The Prague Post - Brasil vai atrás do rastro de indígenas isolados na Amazônia

EUR -
AED 4.311383
AFN 80.689649
ALL 97.605582
AMD 450.665792
ANG 2.100733
AOA 1076.366783
ARS 1503.320158
AUD 1.788675
AWG 2.115171
AZN 2.000105
BAM 1.958914
BBD 2.371952
BDT 143.608298
BGN 1.957467
BHD 0.442417
BIF 3501.556007
BMD 1.173791
BND 1.505231
BOB 8.117077
BRL 6.527432
BSD 1.174707
BTN 101.670628
BWP 15.772141
BYN 3.844443
BYR 23006.303709
BZD 2.359712
CAD 1.609104
CDF 3391.08264
CHF 0.933305
CLF 0.028613
CLP 1122.485065
CNY 8.397349
CNH 8.412807
COP 4823.694137
CRC 593.458604
CUC 1.173791
CUP 31.105462
CVE 110.44057
CZK 24.558412
DJF 208.606599
DKK 7.464119
DOP 71.275738
DZD 151.988957
EGP 57.621523
ERN 17.606865
ETB 163.480167
FJD 2.63364
FKP 0.867917
GBP 0.874111
GEL 3.181432
GGP 0.867917
GHS 12.275515
GIP 0.867917
GMD 84.51337
GNF 10194.20599
GTQ 9.016487
GYD 245.770708
HKD 9.214084
HNL 30.7599
HRK 7.535274
HTG 154.157695
HUF 396.267195
IDR 19199.699478
ILS 3.936138
IMP 0.867917
INR 101.477641
IQD 1538.846343
IRR 49431.278201
ISK 142.205233
JEP 0.867917
JMD 187.377879
JOD 0.832264
JPY 173.277422
KES 151.65826
KGS 102.476414
KHR 4705.600881
KMF 491.235989
KPW 1056.390967
KRW 1622.842408
KWD 0.358406
KYD 0.978956
KZT 640.133998
LAK 25323.905293
LBP 105255.769578
LKR 354.44555
LRD 235.526429
LSL 20.849455
LTL 3.4659
LVL 0.710015
LYD 6.341081
MAD 10.563593
MDL 19.75841
MGA 5188.380707
MKD 61.660124
MMK 2464.391977
MNT 4210.728168
MOP 9.497699
MRU 46.88253
MUR 53.302294
MVR 18.08077
MWK 2036.938173
MXN 21.788735
MYR 4.955163
MZN 75.07563
NAD 20.848744
NGN 1798.166097
NIO 43.224111
NOK 11.929526
NPR 162.676769
NZD 1.952267
OMR 0.451318
PAB 1.174697
PEN 4.160171
PGK 4.86874
PHP 67.07868
PKR 332.893353
PLN 4.249499
PYG 8798.987976
QAR 4.282007
RON 5.069725
RSD 117.180775
RUB 93.140377
RWF 1697.999353
SAR 4.403405
SBD 9.72497
SCR 17.240676
SDG 704.865814
SEK 11.17574
SGD 1.503357
SHP 0.922415
SLE 26.938939
SLL 24613.815124
SOS 671.378747
SRD 43.035291
STD 24295.10394
STN 24.539638
SVC 10.27834
SYP 15262.668311
SZL 20.841487
THB 38.028525
TJS 11.21853
TMT 4.120006
TND 3.429452
TOP 2.74914
TRY 47.599343
TTD 7.987903
TWD 34.599882
TZS 3007.84067
UAH 49.117383
UGX 4211.839198
USD 1.173791
UYU 47.054804
UZS 14863.629091
VES 141.17584
VND 30688.76584
VUV 140.241829
WST 3.213239
XAF 657.018271
XAG 0.030697
XAU 0.000352
XCD 3.172229
XCG 2.11712
XDR 0.814652
XOF 657.001452
XPF 119.331742
YER 282.825369
ZAR 20.847679
ZMK 10565.531807
ZMW 27.400142
ZWL 377.960225
Brasil vai atrás do rastro de indígenas isolados na Amazônia
Brasil vai atrás do rastro de indígenas isolados na Amazônia / foto: Carlos FABAL - AFP

Brasil vai atrás do rastro de indígenas isolados na Amazônia

Um casco de tartaruga caçada à mão e uma vasilha de cerâmica: esses vestígios materiais simples, encontrados há três anos, são os últimos rastros conhecidos de povos indígenas isolados em Ituna/Itatá, na Amazônia Legal.

Tamanho do texto:

O Brasil possui evidências da existência de povos sem contato com a sociedade nessa terra indígena do Pará, com tamanho semelhante ao da cidade de São Paulo.

Ituna/Itatá é protegida por uma portaria provisória contra a destruição florestal, mas organizações indígenas pedem ao governo mais expedições em busca de vestígios para confirmar a presença de povos isolados, o que permitiria ao Estado demarcar definitivamente a área para a preservação florestal.

Nas casas de madeira e palha de Ita'aka, uma aldeia de 300 habitantes na terra indígena vizinha Koatinemo, relatos de encontros fortuitos com "parentes" de comunidades não contactadas de Ituna/Itatá circulam entre as famílias do povo Asurini.

"Minha cunhada me disse: 'Está ali, está ali!'. Era um rapazinho que estava me olhando bem de pertinho, ele era do tamanho desse pé de banana", contou à AFP Takamyí Asurini, um idoso que leva nas costas a cicatriz de uma flecha que diz ter sido lançada pelos isolados.

Autoridades prorrogaram em 18 de junho uma portaria provisória que restringe desde 2011 o acesso a Ituna/Itatá, para "garantir a proteção integral dos territórios com presença de povos indígenas isolados".

As evidências em Ituna/Itatá incluem desde avistamentos a partir dos anos 1970 até descobertas arqueológicas que indicam a presença de indígenas sem contato ao menos desde 2009, segundo a ONG Burness, que apoia os esforços para uma demarcação definitiva do território.

- 'Nós os percebemos na natureza' -

O Brasil reconhece 114 "registros de presença" de indígenas isolados na Amazônia, ou seja, grupos que se mantêm voluntariamente sem ou com pouco contato com as sociedades nacionais.

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), este isolamento se deve, por vezes, às consequências negativas da interação com brancos no passado: doenças, violência física e saque de recursos naturais, explica a Funai.

Entre os registros reconhecidos oficialmente, cerca de um quarto são considerados confirmados, e outros, como os de Ituna/Itatá, são tidos como "fortes evidências" da existência de povos isolados, embora sem nenhum trabalho sistemático oficial para a sua comprovação efetiva.

"Há um abandono histórico de registros em que o Estado reconhece a possibilidade de existência desses povos, mas não consegue garantir medidas efetivas de proteção territorial", apontou Luiz Fernandes, membro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

"Para provar que há isolados, o Estado precisa de registros qualificados, mas, para nós, povos indígenas, é diferente: nós os percebemos na natureza, nos sons que escutamos, as presenças, às vezes os cheiros", ressaltou a ativista indígena Mita Xipaya, 24.

- Recorde de desmatamento -

As terras não indígenas já perderam quase 30% de sua vegetação nativa na Amazônia brasileira desde o início dos registros, em 1998, segundo a ONG Instituto Socioambiental.

Em contrapartida, caiu 2% nas terras indígenas delimitadas pelo Estado durante o mesmo período.

Há uma década, Ituna/Itatá sofre o assédio do garimpo ilegal e do desmatamento para atividades agrícolas, o que já chegou a ameaçar a segurança dos responsáveis pela fiscalização, segundo autoridades.

A situação se agravou na presidência de Jair Bolsonaro (2019-2022), quando o governo suspendeu a portaria de proteção de Ituna/Itatá e a terra indígena se tornou a mais desmatada do país.

As consequências persistem até hoje nesse território, onde quilômetros de terra arrasada em meio ao verde amazônico podem ser observados em um sobrevoo da região, comprovou a AFP.

Indígenas e ativistas pedem que o governo atual avance com a demarcação permanente de Ituna/Itatá, a meses de o presidente Lula liderar a conferência climática COP30 da ONU em Belém.

"É necessário não somente olhar para a floresta, mas também para as pessoas que estão nela, os povos indígenas, porque é através deles que a floresta ainda está de pé", advertiu Toya Manchineri, coordenador-geral da Coiab, que defende a existência dos isolados.

R.Krejci--TPP