The Prague Post - Sol, vento e sais do deserto: a revolução energética do Chile contra a mudança climática

EUR -
AED 4.243696
AFN 80.258891
ALL 97.948647
AMD 440.593913
ANG 2.06797
AOA 1058.469196
ARS 1362.809772
AUD 1.778292
AWG 2.08285
AZN 1.957567
BAM 1.955773
BBD 2.322868
BDT 140.588058
BGN 1.960517
BHD 0.433994
BIF 3425.452676
BMD 1.155534
BND 1.47758
BOB 7.94989
BRL 6.406165
BSD 1.150484
BTN 98.998632
BWP 15.463786
BYN 3.764948
BYR 22648.467101
BZD 2.310968
CAD 1.569967
CDF 3324.471691
CHF 0.938799
CLF 0.027885
CLP 1070.055217
CNY 8.298581
CNH 8.305233
COP 4778.73398
CRC 579.891989
CUC 1.155534
CUP 30.621652
CVE 110.263477
CZK 24.845025
DJF 204.86717
DKK 7.461297
DOP 67.949061
DZD 150.258924
EGP 57.439206
ERN 17.333011
ETB 155.208756
FJD 2.59793
FKP 0.851376
GBP 0.852447
GEL 3.166303
GGP 0.851376
GHS 11.849836
GIP 0.851376
GMD 81.46098
GNF 9968.862276
GTQ 8.840878
GYD 240.696675
HKD 9.070362
HNL 30.026585
HRK 7.537199
HTG 150.877916
HUF 402.709348
IDR 18834.395909
ILS 4.183497
IMP 0.851376
INR 99.589122
IQD 1507.079179
IRR 48647.983172
ISK 144.036973
JEP 0.851376
JMD 184.197455
JOD 0.819266
JPY 166.407259
KES 148.637946
KGS 101.051102
KHR 4612.93627
KMF 492.830515
KPW 1039.980625
KRW 1579.776656
KWD 0.353848
KYD 0.958687
KZT 590.091848
LAK 24822.657064
LBP 103081.175886
LKR 344.475241
LRD 230.096821
LSL 20.704314
LTL 3.411992
LVL 0.698971
LYD 6.285913
MAD 10.518955
MDL 19.701728
MGA 5194.92823
MKD 61.53415
MMK 2426.27787
MNT 4138.783138
MOP 9.301072
MRU 45.673369
MUR 52.588278
MVR 17.801033
MWK 1994.87244
MXN 21.898236
MYR 4.905816
MZN 73.8961
NAD 20.704314
NGN 1782.34178
NIO 42.339415
NOK 11.45458
NPR 158.397812
NZD 1.921359
OMR 0.444024
PAB 1.150484
PEN 4.152543
PGK 4.805934
PHP 64.813993
PKR 326.155194
PLN 4.27353
PYG 9179.873176
QAR 4.196742
RON 5.027151
RSD 117.198381
RUB 92.187426
RWF 1661.277049
SAR 4.337405
SBD 9.645694
SCR 16.420125
SDG 693.890859
SEK 10.959079
SGD 1.481279
SHP 0.908068
SLE 25.479415
SLL 24230.975197
SOS 657.490916
SRD 43.364844
STD 23917.221526
SVC 10.066861
SYP 15024.083287
SZL 20.690714
THB 37.445111
TJS 11.619639
TMT 4.044369
TND 3.404153
TOP 2.706381
TRY 45.531831
TTD 7.801892
TWD 34.110938
TZS 2973.958913
UAH 47.721141
UGX 4145.942722
USD 1.155534
UYU 47.299347
UZS 14617.798048
VES 118.057478
VND 30130.549983
VUV 137.626609
WST 3.026559
XAF 655.947938
XAG 0.031814
XAU 0.000336
XCD 3.122888
XDR 0.815789
XOF 655.947938
XPF 119.331742
YER 281.199342
ZAR 20.770733
ZMK 10401.193158
ZMW 27.812616
ZWL 372.081488
Sol, vento e sais do deserto: a revolução energética do Chile contra a mudança climática
Sol, vento e sais do deserto: a revolução energética do Chile contra a mudança climática / foto: Pablo COZZAGLIO - AFP

Sol, vento e sais do deserto: a revolução energética do Chile contra a mudança climática

No deserto do Atacama, o mais árido do mundo, localizado no norte do Chile, opera a única torre termossolar da América Latina, símbolo de uma revolução energética na luta contra a mudança climática.

Tamanho do texto:

A construção imponente de 240 metros é um dos pilares do ambicioso programa chileno de energia verde, que começou em 2019 e pretende substituir totalmente os combustíveis fósseis até 2040.

Juntamente com a produção termossolar de Cerro Dominador, que os chilenos comparam com a torre de Sauron de "O Senhor dos Anéis", avança o Projeto Alba (Alvorada, em espanhol), pioneiro no mundo na conversão de uma usina termelétrica a carvão em um grande sistema de armazenamento com base em energias renováveis.

As duas instalações, a primeira em funcionamento desde 2021 e a segunda na primeira etapa de execução, ficam em Antofagasta, região cerca de 1.300 km ao norte de Santiago.

"Há uma década ninguém teria imaginado que mais de um terço da energia do Chile viria do sol e do vento antes de 2030. Era visto como algo ambicioso e já foi superado", afirma o ex-ministro de Meio Ambiente do Chile, Marcelo Mena.

Hoje, 34,5% da energia produzida no Chile são eólica e solar, e 37,2% vêm de fontes hídricas no Sistema Elétrico Nacional (SEN), que atende a maior parte da demanda. O petróleo, o carvão e o gás representam 26,9% da matriz.

"Muito poucos países no mundo puderam de verdade consolidar uma indústria de energia renovável como o Chile", destaca Marta Alonso, diretora para a América do Sul do GES (Global Energy Services), provedor mundial de serviços para a indústria eólica e solar.

No entanto, após o forte impulso inicial, o processo perdeu ritmo pela falta de legislação para a troca da matriz energética, acrescenta Alonso, que também é especialista em energias renováveis.

- Alternativa de armazenamento -

Talvez um dos maiores obstáculos para a descarbonização seja o armazenamento. Se for produzida e não for utilizada, todo tipo de energia se perde, como se fosse uma torneira aberta.

"É um dilema, porque (o armazenamento) não é uma tecnologia madura ainda", ressalta Alonso.

O Chile começou a explorar uma alternativa que já abriu caminho em outros lugares do mundo.

Tanto o Cerro Dominador quanto o Projeto Alba se alimentam dos chamados sais solares, também extraídos do deserto do Atacama, compostos de nitrato de potássio e nitrato de sódio que, fundidos e mantidos em estado líquido, permitem armazenar energia.

"O caso do Projeto Alba é único no mundo. É o único projeto existente de baterias de Carnot (armazenamento térmico) desta magnitude fora de uma universidade", explica à AFP Diego Pardow, ministro chileno da Energia.

"Nossa projeção é que à medida que forem sendo eliminadas as usinas a carvão", estas sejam substituídas por plantas termossolares e pela "reconversão destas centrais a baterias como o Projeto Alba", acrescenta.

Desta forma, o Chile avança na luta contra as mudanças climáticas na América Latina, em uma das regiões que menos emite CO2 no mundo, segundo especialistas.

- Do carvão ao sal solar -

A torre do Cerro Dominador é cercada por 10.600 espelhos ou helióstatos, que formam uma espécie de girassol a seus pés. É a quarta usina deste tipo no mundo e a única da América Latina.

Os promissores sais solares circulam por espécies de artérias que se ligam à ponta da estrutura, onde os espelhos que refletem a luz solar os aquecem até os 565 ºC.

Em seguida, descem pelas mesmas tubulações até contêineres com água que geram o vapor que movimentam a turbina que, por sua vez, produz eletricidade. A usina tem capacidade instalada de 110 megawatts (MW).

"Graças aos sais, conseguimos ter um armazenamento de 17 horas", explica Iván Abella, gerente de Construção Corporativa do Grupo Cerro.

"O que isso quer dizer? Que uma vez que deixamos de ter a fonte de energia, o sol, fizemos um armazenamento em um tanque com sais", acrescenta.

O Projeto Alba também pretende usar a mesma tecnologia para transformar a moderna termelétrica a carvão Angamos, que começou a operar em 2011.

"Mantendo metade dos ativos desta central, que é praticamente nova, (Angamos) se transformaria em uma bateria, que usaria a energia elétrica renovável", diz à AFP Vanni Boggio, gerente do Complexo Norte da AES Chile.

O Projeto Alba será abastecido com a energia fotovoltaica e eólica que, por sua vez, aquecerá os sais que vão substituir os combustíveis fósseis com os quais opera hoje para manter sua potência atual de 560 MW.

O Alba "é um projeto muito interessante (...) É preciso acompanhá-lo bem de perto porque poderia ser uma solução", embora não seja uma panaceia, relativiza a analista do GES.

L.Bartos--TPP