083
KES 148.967451
KGS 101.090273
KHR 4623.122265
KMF 493.062085
KPW 1040.378395
KRW 1573.364065
KWD 0.353647
KYD 0.960795
KZT 591.384597
LAK 24877.037534
LBP 103305.210731
LKR 345.229903
LRD 230.598909
LSL 20.749672
LTL 3.413296
LVL 0.699239
LYD 6.299629
MAD 10.542273
MDL 19.744547
MGA 5206.309068
MKD 61.539959
MMK 2427.442993
MNT 4139.836613
MOP 9.32161
MRU 45.773825
MUR 52.585878
MVR 17.807813
MWK 1999.242726
MXN 21.875198
MYR 4.905972
MZN 73.925084
NAD 20.749672
NGN 1786.549407
NIO 42.432538
NOK 11.439001
NPR 158.746199
NZD 1.917026
OMR 0.444471
PAB 1.153035
PEN 4.161748
PGK 4.816504
PHP 65.316078
PKR 326.869722
PLN 4.270055
PYG 9199.904311
QAR 4.206045
RON 5.026417
RSD 117.219406
RUB 91.902925
RWF 1664.945376
SAR 4.339887
SBD 9.649383
SCR 16.44787
SDG 694.165377
SEK 10.971686
SGD 1.481054
SHP 0.908416
SLE 25.489079
SLL 24240.242842
SOS 658.948459
SRD 43.381493
STD 23926.36917
SVC 10.089002
SYP 15029.88867
SZL 20.736043
THB 37.521248
TJS 11.645297
TMT 4.045916
TND 3.411699
TOP 2.707413
TRY 45.573302
TTD 7.818984
TWD 34.095472
TZS 2990.142285
UAH 47.825686
UGX 4155.133554
USD 1.155976
UYU 47.404201
UZS 14650.139652
VES 118.102553
VND 30161.147648
VUV 137.679601
WST 3.027719
XAF 657.396361
XAG 0.031804
XAU 0.000338
XCD 3.124083
XDR 0.817576
XOF 657.396361
XPF 119.331742
YER 281.307068
ZAR 20.693791
ZMK 10405.171932
ZMW 27.873305
ZWL 372.223798
Vivos e mortos na tragédia dos Andes: um novo filme conta 'a história global'
Vivos e mortos na tragédia dos Andes: um novo filme conta 'a história global' / foto: Eitan ABRAMOVICH - AFP

Vivos e mortos na tragédia dos Andes: um novo filme conta 'a história global'

Pablo Vierci nunca se esquecerá do momento em que ouviu os 16 nomes. Estavam vivos dois meses depois da queda de um avião nos Andes! Meio século depois, um filme sobre sua incrível epopeia homenageia também os 29 que morreram.

Tamanho do texto:

"Faltava contar a história global", conta à AFP Vierci, produtor associado do filme "A Sociedade da Neve" e autor do livro homônimo sobre o famoso acidente aéreo de um grupo de uruguaios na cordilheira entre Argentina e Chile em 1972.

"Tendemos a focar muito nos sobreviventes porque era tão desmedido, tão épico o que eles haviam conseguido, que ficaram nas sombras os outros 29, que, além disso, em um caso bastante atípico, os 16 estão vivos graças ao fato de que houve mortos", afirma Vierci, colega de escola e vizinho de muitos dos que viajaram no fatídico voo 571.

Doze pessoas morreram em 13 de outubro de 1972 quando um avião da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar uma equipe de rúgbi amadora e seus amigos e familiares, caiu no Vale das Lágrimas nos Andes argentinos, muito perto da fronteira chilena e a quase 4.000 metros de altitude. Outros 17 morreram depois na montanha.

Ao final de uma odisseia heroica nas montanhas, dois sobreviventes conseguiram chegar ao Chile para pedir ajuda e os outros foram resgatados após suportarem 72 dias de frio extremo e serem obrigados a consumir a carne dos mortos.

Este "pacto de entrega mútua" na imensidão da neve comoveu o cineasta espanhol Juan Antonio Bayona, que leu o livro de Vierci enquanto filmava "O Impossível", em 2011.

O longa-metragem de Bayona sobre o "milagre dos Andes", ovacionado no Festival de Veneza, premiado no de San Sebastián e escolhido para representar a Espanha no Oscar, estreia 14 de dezembro nos cinemas, e em 4 de janeiro na plataforma Netflix.

- 'Estávamos todos lá' -

A impactante história já foi tema do filme mexicano "Sobreviventes dos Andes" (1976), de René Cardona, e da produção hollywoodiana "Vivos" (1993), de Frank Marshall, com Ethan Hawke e Josh Hamilton. E inspirou documentários, como "A Sociedade da Neve" (2007), do uruguaio Gonzalo Arijón.

Mas o filme de Bayona, que começou a ser idealizado em 2016, é especial porque cumpre "várias premissas imprescindíveis": tem a anuência de todos os sobreviventes e enlutados, é falado em espanhol e mostra esse "não desistir" que é parte da idiossincrasia uruguaia, segundo Vierci.

Não é cinema de catástrofe, nem filme de aventura ou um thriller. "É uma experiencia emocional inspiradora, no limite entre a vida e a morte, e, não obstante, de esperança", resume o escritor de 73 anos.

Para seu amigo Daniel Fernández Strauch, que tinha 26 anos quando ficou preso na montanha e ainda se emociona quando se lembra da tragédia, o grande acerto do filme de Bayona é a autenticidade.

"Neste longa as pessoas vão entender o que passamos", garante à AFP o hoje engenheiro agrônomo aposentado de 77 anos.

"Até a sensação de frio volta. É de um realismo total e também é muito bem-feita. A história é bastante dura, mas está muito bem contada", acrescenta Fernández Strauch, que, junto com seus primos Eduardo e Adolfo Strauch, organizavam o alimento, "a tarefa mais horrível de todas".

Este homem magro, que ainda conserva a jaqueta e os óculos do piloto falecido no acidente, entre outros objetos, ressalta a obsessão de Bayona pelos detalhes, "desde a etiqueta de um sapato até a reconstrução do aeroporto de Carrasco".

Fernández Strauch também destaca as conversas com Francisco Romero, o ator argentino que o interpretou, algo que não tinha acontecido nas outras reconstituições.

A filmagem de "A Sociedade da Neve" levou 141 dias não consecutivos, com locações em Espanha, Argentina, Chile e Uruguai, e foi dificultada pela pandemia de covid-19, o que trouxe ainda mais dramatismo.

Contudo, o mais inesquecível foi a projeção especial do longa aos sobreviventes, suas famílias e todos os enlutados, em 1º de setembro, em um cinema da capital uruguaia.

"Foi o momento mais emocionante que passei em minha vida, todos juntos na mesma sala", conta Vierci.

Fernández Strauch não esconde sua emoção ao recordar esse momento: "O abraço final de todos era como se a cordilheira tivesse vindo para Montevidéu. Estávamos todos lá".

U.Ptacek--TPP