UE investigará oferta chinesa de compra de minas de níquel da Anglo American no Brasil
A União Europeia anunciou, nesta terça-feira (4), uma investigação sobre o plano da mineradora multinacional Anglo American de vender seu negócio de níquel no Brasil ao grupo MMG, controlado por uma empresa estatal chinesa.
O acordo, anunciado em fevereiro, abre caminho para a compra pela MMG por 500 milhões de dólares (2,69 bilhões de reais) de duas operações de ferroníquel em Goiás, Barro Alto e Codemin (em Niquelândia), e outros dois projetos minerais de níquel para desenvolvimento futuro: Jacaré, no Pará, e Morro Sem Boné, no Mato Grosso.
Segundo a Comissão Europeia, a operação poderia permitir que a MMG restrinja o fornecimento de ferroníquel — uma liga usada na produção de aço inoxidável — aos fabricantes europeus de aço e, consequentemente, aumente seus custos de produção.
A MMG fez algumas concessões, mas Bruxelas as considerou insuficientes e, por isso, abriu uma investigação que deve ser concluída até 20 de março.
Fundada em 1917 na África do Sul pelo industrial alemão Ernest Oppenheimer, a Anglo American é uma das maiores companhias mineradoras do mundo, cotada tanto em Londres, onde fica sua sede, quanto em Joanesburgo.
O grupo está reorganizando sua estrutura para dividir em unidades distintas seus negócios, que incluem carvão metalúrgico, platina e diamantes, além de cobre, minério de ferro e fertilizantes.
Conforme a normativa da União Europeia, o bloco pode fiscalizar as operações de fusão, inclusive entre empresas fora de seu território, caso estas afetem os mercados europeus.
G.Turek--TPP