The Prague Post - Revolta contra operação policial com 47 mortos em São Paulo

EUR -
AED 4.313468
AFN 77.598705
ALL 96.698386
AMD 447.792527
ANG 2.102883
AOA 1077.044807
ARS 1692.205144
AUD 1.764354
AWG 2.114155
AZN 2.001365
BAM 1.955767
BBD 2.361861
BDT 143.307608
BGN 1.955767
BHD 0.440693
BIF 3466.042156
BMD 1.17453
BND 1.514475
BOB 8.102865
BRL 6.365607
BSD 1.17268
BTN 106.04923
BWP 15.537741
BYN 3.457042
BYR 23020.795811
BZD 2.358461
CAD 1.617153
CDF 2630.948518
CHF 0.936843
CLF 0.027253
CLP 1069.11676
CNY 8.28573
CNH 8.284609
COP 4466.125466
CRC 586.590211
CUC 1.17453
CUP 31.125056
CVE 110.26316
CZK 24.276491
DJF 208.826515
DKK 7.472132
DOP 74.548756
DZD 151.60847
EGP 55.571073
ERN 17.617956
ETB 183.229742
FJD 2.668303
FKP 0.877971
GBP 0.880161
GEL 3.175767
GGP 0.877971
GHS 13.461775
GIP 0.877971
GMD 85.741137
GNF 10198.829794
GTQ 8.98185
GYD 245.335906
HKD 9.13421
HNL 30.873485
HRK 7.537789
HTG 153.707435
HUF 385.234681
IDR 19536.845016
ILS 3.785271
IMP 0.877971
INR 106.394254
IQD 1536.174363
IRR 49474.161194
ISK 148.465122
JEP 0.877971
JMD 187.756867
JOD 0.832789
JPY 182.856812
KES 151.217476
KGS 102.713135
KHR 4694.921647
KMF 492.719958
KPW 1057.073078
KRW 1732.32708
KWD 0.360233
KYD 0.977284
KZT 611.589793
LAK 25422.575728
LBP 105012.44747
LKR 362.353953
LRD 206.976546
LSL 19.78457
LTL 3.468083
LVL 0.710462
LYD 6.369894
MAD 10.78842
MDL 19.823669
MGA 5194.913303
MKD 61.548973
MMK 2466.304642
MNT 4164.85284
MOP 9.403343
MRU 46.930217
MUR 53.93488
MVR 18.092159
MWK 2033.466064
MXN 21.382371
MYR 4.812408
MZN 75.064681
NAD 19.78457
NGN 1706.088063
NIO 43.15928
NOK 11.906572
NPR 169.679168
NZD 1.992587
OMR 0.449462
PAB 1.17268
PEN 3.948134
PGK 5.054916
PHP 69.43241
PKR 328.640215
PLN 4.225315
PYG 7876.868545
QAR 4.273829
RON 5.092651
RSD 117.378041
RUB 93.579038
RWF 1706.771516
SAR 4.407078
SBD 9.603843
SCR 17.649713
SDG 706.484352
SEK 10.887784
SGD 1.517263
SHP 0.881202
SLE 28.335591
SLL 24629.319496
SOS 668.988835
SRD 45.275842
STD 24310.407882
STN 24.499591
SVC 10.260829
SYP 12986.570545
SZL 19.77767
THB 37.109332
TJS 10.77682
TMT 4.122602
TND 3.428143
TOP 2.827988
TRY 50.011936
TTD 7.957867
TWD 36.804032
TZS 2902.351563
UAH 49.548473
UGX 4167.930442
USD 1.17453
UYU 46.019232
UZS 14127.764225
VES 314.116117
VND 30897.196663
VUV 141.748205
WST 3.259888
XAF 655.946053
XAG 0.018958
XAU 0.000273
XCD 3.174228
XCG 2.113465
XDR 0.815786
XOF 655.946053
XPF 119.331742
YER 280.129715
ZAR 19.799651
ZMK 10572.187233
ZMW 27.059548
ZWL 378.198309
Revolta contra operação policial com 47 mortos em São Paulo
Revolta contra operação policial com 47 mortos em São Paulo / foto: NELSON ALMEIDA - AFP/Arquivos

Revolta contra operação policial com 47 mortos em São Paulo

Leonel Andrade conversava com um amigo na rua de uma favela no litoral de São Paulo quando foi atingido por "disparos da polícia", conta ainda comovida Beatriz da Silva. Seu marido está entre os 47 mortos em uma operação qualificada como "massacre" por autoridades e ONGs.

Tamanho do texto:

Milhares de policiais foram mobilizados em 18 de dezembro na chamada "Operação Verão" contra o narcotráfico na Baixada Santista, no estado de São Paulo, estratégica para o crime organizado porque abriga o porto de Santos, o mais importante da América Latina.

Até agora, "47 pessoas morreram em confronto com a polícia", e outros 921 "criminosos" foram presos, informou a Secretaria de Segurança paulista.

Organizações civis pediram em 8 de março ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o fim da operação, ao denunciar violações, como "execuções sumárias" e "torturas".

Um informe da Defensoria Pública de São Paulo e ONGs denunciou o "maior massacre" no estado mais populoso do Brasil desde a matança no complexo do Carandiru em 1992, quando mais de cem presos morreram.

"Falaram que houve troca de tiros, mas não teve troca de tiros. É mentira", explica Beatriz da Silva, sobre a morte em fevereiro de seu marido, aos 36 anos, pai de seus três filhos.

Seu esposo, que usava muletas, havia cumprido pena por tráfico de drogas. Mas afirma que não tinha mais vínculos com a atividade.

Ela o encontrou agonizando. "Os policiais não deixaram socorrer. E não tentaram fazer nada", conta.

- "Estamos muito tranquilos" -

"Nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não estou nem aí", disse em defesa da operação o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Freitas, que já foi mencionado mais de uma vez como futuro presidenciável, acirrou o combate contra o crime organizado no litoral paulista, principalmente após o assassinato de um agente de elite em meados de 2023.

Ele disse à imprensa que comerciantes e moradores da Baixada Santista o agradeceram por "restabelecer a ordem".

As incursões continuarão "por tempo indeterminado", disse a Secretaria de Segurança de São Paulo.

- "Olho por olho"

Cláudio da Silva, ouvidor da polícia paulista, afirma que a polícia tem "uma atuação olho por olho dente por dente" e exige investigações independentes e que os responsáveis sejam punidos.

O diretor da Human Rights Watch no Brasil, César Muñoz, lamenta que Freitas tenha dado à polícia "carta branca para fazer o que quiser" nos bairros pobres da Baixada Santista.

A organização recebeu denúncias de que cenas de crimes não receberam peritos e que vítimas já mortas foram enviadas a hospitais.

O Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação após socorristas confirmarem que levaram mortos para centros médicos.

- Morrer por "viver na favela" -

Os moradores que são testemunhas de mortes e todo esse terror têm medo de depor, o que dificulta as investigações, detalha Muñoz.

Mãe Andreia, pseudônimo da responsável pelo Movimento Mães do Cárcere, que acolhe também familiares de vítimas da violência policial, afirma que a força atua como "um grupo de extermínio" na comunidade.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos se pronunciou esta semana contra outra letal atuação em São Paulo: condenou o Brasil pela execução extrajudicial de 12 pessoas durante a "Operação Castelinho" em 2002.

N.Simek--TPP