The Prague Post - Evo Morales e o desafio de sobreviver ao declínio da esquerda na Bolívia

EUR -
AED 4.264352
AFN 76.915701
ALL 96.58159
AMD 443.701557
ANG 2.078533
AOA 1064.780858
ARS 1629.690114
AUD 1.776718
AWG 2.090082
AZN 1.978576
BAM 1.953405
BBD 2.337434
BDT 141.816132
BGN 1.954529
BHD 0.437736
BIF 3425.300555
BMD 1.161156
BND 1.511047
BOB 8.019168
BRL 6.14229
BSD 1.160477
BTN 102.908833
BWP 16.521744
BYN 3.958647
BYR 22758.665698
BZD 2.334038
CAD 1.629382
CDF 2481.976385
CHF 0.922005
CLF 0.027525
CLP 1079.376626
CNY 8.259016
CNH 8.245976
COP 4364.786957
CRC 581.686847
CUC 1.161156
CUP 30.770645
CVE 110.12998
CZK 24.162551
DJF 206.361175
DKK 7.467548
DOP 74.748358
DZD 151.291761
EGP 54.805483
ERN 17.417346
ETB 179.807355
FJD 2.642038
FKP 0.879015
GBP 0.882839
GEL 3.139605
GGP 0.879015
GHS 12.705563
GIP 0.879015
GMD 84.764831
GNF 10073.649627
GTQ 8.895095
GYD 242.726878
HKD 9.025124
HNL 30.530569
HRK 7.533936
HTG 152.033606
HUF 384.394449
IDR 19419.876547
ILS 3.750042
IMP 0.879015
INR 102.981847
IQD 1520.336056
IRR 48899.203879
ISK 147.409255
JEP 0.879015
JMD 186.393086
JOD 0.823306
JPY 179.495088
KES 150.079913
KGS 101.543575
KHR 4654.611947
KMF 493.491882
KPW 1045.065981
KRW 1689.552696
KWD 0.356185
KYD 0.967114
KZT 608.319435
LAK 25183.125291
LBP 103925.186907
LKR 355.963586
LRD 210.631764
LSL 19.903498
LTL 3.428593
LVL 0.702372
LYD 6.331292
MAD 10.730437
MDL 19.589983
MGA 5188.638688
MKD 61.445197
MMK 2437.927233
MNT 4154.690961
MOP 9.29015
MRU 45.95366
MUR 53.00723
MVR 17.88766
MWK 2012.332864
MXN 21.281795
MYR 4.798483
MZN 74.268002
NAD 19.903498
NGN 1672.657862
NIO 42.70764
NOK 11.734071
NPR 164.654133
NZD 2.044849
OMR 0.446457
PAB 1.160477
PEN 3.913502
PGK 4.907026
PHP 68.569194
PKR 328.052106
PLN 4.225428
PYG 8176.974965
QAR 4.23025
RON 5.084012
RSD 117.163179
RUB 93.88117
RWF 1686.831931
SAR 4.354705
SBD 9.564877
SCR 15.856317
SDG 698.439851
SEK 10.987704
SGD 1.508645
SHP 0.871168
SLE 27.142075
SLL 24348.867245
SOS 662.088275
SRD 44.80845
STD 24033.593386
STN 24.47
SVC 10.15455
SYP 12841.076765
SZL 19.895779
THB 37.696367
TJS 10.711667
TMT 4.064047
TND 3.412416
TOP 2.795786
TRY 49.146067
TTD 7.86942
TWD 35.768847
TZS 2833.222037
UAH 48.770727
UGX 4142.920747
USD 1.161156
UYU 46.173391
UZS 13971.870377
VES 270.85779
VND 30596.471486
VUV 141.499578
WST 3.262592
XAF 655.05799
XAG 0.022766
XAU 0.000284
XCD 3.138084
XCG 2.091536
XDR 0.818352
XOF 655.159412
XPF 119.331742
YER 276.939972
ZAR 19.907451
ZMK 10451.805268
ZMW 26.083022
ZWL 373.891891
Evo Morales e o desafio de sobreviver ao declínio da esquerda na Bolívia
Evo Morales e o desafio de sobreviver ao declínio da esquerda na Bolívia / foto: PABLO RIVERA - AFP

Evo Morales e o desafio de sobreviver ao declínio da esquerda na Bolívia

Evo Morales, o líder mais influente da Bolívia, excluído das próximas eleições e foragido da Justiça, enfrenta o desafio de sobreviver politicamente à muito provável chegada ao poder de seus ferrenhos adversários da direita.

Tamanho do texto:

Referência da esquerda latino-americana, o líder aimara de 65 anos governou o país de 11,3 milhões de habitantes em três ocasiões, entre 2006 e 2019.

Ele aspirava a um quarto mandato nas eleições-gerais do próximo domingo (17), mas uma decisão judicial lhe fechou as portas, ao proibir mais de uma reeleição.

Enquanto a Bolívia enfrenta uma crise econômica, dois candidatos da direita, o milionário Samuel Doria e o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002), se situam com chances de chegar ao segundo turno nas pesquisas de opinião.

Sem opções para disputar o pleito, sem candidatos para apadrinhar e sem uma bancada no próximo Parlamento, Morales agora vê o projeto que criou e comandou por duas décadas prestes a desmoronar.

Desta vez, "Evo", como os bolivianos chamam seu primeiro presidente indígena, faz campanha pelo voto nulo do Chapare, uma região cocaleira onde mantém seu reduto mais fiel.

"Nós não vamos dar legitimidade a esta eleição arranjada", disse, em entrevista à AFP. Entrincheirado com uma guarda camponesa, ele se protege de uma ordem de prisão pelo caso do tráfico de uma menor, que ele nega.

Hoje, está nas cordas. Os candidatos favoritos prometem prendê-lo. Ele garante que não "fugirá" para Cuba ou outro país aliado.

"Está doente de poder", critica Vania Salinas, uma funcionária municipal de La Paz de 42 anos. "Já teve seu tempo, não tem mais que estar aqui", acrescenta.

Sua disputa durante meses pelo controle do Movimento ao Socialismo (MAS) com o presidente Luis Arce, cuja eleição ele impulsionou em 2020, lhe rendeu mais prejuízos do que vitórias.

Em fevereiro, precisou renunciar ao partido que liderou por 27 anos.

- "Um culto perigoso" -

Doria Medina e Quiroga prometem fazer mudanças radicais no modelo econômico de viés estatista, impulsionado por Morales e Arce, em meio à profunda crise econômica provocada pela falta de dólares, que o governo esgotou para sustentar uma política onerosa de subsídios aos combustíveis.

Morales garante que lutará com seus apoiadores "nas ruas e nas estradas".

Foi sua estratégia com Arce: bloqueios rodoviários que aprofundaram a crise econômica e avivaram o descontentamento popular.

Santiago Siles, um trabalhador parlamentar, reconhece que Morales conseguiu equilibrar "a balança social". Para ele, essa é a parte "triste, porque com o passar dos anos, foi abusando dessa figura que tinha".

Durante sua gestão, a pobreza caiu de 60% para 37% e a produção interna triplicou. Embora tenha sido muito popular por seus feitos, também obteve repúdio por não respeitar um referendo em 2016, que o proibia de participar das eleições de 2019.

Ele venceu o pleito, em meio a acusações de fraude e teve que se exilar por um ano no México e na Argentina, devido à eclosão de uma crise social.

Evo Morales exerceu uma liderança muito significativa, "mas lamentavelmente não teve o olhar estratégico do recuo no momento oportuno", afirma o sociólogo Juan Carlos Núñez, do centro de pesquisas Fundación Jubileo.

Seu embate com Arce minou as chances da esquerda nestas eleições. O governista Eduardo del Castillo e o chefe do Senado, Andrónico Rodríguez, distanciado do governo, aparecem muito atrás nas pesquisas.

E embora Morales "esteja manchando seu legado por sempre querer voltar" ao poder, ele ainda conta com uma lealdade cega em alguns setores, explica o internacionalista Pablo Calderón, professor da Northeastern University de Londres.

"É uma figura tão grande na Bolívia, na América Latina (...), que sempre vai ter seus seguidores, que lhe são fiéis sem importar o que aconteça. E isso sempre é perigoso, é um culto à personalidade", afirma.

K.Pokorny--TPP